De
acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) em seu documento “Envelhecimento
ativo: Uma política de saúde”, uma atividade física regular e moderada reduz o
risco de morte por problemas cardíacos em 20 a 25% em pessoas com doença do coração
diagnosticada, além de reduzir substancialmente a gravidade de deficiências
associadas à cardiopatia e outras doenças crônicas. Assim, o Método Pilates
estaria enquadrado neste contexto para prevenção primária, secundária e
terciária da saúde.
O
Método Pilates foi idealizado por Joseph Pilates e é um programa completo de
condicionamento físico e mental que tem como objetivo melhorar o equilíbrio
entre a performance e esforço, através da integração do movimento, a partir do
centro estável. Trabalha o corpo como um todo – corrige a postura e realinha a
musculatura, desenvolvendo a estabilidade corporal necessária para uma vida
mais saudável e longeva (Steers, 2006).
Joseph
Pilates juntou os melhores aspectos das disciplinas dos exercícios orientais e
ocidentais, e é o equilíbrio desses dois mundos. Do Oriente, Pilates trouxe as
filosofias de contemplação, relaxamento e a ligação entre corpo e mente. Do
Ocidente, trouxe a ênfase no enrijecimento muscular e a força, a resistência e
a intensidade de movimento. Seu método utiliza o corpo inteiro, e não apenas
uma parte dele. Usando o corpo inteiro, equilibra-se o uso de grandes músculos
superficiais com profundos e pequenos músculos de resistência, responsáveis por
manter a força interior (Craig, 2003).
Seus
princípios são: relaxamento, concentração, alinhamento, respiração, coordenação
e resistência.
Os benefícios deste
método são: aumento de força, maior controle muscular, integração corpo e
mente, melhora da capacidade respiratória, aumento da flexibilidade,
fortalecimento muscular, correção da postura, reestruturação do corpo,
prevenção de lesões, aumento da consciência corporal, aumento da auto-estima e
alívio de dores musculares (Camarão, 2004).
Pilates
considerou a área abdominal em conjunto com os músculos profundos da coluna,
bem como os centros de força do corpo, “casa de força” (Powerhouse) que é a
área entre as costelas superiores e a pélvis.
Um
dos princípios fundamentais do método Pilates é que a “casa de força” é o
centro de todo movimento: quanto mais forte a casa de força, mais poderoso e
eficiente é o movimento. Portanto, antes de cada exercício de Pilates, um
centro é recrutado, empurrando delicadamente o umbigo e contraindo os músculos
profundos do abdômen. O objetivo é manter o centro corporal estável enquanto os
movimentos de braços e pernas são executados com precisão.
Os
três músculos abdominais (o reto abdominal, os oblíquos externos e internos e o
transverso abdominal) trabalham com os músculos da coluna (os mais importantes
são os multífidos e o quadrado lombar) para formar o centro de força. Os
praticantes do método Pilates também incluem o assoalho pélvico na “casa de
força” pela forma que este arranjo de músculos e ligamentos conecta-se ao
sistema nervoso central dos músculos profundos abdominais. Localizados na parte de baixo da pélvis, o assoalho pélvico consiste de
músculos utilizados para controlar o fluxo da urina e impurezas sólidas do
corpo. Fortalecer estes músculos nas pessoas idosas é importante, pois neste
período a incontinência urinária e fecal é muito freqüente (Craig, 2004).
INFLUÊNCIA NA POSTURA
A
postura incorreta faz mais do que diminuir a auto-confiança e a dignidade:
obstrui a respiração, tensiona os músculos e ligamentos e pode afetar
adversamente as articulações da coluna, propensas a artrite, artrose e dor
generalizada. As alterações de postura do idoso são: cifose constituída pela
cifose dorsal e cervical – a cabeça é projetada para frente e os ombros ficam
cronicamente curvados, repuxando apenas os músculos do pescoço; diminuição da
curvatura lombar; aumento do ângulo de flexão do joelho e deslocamento da articulação coxofemoral para
trás e a inclinação do tronco para frente. A rigidez articular e muscular que
se instalam nos idosos será trabalhada através dos exercícios do método
Pilates, assim como a tensão em trapézios e paravertebrais que em conjunto com
a “casa de força” levará a uma postura mais alongada.
Vários músculos do
sistema respiratório estão inseridos nas vértebras lombares e cervicais e nas
costelas influenciando a postura. O diafragma é um músculo respiratório que
separa o tórax do abdômen. Quando a “casa de força” nos exercícios do método
Pilates é acionada através da respiração, o diafragma é trabalhado levando
inclusive a um relaxamento e gerando uma postura correta.
INFLUÊNCIA NA FLEXIBILIDADE
Nos
exercícios de Pilates os alongamentos são estimulados sempre, levando a uma
maior flexibilidade do corpo. Com o envelhecimento, torna-se maior o número de
ligações de colágeno intra e intermolecular, o que dificulta o “deslizamento”
das proteínas. O tecido fica mais rígido, menos elástico e mais propenso a
lesões. Com o envelhecimento, um estilo de vida pouco ativo e as doenças
neuromusculares o tecido colágeno diminue de quantidade e tamanho.
Conseqüentemente, o tecido muscular se enfraquece e a elastina aumenta
proporcionalmente. Dessa forma, o tecido combina a elasticidade com a fraqueza.
Uma
vida ativa é primordial para manter a homeostase entre a síntese de colágeno e
sua degradação. A síntese do colágeno depende da habilidade da célula em
transmitir a força mecânica em uma ação bioquímica.
Sabe-se
que exercícios de alongamento estimulam a renovação de colágeno para suportar
maior estresse. Além disso, melhoram a homeostase entre as glicosaminas e a
água, conservam o espaçamento interfibrilas e diminuem as condições favoráveis
a formação de adesões (Achour Jr, 2006).
Nos
diabetes do idoso as regiões mais limitadas de flexibilidade são as falanges e
os ombros. Achour (2006) relata que Jósza& Kannus (1997) revisaram várias
pesquisas, evidenciando que a diabetes também afeta o tendão.
Assim,
observamos que os exercícios de Pilates ajudam ao idoso com diabetes
trabalhando com alongamentos e exercícios de força para melhorar a
flexibilidade e a força em ombros e tendões.
Articulações
mal alinhadas e frouxas facilitam a instalação de lesões e osteoartroses nos
idosos. Há revisões de literatura (Achour Jr, 2006) em que se observou que
lesões nos ligamentos colaterais e lesões do menisco associavam-se ao
desenvolvimento da osteoartrose em idades prematuras.
Instalada
a osteoartrose no joelho e quadril, ela aumenta o custo energético para
determinado esforço, dificultando a subida e descida de escadas. Em algumas
situações, pode impedir a movimentação até em atividades simples como
jardinagem e passeios em parques.
O idoso consegue
eliminar a rigidez da osteoartrose e grande parte da dor mediante a pratica
contínua de exercícios de Pilates, ativando assim a circulação e diminuindo os
espasmos musculares.
É
importante para o idoso manter índices de flexibilidade, porque com isso
consegue-se interromper a redução natural da flexibilidade. Assim os efeitos
dos exercícios de alongamento são positivos independentes do aumento da
flexibilidade (Achour Jr, 2006).
INFLUÊNCIA NA OSTEOPOROSE
Na
osteoporose há muita fragilidade do esqueleto e maior suscetibilidade à fratura
após pequenos traumas, além de dores nas costas devido a contraturas musculares
ou por microfraturas e deformidade da coluna com diminuição da altura da
pessoa. Geralmente o fêmur e a coluna são as mais acometidas.
Nos
exercícios de Pilates trabalha-se com exercícios de fortalecimento dos músculos
envolvidos com estas estruturas e de extensão da coluna visando melhora da
força muscular, condicionamento físico e coordenação (Frontera, 2001).
“Se aos 30 anos você está sem flexibilidade e fora de
forma, você é um velho. Se aos 60 anos você é flexível e forte, você é um
jovem” (Joseph Pilates)
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