domingo, 7 de abril de 2013

Osteoporose: A notícia do século

 
 
Guarde bem este nome: oleuropeína. A substância, encontrada no azeite de oliva extravirgem, é a nova arma da nutrição para evitar e combatera osteoporose, doença que acelera a perda de massa óssea.O cálcio que se cuide, porque seu posto solitário de melhor companheiro do esqueleto anda ameaçado. Calma, o mineral não vai perder seu lugar de destaque como protetor dos ossos - muito longe disso. A questão é que a ciência descobre fortes concorrentes para dividir com ele essa prestigiada posição. É o caso da oleuropeína, presente no azeite de oliva. Um estudo da Universidade de Córdoba, na Espanha, revela que esse tipo de polifenol aumenta a quantidade de osteoblastos, células que fabricam osso novinho em folha. Consumi-la ,portanto, traria imensas vantagens para manter o arcabouço do corpo em
pé ao longo da vida.

"O tecido ósseo é dinâmico, destruído e construído constantemente",explica o geriatra Rodrigo Buksman, do Instituto Nacional deTraumatologia e Ortopedia, em Brasília. Os osteoblastos ajudam justamente a realizar a reconstrução. É como se fossem a massa corrida colocada na parede para tapar os furos que aparecem com
o tempo. Sem essas células, os buracos ficam maiores, os ossos se enfraquecem e
cresce o risco de fraturas. O envelhecimento e a menopausa provocam uma queda na concentração de osteoblastos no organismo. Daí a importância da reposição desses construtores, que recebem um belo reforço com a inclusão do
azeite de oliva extravirgem no dia a dia, a melhor fonte de oleuropeína. "Aos 30 anos nosso corpo atinge aquantidade máxima de massa óssea e, a partir daí, começa a perdê-la",nota o ortopedista Gerson Bauer, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Por isso é que se diz que a prevenção da osteoporose se inicia muito antes da maturidade. "Essa doença se caracteriza pela diminuição progressiva da densidade óssea, o que torna os ossos mais frágeis e propensos às fraturas", arremata a nutricionista Clarisse Zanette, mestre em ciências médicas pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Com o azeite, no mínimo, esse processo destrutivo demora mais tempo para ocorrer.
E, se alguém quiser substituir sua fonte de oleuropeína de vez em quando, saiba que existe mais uma opção.
"A substância também é fornecida pela azeitona, de onde o óleo é extraído", diz Clarisse.Não são apenas os ossos que se deliciam quando saboreamos um prato regado a azeite. O coração também se beneficia, porque suas veias e artérias ficam livres de entraves. "A gordura monoinsaturada, principal constituinte do óleo, interfere nos receptores do fígado que captam o colesterol circulante", explica o cardiologista Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, em São Paulo. "Assim, há uma redução
nas taxas da sua versão ruim, bem como de sua quantidade total." Já os compostos fenólicos do azeite diminuem a oxidação do colesterol,processo crucial para a formação das placas que obstruem as artérias e causam as doenças cardiovasculares. "Esse poder se deve à sua intensaatividade antioxidante", justifica a cardiologista Paula Spirito, do Hospital Copa D'Or, no Rio de Janeiro. "Esses compostos impedem que os radicais livres - moléculas que provocam danos às células - oxidem o colesterol e contribuam com o aparecimento de placas nos vasos."
 A circunferência abdominal é outra que agradece o consumo de azeite.
É
que o alimento ajuda a evitar a inflamação de uma área do cérebro
chamada hipotálamo. A inflamação é provocada por dietas ricas em
gorduras saturadas, presentes nas carnes e nos produtos de origem
animal. Como o hipotálamo é o órgão responsável pelo controle da fome
e do gasto energético, não é um exagero dizer que o óleo de oliva
auxilia a manter a harmonia na massa cinzenta e, assim, a afastar os
quilos a mais. Além disso, ele acelera a produção de um hormônio
chamado GLP 1, que age no cérebro aumentando a saciedade e reduzindo o
apetite.

A oleuropeína - voltamos a falar dela - tem participação no pelotão antiinflamatório. "Esse polifenol tem propriedades antioxidantes significativas, inibe a agregação de plaquetas e reduz a formação de moléculas inflamatórias em todo o corpo", afirma a nutricionista Mércia Mattos, da Faculdade de Medicina de Marília, no interior paulista. Tantas propriedades se refletiriam em um menor risco de uma porção de males, entre eles infartos e derrames. Por falar em proteção, vale destacar, ainda, que esse antioxidante também resguarda as mitocôndrias, estruturas dentro das células responsáveis pela obtenção de energia - dessa forma, fica mais difícil uma célula se
aposentar antes da hora.

Quando regamos o prato com azeite extravirgem, porém, não ganhamos apenas boas doses de oleuropeína. O tempero é uma ótima fonte de vitamina E. "Esse nutriente retarda o envelhecimento das células, diminuindo o risco de tumores e doenças do coração", aponta a nutricionista Soraia Abuchaim, do Conselho Regional de Nutricionistas do Rio Grande do Sul. O melhor é que, para desfrutar de tudo isso,
bastam 2 colheres por dia. Mas tem que ser do tipo extravirgem, que concentra maiores teores da substância. De preferência, use-o em saladas e ao finalizar pratos quentes - o azeite não gosta de calor e, se for lançado ao fogo, perde grande parte de suas qualidades. E só o sabor, nesse caso, não basta, certo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário