A coluna é a estrutura que sustenta o homem, bípede e ereto, permite sustentação estática e a funcionalidade dinâmica.
É formada por 33 vértebras sendo 7 Cervicais, 12 Torácicas, 5 Lombares, 5 Sacrais e 4 Coccígenas. A coluna é estabilizada por estruturas como Ligamentos, Músculos, e Nervos e estas estruturas têm que estar em completo BALANÇO, para estarem estáveis, ou seja, têm que estar em completo sincronismo para evitar sua desestabilização.
A dorsalgia (dor nas costas) afeta 70% a 80% da população em alguma época da vida, sendo a causa mais comum de atividade limitada em pessoas com 45 anos de idade, quando analisamos os dados de atletas jovens, esta porcentagem sobe para 85%.
A dorsalgia mais comum é a nível lombar – Lombalgia - (62% dos acometimentos), sendo os níveis vertebrais L4-L5 e L5-S1 os mais acometidos. A dorsalgia é auto-limitante, com 44% das pessoas, melhorando em uma semana, 86% em um mês e 92% em dois meses.
Exames radiográficos evidenciaram maior freqüência de anormalidades vertebrais em lutadores (55%), ginastas (42%) e nadadores (15,8%). As causas vocês irão descobrir mais abaixo.
Em lutadores em especial, a alta carga de treinamentos, as constantes quedas e o grande trabalho usando forças isométricas, as grandes amplitudes de movimentos ( em especial em flexão do tronco ), o grande suporte de peso nas costas, fatores que sobrecarregam e muito a musculatura das costas, em especial da região lombar, que é a região responsável pela flexão do tronco.
A dor pode acometer qualquer estrutura da coluna, mas as mais acometidas são os músculos e ligamentos.
A dor pode ser classificada de duas maneiras:
1) Dor química:
É sempre constante, não é afetada por movimentos ou posições.
Devido à irritação química dos nocioceptores ( estruturas sensíveis a dor ) provocada por inflamação ou infecção.
Possui como sinais clássicos: dor, calor, rubor ( vermelhidão ), edema ( inchaço ), perda da função.
2) Dor mecânica:
É intermitente ou constante, pode ser afetada por posição ou movimento.
Dor mecânica constante necessita de deformação mecânica constante.
Devido às forças mecânicas que tencionam, deformam ou lesionam o tecido.
Pode causar dor sem causar lesão ou ser patológica.
Com isto podemos perceber que a dor que mais acomete os atletas, em especial os lutadores são as dores mecânicas, pois os movimentos estressam as estruturas, causando uma instabilidade entre os tecidos.
A lombalgia pode ser dividida em 2, aguda ou crônica de acordo com sua causa:
CAUSAS MUSCULARES
1) Estiramentos agudos (lombalgia aguda):
Trauma
Atividade não habitual
Maneira incorreta para se levantar
Posições inadequadas para trabalhar
Tônus muscular ruim
Síndrome miofascial:
A dor é localizada em áreas circunscritas de músculo ou grupos musculares e estão presentes os pontos gatilhos ( próxima coluna ). Pontos gatilhos são nódulos hiper-irritáveis em um músculo ou fáscia, que resultam do trauma repetido do local que, muitas vezes, são insignificantes. A compressão do ponto provoca dor intensa, com área de dor referida, típica daquele músculo e que não está localizado na área de intervenção do músculo.
2) Estiramento crônico:
Obesidade:
O excesso de peso produz maior pressão sobre os discos intervertebrais, as raízes nervosas, as articulações e os ligamentos, causando dor. Outro fator importante que contribui para lombalgia no paciente obeso é a flacidez e a distensão da parede abdominal que impede um suporte adequado para a coluna. ( Abdominal Fraco ).
Flacidez geral
Doença
Postura ruim
DOR DE ORIGEM MECÂNICA
1) Distensão ligamentar:
Pode ser aguda ou crônica.
Causa similar a dor de coluna miogênica ( muscular )
Fraqueza ou fadiga dos músculos resultará em stress excessivo aplicado sobre os ligamentos levando a lesão desses.
2) Doença do disco:
Aqui entra toda as patologias que podem acometer as vértebras, a mais comum é á Hérnia Discal ( hérnia de disco ) que leva a um extravasamento do líquido que fica dentro do disco e causa um pinçamento de raízes nervosas, causando as dores irradiadas para o membro inferior.
DOR DE ORIGEM PSICOSSOMÁTICA
1) Depressão e ansiedade
2) Histeria
3) Fingimento
Esta causa de dor é muito comum nas clínicas de reabilitação esportivas, falaremos mais sobre os fatores psicológicos da dor em outra ocasião.
Tratamento:
É importantes sempre manter um bom alongamento da musculatura posterior do corpo ( Quadrado Lombar, Paravertebrais, Grande Dorsal, Trapézios, abdominais, Isquiotibiais ) além de sempre manter a musculatura bem trabalhada e com boa tonicidade.
Tratamento clínico:
Repouso
O repouso absoluto é contra-indicado, porém o relativo (de 2 a 4 dias) com orientação postural promove melhora na dor e conforto ao paciente.
Os pacientes são orientados a não carregar peso e evitar subir e descer escadas, pois esses exercícios promovem injúria e dor lombar. Porém, o retorno às suas atividades de vida diárias deve estimulado gradualmente.
Medicamentos
Podem ser ministrados várias drogas com o objetivo de analgesia e diminuição da inflamação, porém elas só poderão ser prescritas por médico e para utilização por curto período devido aos seus efeitos colaterais específicos.
Algumas drogas utilizadas são:
Analgésicos comuns (não narcóticos)
Ex.: Paracetamol, Dipirona
Antiinflamatórios não hormonais (AINH)
Têm boa eficácia devido a seu efeito antinflamatório e analgésico.
Ex.: Diclofenaco sódico, Piroxicam, Viox
Relaxantes musculares
São eficazes nas crises de contratura muscular, porém sua eficácia na lombalgia é controvertida, sendo, portanto pouco utilizado.
Analgésicos narcóticos
São utilizados quando a dor não é controlada pelos métodos convencionais. Seu uso crônico deve ser evitado, pois pode causar dependência química, particularmente em indivíduos com outros vícios, em particular o etilismo.
Ex.: Codeína, Fentanil, Derivados da morfina
Corticosteróides
Não são utilizados na crise aguda de lombalgia. Podem ser indicados na compressão radicular, com o objetivo de reduzir o processo inflamatório periradicular.
Antidepressivos tricíclicos
São utilizados principalmente em pacientes depressivos e com manifestações clínicas de fibromialgia.
Ex.: Amitriptilina, Nortriptilina
Tratamento fisioterápico:
Os dois métodos mais comuns para tratar lombalgia são os métodos propostos por Willians e por Mckenzie.
Willians recomenda a realização de exercícios e a obediência aos princípios posturais que servem para reduzir ao mínimo a lordose lombar tendo introduzido um conjunto de exercícios denominados exercícios de flexão de Willians.
Tratamento Preventivo:
Alongamentos da Musculatura Posterior do Tronco
Reforço Muscular
Boa postura ao sentar
Carregar objetos corretamente
Não ficar por mais de 2 horas de pé sem sentar.
Exercícios de Willians:
Flexão bilateral das pernas:
Paciente deitado em decúbito dorsal ( barriga para cima ) realiza flexão bilateral de quadril e joelhos (abraçar os joelhos) e sustenta a posição por 20 segundos.
Flexão alternada das pernas:
Paciente em decúbito dorsal ( barriga para cima ) realiza flexão de quadril e joelhos alternadamente (abraça uma perna de cada vez) por 20 vezes consecutivas.
Exercícios de Mackenzie
O exercício de Mackenzie deve ser feito com acompanhamento fisioterápico, pela sua complexidade.
Estabilização e pilates
Duas técnicas muito utilizadas e que têm se mostrado muito eficazes hoje em dia no tratamento e e profilaxia são as técnicas de estabilização ( realizada por fisioterapeutas) e de pilates ( hoje bem difundida inclusive dentro de academias ). Vale a pena ir atrás destas técnicas.
Fonte:Carlos Augusto
Nenhum comentário:
Postar um comentário