A vantagem do método
pilates está no fato de ser um sistema que atende à realidade de praticantes de
qualquer idade, sexo ou nível de aptidão, dando bons resultados se a pessoa for
um completo iniciante, um amador de exercícios físicos ou mesmo um atleta
profissional (Dillman, 2004).
Segundo Camarão (2004),
independente da idade, qualquer pessoa pode ser beneficiada com este método que
melhora a qualidade de vida e oferece resultados rápidos. Mas para obter os
benefícios do Pilates é preciso ser disciplinado.
De acordo com Abrami;
Browne (2003), o interessante é que a atividade possa ser desenvolvida atendendo
as necessidades específicas de cada praticante. Os exercícios são adaptados
conforme as condições físicas do praticante, não havendo contra indicações. Há
os exercícios que podem ser evitados, mas existem outros que se encaixam nas
necessidades físicas do praticante. Cada praticante é visto como um ser
diferente, não há um programa rígido que deve ser seguido a todos que entram no
estúdio. As aulas são adequadas com o biotipo, estado de condicionamento e a
capacidade do praticante.
Para alguns
praticantes, o respeito aos seus limites de esforços físicos é importantíssimo.
O interessante é que não sintam o corpo desgastado por uma atividade física
extenuante, onde os músculos são sobrecarregados. O ideal a esse público é
sentir os benefícios do treinamento em sua flexibilidade, postura, força, alívio
das dores crônicas de forma agradável (Tribastone, 2001).
Já outros praticantes,
acostumados a exercícios fortes e a esportes de ação, a princípio estranham a
leveza e fluidez dos movimentos do método pilates. Mas logo se surpreendem com a
intensidade do treinamento e com os profundos ganhos em equilíbrio, alinhamento,
elasticidade, eficiência na realização de potenciais de força muscular e
proteção contra lesões (Abrami; Browne, 2003).
Para Craig (2005), nas
recuperações de lesões, o método apresenta características de baixo impacto,
proteção das articulações, bom estímulo à recuperação de tecidos musculares e
correção da postura e respiração, além da melhora da auto-estima.
Segundo Becker (2003),
este método de condicionamento corporal promove harmonia e balanço muscular em
todas as idades, sem contra-indicações, condicionando e energizando seu corpo
através dos exercícios.
Conscientizando
alinhamentos e encaixes, o método põe a coluna vertebral em prumo, sustentada
por um suporte muscular central firme e eficiente, corrigindo sobrecargas
indevidas em outras regiões do corpo e liberando-as para desenvolverem suas
próprias potencialidades em harmonia e com equilíbrio (Dillman,
2004).
Os exercícios podem ser
praticados por qualquer indivíduo, desde atleta até o sedentário, do idoso ao
adolescente, da grávida a pacientes em fase de reabilitação, podendo ser
recomendado como condicionamento para prevenção de lesões (Barreto,
2006).
Segundo Joseph Pilates
(apud Camarão, 2004), o método deve ser aplicado em crianças a partir de
12 anos de idade por acreditar que crianças mais jovens, não apresentam
capacidade e maturidade para concentração suficiente para a execução dos
exercícios.
Antes de iniciar
qualquer tipo de atividade física, o ideal é que seja procurado um médico para
ser feito uma avaliação. Isso é fundamental para evitar riscos que comprometam a
saúde do praticante, a qualidade na execução do método e o profissional que está
aplicando a atividade física (Craig, 2005).
Há três níveis de
aprendizado: básico, intermediário e avançado. Todos os exercícios podem ser
modificados e segmentados para adequar com as condições do praticante. Após
perfeita execução os exercícios vão evoluindo acompanhando a sincronia da mente
e do corpo (Abrami; Browne, 2003).
Os exercícios devem
ser praticados de forma agradável, relaxante e com facilidade na execução, já
que devem ser modificados para adaptar as necessidades do praticante. Portanto,
a execução não pode causar dores, exaustões, grandes tensões e nem sobrecargas.
O aluno tem que sentir prazer em praticar o método. Jamais a conseqüência do dia
seguinte deve ser a dor muscular, fadigas e aumento do estresse. Por isso o
aluno deve estar bem instruído e não praticar o método em grupos maiores de 04
pessoas. O ideal é a individualidade no atendimento, pois o comando verbal,
através das figuras de imagens e o contato manual na região que deve ser
acionada a musculatura garantem a qualidade e precisão na execução do método
(Dillman, 2004).
Dicas para instruir a prática dos exercícios
de forma perfeita
As instruções de um
profissional capacitado interferem diretamente na execução dos exercícios com
perfeição (Craig, 2005).
A fidelidade aos
princípios e a perfeita execução garante os resultados do método pilates e o
diferencia dos demais modos de praticar uma atividade física (Abrami; Browne,
2003).
Segundo Camarão
(2004), segue algumas dicas para que o praticante seje bem orientado à alcançar
a perfeição dentro dos seus limites.
1. Respeite os limites do seu
corpo;
2. Pare imediatamente ao sentir dor.
Modifique o movimento para continuar ou pule este exercício. Caso a dor
persista, procure o médico;
3. Pilates é a qualidade de
movimento, e não a quantidade. Faça menos repetições;
4. Procure a perfeição em cada
movimento;
5. Execute movimentos com
precisão;
6. Respeite sempre o número máximo de
08 repetições;
7. Faça os exercícios lentamente e
com controle para ganhar força e resistência muscular;
8. Faça os movimentos de forma
relaxada, com graça e fluidez;
9. Concentre-se nos movimentos que
está executando;
10.
Busque a integração do seu corpo com sua
mente;
11. Respire a cada
movimento;
12. Mantenha sempre seu abdômen
profundamente contraído. Imagine seu umbigo cada vez mais colado à sua
coluna;
13. Verifique se você está fazendo os
exercícios com a postura correta;
14. Mude de nível somente após
executar os exercícios do nível em que está com facilidade.
2.1.7- Benefícios
O método oferece um
programa de exercícios que estimulam a circulação e oxigenação do sangue,
melhora o condicionamento físico geral, a flexibilidade, a amplitude muscular e
o alinhamento postural adequado. Além disso, promove melhoras nos níveis de
consciência corporal, da coordenação motora e do controle muscular (Souza,
2006).
Todos esses benefícios
citados ajudam a prevenir e reduzir o risco de lesões e proporcionam o alívio
das dores (Dillman, 2004).
Segundo Camarão
(2004), para a coluna vertebral, o método fortalece, alonga e equilibra toda a
musculatura, alinhando e descomprimindo tensões. Ajuda aliviar pinçamentos e
compressões de disco, o que facilita a circulação de sangue nessas
regiões.
Os exercícios são
executados com estabilização da pelve e a coluna em posição neutra, e conforme
Craig (2005) o respeito as curvaturas fisiológicas, é importante para que a
musculatura tenha ganhos com o alongamento, fortalecimento e equilíbrio,
proporcionando um perfeito alinhamento corporal.
Com a certeza, de que
os músculos devem ser fortes e flexíveis para se manterem bonitos e saudáveis, o
método pilates através dos seus exercícios, fortalece os músculos fracos, alonga
os encurtados e aumenta a mobilidade das articulações. Movimentos fluentes são
feitos sem pressa e com muito controle para evitar estresse. O alinhamento
postural é importante em todos os exercícios ajudando na melhora da postura
global do indivíduo (Bergamo; Hauashida, 2003).
O método proporciona
ainda uma melhoria no desempenho sexual e na incontinência urinárias, pois
trabalha a musculatura do assoalho pélvico (Craig, 2005).
O diferencial do
método está na visão holística do seu criador, de mente sã e corpo são. Através
disso, o praticante se beneficia da integração do corpo e da mente, do
condicionamento mental, do alívio do estresse e dores crônicas, melhora da
auto-estima, da conscientização corporal, promovendo o relaxamento (Mamber;
Sgarioni, 2002).
Através da respiração,
a capacidade respiratória e mobilidade da caixa torácica e diafragmática
melhoram (Campignion, 1998).
O método promove o
auto-conhecimento e a harmonia dos movimentos necessários para a qualidade nas
atividades da vida diária, proporcionando um estilo de vida saudável.
2.2- Aspectos Anatômicos da Região Lombar
A função do segmento lombar é o de sustentação da cabeça, membros superiores e tronco, movimento, além de proteção da medula espinhal. A coluna lombar é composta por 05 vértebras articuladas entre si pelo disco intervertebral e por 02 pares de articulações interapofisárias. O corpo vertebral ocupa a porção ventral da coluna e se articula com o adjacente através da interposição do disco intervertebral (Greve; Amatuzzi, 1999).
O disco
intervertrabral é composto por um núcleo pulposo e externamente pelo o anel
fibroso. A matriz do núcleo pulposo contém aproximadamente 80% lâminas
fibrocartilaginosas dispostas em diferentes direções. A perfeita integridade do
disco é fundamental para a biomecânica da coluna, pois participa da sua
estabilização e flexibilidade e, juntamente com o corpo vertebral, resiste às
forças de compressão (Rasch; Burke, 1977).
A conformação do disco
intervertebral também participa da gênese da lordose lombar devido a menor
altura de sua porção posterior. Para a estabilidade do compartimento anterior da
coluna, concorrem os ligamentos longitudinais anterior e posterior, que recobrem
respectivamente a face anterior e posterior do corpo vertebral, e do disco
intervertebral (Greve; Amatuzzi, 1999).
As articulações
interapofisárias são diartrodiais, possuindo cartilagem, membrana sinovial e
líquido sinovial. São estabilizadas pelas cápsulas articulares e por ligamentos.
Tem a função de orientar e limitar o movimento da coluna, o que é feito de
acordo com a direção de suas facetas articulares (Sobotta, 1995).
O arcabouço ósseo e o
disco intervertebral dão forma ao canal vertebral, que contém e protege a medula
espinhal, raízes nervosas e sua meninge, e aos forames intervertebrais, trajetos
das raízes. O canal é recoberto anteriormente pelo ligamento longitudinal
posterior e posteriormente o ligamento amarelo (Kapandji, 2000).
Eminências ósseas (um
processo espinhoso e dois transverso por vértebra) ancoram o ligamentos e
músculos e são submetidas a forças de tração. Encontram-se ai o ligamento
supra-espinhoso, que recobre longitudinalmente os ápices dos processos
espinhosos, e os processos intertransversos adjacentes. A musculatura participa
importantemente da estabilização e forma da coluna e é responsável pelos
movimentos de flexão, extensão, lateralização e rotação (Kendal,
1995).
Segundo Greve;
Amatuzzi (1999), a coluna lombar é irrigada pelas artérias segmentares oriundas
da aorta. A drenagem venosa depende das veias vertebrobasilares e intercostais e
plexos venosos. A inervação se faz por ramos dos nervos espinhais: nervos
meníngeos recorrentes e ramos da divisão primária posterior. A nocicepção
origina-se de terminações nervosas livres localizadas no periósteo, cápsulas
articulares, anel fibroso, vasos sanguíneos, músculos e ligamentos.
2.3- A Postura Ereta
A posição ereta bípede
do homem resultou da evolução da espécie em milhões de anos da seleção natural,
segundo a concepção darwiana, pela qual as espécies que apresentavam variações
favoráveis são preservadas e as que apresentam mudanças desfavoráveis tendem a
ser destruídas (Knoplich, 2003).
O homem é da família
dos primatas, que inclui, entre outros, os macacos, e é de aparecimento tardio
na evolução, estando incluída na classe dos mamíferos.
Os primeiros mamíferos
apareceram na terra 90 – 50 milhões de anos atrás, depois da queda dos répteis e
eram pequenos comedores de insetos que, graças aos seus membros móveis, podiam
se manter na água e se arrastar na terra. A pronação, desenvolvida durante a
vida aquática, já era natural para eles, e com o passar do tempo se adaptaram a
subir em objetos no chão e em árvores. Gradualmente, os membros posteriores se
adaptaram para sustentar o peso do corpo, as mãos para apanhar comida e segurar
objetos interessantes para melhor examina-los (Knoplich, 2003).
Nesse período, os mamíferos
tiravam a sua alimentação das árvores altas, e assim tinham de desenvolver
agilidade e destreza. Através da seleção natural, da sobrevivência do mais apto,
ocorreu que os olhos se deslocaram mais para a frente, permitindo uma visão
tridimensional, em profundidade, e com isso o cérebro foi aumentando de tamanho,
até atingir seu ápice nos macacos, que correspondem na evolução da espécie aos
seres que surgiram há milhões de anos atrás (Cailliet, 1988).
Os cinco dígitos se
desenvolveram em cada um dos membros, que posteriormente se tornaram móveis;
surgiu a clavícula, que serviu de suporte, quando os braços se moviam
lateralmente (Rasch; Burke, 1977).
Segundo Erhast (1996),
talvez por condições climáticas desfavoráveis, as vegetações altas diminuíram e
desenvolveu-se a vegetação rasteira, e esses macacos tiveram de competir com
animais quadrúpedes, rápidos e adaptados por milhões de anos à tarefa de caçar e
comer carne. Outra vez sob a pressão da seleção natural, nossos ancestrais
tiveram que adotar uma postura mais ereta, para continuar apanhando a
alimentação vegetariana nas árvores e melhor se defender, para caçar, para comer
e digerir a carne.
A adoção da postura ereta
esteve associada à libertação dos membros superiores da locomoção para a
fabricação de objetos e instrumentos de caça, além de aumentar o campo de visão
(Knoplich, 2003).
Devido a necessidade de
apreensão dos galhos para se alimentar, o polegar ficou afastados dos outros
dedos, o mesmo ocorrendo com os pés. A medida que o homem foi deixando as
árvores e passando a andar no chão, o grande artelho dos pés foi perdendo essa
função de apreensão e passou a colaborar no equilíbrio do corpo e, na evolução
de milhões de anos, veios para frente como os outros dedos, como atualmente
(Knoplich, 2003).
Quando o homem ficou
apoiado sobre os dois pés, a função da pélvis ficou mais complexa, porque teve
que sustentar todo o peso do corpo. De início houve a necessidade de aumentar a
eficiência do assoalho pélvico. O glúteo maior se deslocou para trás da
articulação do quadril para se tornar extensor, tornando-se assim possível a
posição ereta e o andar (Rasch; Burke, 1977).
Uma grande adaptação
muscular ocorreu na região lombar para manter a posição ereta. Os músculos que
ligam a coluna lombar com o fêmur, iliopsoas, permaneciam encurtados para manter
a flexão do quadril na posição quadrúpede. Estes tiveram que se estender para a
manutenção da posição bípede. O mesmo ocorreu com os isquiotibiais. Tiveram que
agir para manter o tronco para trás, ereto, pois vivia flexionado para frente
(Cailliet, 1988).
Os paravertebrais se
tornaram um importante músculo antigravitacional, assim como glúteo máximo,
tríceps sural, tibial anterior, quadríceps, iliopsoas, abdominais e flexores do
pescoço (Kapandji, 2000).
Portanto o homem adquiriu uma postura bípede, mudando o centro
da gravidade, e dependendo das estruturas musculares para se manter nessa
posição e conseguir se movimentar. Para isso as estruturas devem estar
equilibradas.
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