sábado, 2 de março de 2013

Como é feito um exame de sangue?

A análise mais pedida em hospitais e consultórios faz uma varredura completa de várias partes do corpo


Receita sanguínea

Ela é preparada na medula óssea, o recheio de alguns ossos - o famoso tutano. É lá dentro que hemácias, leucócitos e plaquetas são fabricados

Plasma 55%.


Hemácias 44%.

Plaquetas e leucócitos 1%.

Nada de seringa

Os tubos funcionam a vácuo, sistema indolor e rápido. Cada cor de tampa sinaliza um tipo de exame e pode conter alguma substância. No caso…
Roxo: EDTA para contar células sanguíneas.
Verde: Heparina para exames de gasometria.
Azul: Citrato de sódio para checar a coagulação.
Lilás: Fluoreto de sódio para ver a glicemia.
Vermelho: Sem nada em testes de sorologia, para o sangue coagular.

Curiosidades
- O sangue sai da aorta a 108 km/h, superior à velocidade máxima do metrô de São Paulo, que é 100 km/h.
- Um adulto de 70 quilos tem cerca de 5 litros de sangue.


O mergulho no sangue

Do cérebro ao dedão do pé, o exame do líquido avermelhado é um espelho de nosso estado de saúde. Seus dados, porém, são complementares ao teste clínico, feito pelo médico

Observações:


- Um micrômetro (1 µm) é a milésima parte de um milímetro.

- Leucócitos (linfócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos): integram o sistema de defesa, que enfrenta todo tipo de ameaça.

Fontes: Cláudio Pereira, diretor de análises clínicas do Delboni Medicina Diagnóstica; Edgar Gil Tizzatti, gerente de pesquisa e desenvolvimento e assessor médico de hematologia do grupo Fleury; Cristóvão Luis P. Mangueira, gerente médico do laboratório clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

1. A coleta
O indivíduo vai até o laboratório de sua preferência, onde senta numa cadeira e faz movimentos repetidos de abrir e fechar a mão. Isso estimula a circulação e faz as veias do antebraço ficarem saltadas. O enfermeiro amarra uma borracha acima do cotovelo e enfia a agulha no vaso mais saliente.
2. Robôs no comando
Os tubinhos são encaminhados para o centro de análise dos laboratórios. Identificados por sistemas de código de barras, entram em máquinas potentes que analisam todos os parâmetros que o médico solicitou na prescrição. O sistema é totalmente automatizado e os dados quantitativos obtidos aqui são bastante confiáveis. Os gráficos e planilhas saem quase que instantaneamente e podem ser avaliados na hora. Uma gota é a quantidade suficiente para realizar a maioria das provas sanguíneas.

3. Checagem
Se os resultados fugirem dos parâmetros normais, o ser humano entra em cena: um bioquímico separa as amostras e esquadrinha tudo no microscópio. A ideia é certificar se aquele valor absurdo está mesmo correto. Assim, evitam-se muitos sustos e pedidos de exames extras para comprovação. Esfregaço: para ver no microscópio, o técnico coloca um pingo de sangue na placa e arrasta-o, esparramando as células.
Hemograma
Eritrócitos
Também conhecidos como hemácias ou glóbulos vermelhos, carregam oxigênio para todo o corpo. Valores muito baixos indicam anemia.
Tamanho: 7 a 8 µm
Quantidade: 4,5 a 5,5 milhões/mm³
Hemograma
Plaquetas
Essas células têm a responsabilidade de estancar sangramentos, coagulando o sangue e formando trombos que fecham o ferimento.
Tamanho: 2 a 3 µm
Quantidade: 150 a 400 mil/mm³

Hemograma
Linfócitos
São a linha de ataque contra micróbios e tumores, produzindo os anticorpos. Níveis altos sinalizam infecção viral; baixos, imunidade vulnerável.
Tamanho: 6 a 8 µm
Quantidade: 1 a 4 mil/mm³

Hemograma
Neutrófilos
Especialistas na guerra contra as bactérias, costumam estar aumentados quando algum invasor resolve passear pelo organismo.
Tamanho: 10 a 12 µm
Quantidade: 1,8 a 7,7 mil/mm³
Hemograma
Eosinófilos
Esses soldados são recrutados em casos de parasitas e vermes que se alojam no intestino. Também dão as caras nas reações alérgicas.
Tamanho: 10 a 14 µm
Quantidade: 0 a 450/mm³
Hemograma
Basófilos
Mais raros, só são notados quando acontece um processo alérgico ou uma inflamação crônica. Não se sabe muito sobre suas funções.
Tamanho: 8 a 10 µm
Quantidade: 0 a 200/mm³

Hemograma
Monócitos
Limpam o sangue de bactérias mortas e vírus derrotados. Fora dos vasos, viram macrófagos, que seguram a barra dos primeiros avanços inimigos.
Tamanho: 12 a 20 µm
Quantidade: 0 a 800/mm³

Hemograma

Colesterol
Avalia o risco de problemas cardiovasculares por meio de suas frações: HDL, LDL e VLDL. Outros números checados são o colesterol total e os triglicérides.

Outras substâncias
Ureia e creatina
Quando essas duas substâncias estão em excesso na corrente sanguínea, é sinal de que os rins não trabalham como deveriam e sofrem com alguma doença.
Outras substâncias
Glicose
Muito açúcar nos vasos é indício de diabete, enfermidade em que as células secretoras de insulina, no pâncreas, responsáveis por tirar a glicose da circulação, estão danificadas.

Outras substâncias
TSH e T4
Checa a quantas anda a tireoide, órgão que regula o metabolismo. O TSH é produzido na hipófise e desencadeia a produção do T4, que coordena as reservas de energia.
Outras substâncias
TGO e TGP
Designam enzimas comuns nas células do fígado. Em grande número, essas estruturas, também conhecidas como transaminases, indicam perrengues hepáticos.
Outras substâncias
Ácido úrico
Produto da degradação das moléculas de DNA, vai às alturas quando a pessoa sofre com problemas renais, hipertensão e gota, um chabu reumatológico.

Outras substâncias
Eletrólitos
Confere se há desperdício ou escassez de sódio, potássio, cálcio e fósforo, ingredientes essenciais para diversas funções do organismo, como o trabalho muscular.

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