sábado, 7 de junho de 2014

Fratura do colo do fêmur





O que é?

As fraturas da região proximal do fêmur podem envolver duas regiões: o colo do fêmur ou a região intertrocantérica. A primeira acontece entre a cabeça do fêmur e a linha intertrocantérica; essa região é popularmente conhecida como “pescoço” do fêmur, pois sustenta a cabeça do fêmur e a segunda, ocorre entre a base do pescoço femoral e o trocanter menor.

Esta fratura acontece principalmente entre os idosos por causa de quedas e de osteoporose. Uma simples queda ou torção pode resultar nessa fratura. Às vezes a pessoa cai porque fraturou o colo do fêmur.

Outros fatores de risco, além da idade, incluem: sedentarismo, tabagismo, alcoolismo, uso de alguns medicamentos e demência.

Também pode acontecer com jovens, porém, neste caso, é geralmente associado a um grande trauma, podendo se constituir uma emergência e suas conseqüências são piores.


Quais os sintomas ?

Incapacidade de sustentar o próprio peso e de andar, dor na região e encurtamento e rotação externa do membro inferior fraturado, após alguma queda. Em poucos casos, o paciente refere dor irradiada para o joelho.


Como é diagnosticada ?

O médico examinará o quadril e o joelho. O raio-X revela grande parte das fraturas de quadril, porém se isto não acontecer e o paciente apresentar sintomas e histórico sugestivos desta fratura, o médico pedirá uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética.

Qual o tratamento ?
O tratamento é, quase sempre, cirúrgico. Isso porque os riscos em um paciente que não passa pela cirurgia e fica acamado por longo período são maiores que os riscos de uma cirurgia. A cirurgia permite que o paciente saia da cama, seja colocado sentado, com muito menos dor, e possa fazer alguns exercícios, evitando complicações como escaras, problemas respiratórios, atrofia muscular, entre outras.

O tipo de cirurgia será determinado pelo local da fratura (colo do fêmur ou região intertrocantérica), pela presença ou não de desvio do osso e pelo nível de atividade do paciente. As cirurgias podem usar parafusos e placas, hastes intramedulares, fixação percutânea com fios e parafusos (esses 3 tipos são considerados osteosíntese) ou prótese de quadril (artroplastia), mais comum para idosos.


Quais as complicações ?

A principal complicação da fratura do colo do fêmur é a ausência de suprimento sanguíneo na cabeça do fêmur, que leva à não calcificação da fratura e à osteonecrose. Na fratura intertrocantérica, essas complicações raramente acontecem, porém as falhas na fixação e a artrite secundária podem estar presentes.

As fraturas que não são cirurgicamente corrigidas nas primeiras 48 horas, apresentam aumento da mortalidade, em virtude de complicações clínicas decorrentes da imobilidade na cama.


Como é o período pós cirúrgico ?

O período pós-cirúrgico e a reabilitação dependem do tipo de cirurgia: osteosíntese ou artroplastia.

Em ambos os casos, o paciente é encorajado a sair da cama no dia seguinte ao da cirurgia, com a assistência de um fisioterapeuta. A quantidade de peso que poderá ser apoiada no membro acometido, de nenhum até descarga de todo o peso do corpo, será determinada pelo cirurgião, que levará em conta o tipo de fratura e de cirurgia.
Os pacientes devem deixar o hospital em 3 ou 4 dias, com uso de muletas, andadores ou cadeira de rodas.

Nos casos de artroplastia pode ser usada uma tala de posicionamento entre as pernas do paciente, para impedi-lo de cruzá-las, mantendo a prótese bem posicionada.

Meias elásticas especiais e medicamentos para evitar o aparecimento de coágulos no sangue são usados para prevenir a trombose venosa profunda.

Alguns exercícios podem ser feitos ainda no hospital

Exercícios de reabilitação para as fraturas do colo do fêmur:
*** Atenção, cuidado ! Sempre faça os seus exercícios acompanhado por um profissional

Os exercícios a seguir são apenas um guia de tratamento básico, por isso o paciente deve fazer a reabilitação acompanhado de um fisioterapeuta, para que o programa seja personalizado.

A fisioterapia conta com muitas técnicas e aparelhos para atingir os objetivos, como: analgesia, fortalecimento muscular, manutenção ou ganho da amplitude de movimento de uma articulação, etc, e por isso, o tratamento não deve ser feito sem a supervisão de um profissional.



       1 - Movimentação do Pé:

    Puxar a ponta do pé no sentido do joelho e depois no sentido contrário.
    Repetir 20 vezes.
     2 - Deslizamento do Pé:

   Flexionar um pouco o joelho e o quadril, deslizando o pé sobre a cama. 
  Se necessário, usar um lençol para ajudar.
  Repetir 10 vezes.
Assim que a dor melhorar e o médico autorizar, o paciente poderá praticar novos exercícios:
     3 - Contração de Glúteos:

    Contrair os glúteos, manter 5 segundos e relaxar.
    Repetir 10 vezes.
     4 - Contração de Quadríceps:

    Pressionar a cama com a parte de trás do joelho, manter 5 segundos e relaxar.
   Repetir 10 vezes.  
     
   5 - Elevação da Perna Estendida:
      Com o joelho da perna operada, totalmente estendido na cama, elevar a perna, manter alguns segundos e descer.
      Repetir 10 vezes.

6 - Fortalecimento de Quadríceps:

Colocar um travesseiro alto embaixo do joelho e, com a ajuda da fisioterapeuta, esticá-lo.
Manter 3 segundos e descer.
Repetir 10 vezes. 

Quando for realizado com facilidade, esse exercício deve ser feito com o paciente sentado na beira da cama, com as pernas dobradas para fora. 

A perna não operada deve ficar apoiada em um banco enquanto a operada faz a extensão.
Mantém 3 segundos.
Relaxar e repetir por 10 vezes.



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À partir da 4º semana outros exercícios são adicionados ao plano de tratamento:
Em pé, apoiado na perna não operada e com as mãos apoiadas em estrutura firme:





     






   1 - Elevação Lateral da Perna:

     Erguer lateralmente a perna operada, afastando-a da outra perna.  
     Certificar-se de que quadril, joelho e pé fiquem virados para frente, o tempo todo.

    Voltar a perna para a posição inicial e repetir o exercício 10 vezes.





    





 

   2 - Elevação Posterior da Perna:
     Levar a perna operada para trás e apoiar uma mão na parte     inferior das costas, para não forçar a coluna.
 Voltar para a posição inicial e refazer o exercício 10 vezes.









        




         3 - Flexão de Quadril:
     Aproximar o joelho da perna operada do tórax, mas sem permitir um ângulo menor que 90º, entre sua perna e o seu tórax.
        Descer a perna e repetir o exercício 10 vezes.

À partir da 8º semana, os exercícios devem começar a ser resistidos por pesos ou elásticos, e progredir lentamente.
Com a fratura consolidada, geralmente por volta da 12º semana, os movimentos do quadril já devem estar normalizados e os exercícios devem ser mantidos, aumentando sempre a resistência e o número de repetições.
Os seguintes exercícios são adicionados ao programa:

1 - Agachamento:
Com a coluna apoiada na parede e os pés afastados, aproximadamente 10 cm, entre eles e da parede, o paciente flete os joelhos e “escorrega” o corpo lentamente pela parede. Uma bola pode ser colocada entre os joelhos.
Após manter por 10 segundos, sobe lentamente e repete 10 vezes.
Quando o paciente tiver um bom controle e força, esse exercício pode ser feito com uma bola grande entre a parede e a coluna dele, ou ainda, sem que ele encoste-se a lugar algum.






          





             2 - Levantamento em Pé do Calcanhar:
            O paciente apóia as mãos em estrutura firme e fica nas pontas dos pés.
            Pode-se começar com os dois pés ao mesmo tempo e depois, com um pé de cada vez.
           Repetir 15 vezes.
      3 - Alongamento com a toalha:
     
Paciente deve estar sentado na cama, com a sua perna lesionada estendida à sua frente e com uma toalha, laçar o pé, puxando-o em direção ao tronco.
    Manter os joelhos estendidos. 
    Manter essa posição por 30 segundos e então, relaxar.
    Repetir 3 vezes.






Fonte: Clínica Deckers
         4 - Alongamento de quadríceps:
        
O paciente deve ficar em pé e segurar em estrutura firme. 
         Com a outra mão, puxar 
o pé da perna operada em direção à nádega.

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