quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Tratamento da bursite do quadril através do pilates I

Hoje vamos falar de uma patologia comum que acomete a região do quadril, a bursite trocantérica do quadril. Esta patologia ocorre principalmente em mulheres e é caracterizada por uma inflamação da Bursa trocantérica do quadril, localizada na região lateral do quadril.
É comum que indivíduos que apresentam esta patologia apresentem também um ângulo Q (ângulo quadricipital) aumentado, desequilíbrios musculares importantes, alteração na biomecânica do movimento e alterações da fáscia.
O ângulo Q é formado entre as retas que passam pelo centro da patela e a tuberosidade tibial e o centro da patela e a crista ilíaca ântero superior.
Os limites normais:
- Para homens é entre 11 e 17 graus;
- Para mulheres é entre 14 e 20 graus.
Valores fora destes limites são patológicos e podem sobrecarregar as estruturas articulares envolvidas como joelho e quadril.
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Mulheres com ângulo Q aumentado apresentam Joelho Valgo, que ocasiona em adutores mais encurtados, trato iliotibial tensionado, podendo apresentar também patela alta ou deslocada medialmente.
Nestes casos, assim como nos casos onde o ângulo Q se encontra normal é necessário realizar uma avaliação postural e funcional para identificar quais músculos se encontram fracos, tensos, encurtados ou muito fortes. Além disso é preciso analisar também o padrão de movimento desta paciente.
Para traçar um plano de tratamento é preciso avaliar esta paciente, para isto vamos destacar alguns testes que podem ser aplicados:
Teste de Trendelemburg: Glúteo médio (em ortostase realizar flexão de joelho e quadril, observar queda da pelve), se a pelve cair, evidencia fraqueza do glúteo contralateral.
Teste de Ober: Tensor da fáscia lata (em decúbito lateral realiza extensão e abdução passiva do MI), se permanecer na posição teste positivo evidencia tensão do músculo.
Teste de Ely: Encurtamento reto femoral (em decúbito ventral realiza flexão passiva do joelho), se ocorrer flexão do quadril e elevação da pelve, teste positivo.
Teste de Thomas: Psoas (em decúbito dorsal segura membro inferior (MI) fletido), se MI contralateral não encostar na cama, revela contratura.
Teste do piriforme: Patologia do piriforme (em DD realiza flexão e rotação interna do quadril e pede que realize a rotação externa), se referir dor, teste positivo.
Atenção: Cuidado quando o paciente estiver numa fase muito aguda da patologia. Os testes podem ocasionar maior dor dificultando uma avaliação adequada dos testes.
Além dos testes citados acima também é possível avaliar através de palpação local e na região de lombar, glúteo, tensor da fáscia lata, adutores, quadríceps e gastrocnêmio.
É comum que estes pacientes apresentem contraturas e aderências da fáscia nestas regiões. Nestes casos, a utilização de técnicas de terapia manual, liberação miofascial e autoliberação miofascial são indicadas.
Podemos também utilizar testes funcionais como o agachamento, deambulação e prancha para avaliar o padrão de movimento.
Agachamento:
Ao analisar o agachamento é preciso atentar para todas as articulações envolvidas como a coluna lombar, quadril, joelho e tornozelo.
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É comum que mulheres com patologia de bursite trocantérica realizem adução do quadril devido a tensão de adutores. Além disso, é preciso verificar a mobilidade de quadril e tornozelo e assim identificar os desequilíbrios musculares presentes.
Deambulação:
Na deambulação podemos observar a mecânica do movimento, os apoios do pé e a mobilidade de joelho e tornozelo, assim como as instabilidades de quadril, joelho e tornozelo. A falta de função de 1 dessas articulações pode acarretar em sobrecarga na articulação do quadril.
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Prancha Ventral e Lateral:
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Na prancha ventral é possível identificar a instabilidade de articulações como ombro, coluna cervical, coluna torácica, coluna lombar e quadril. É possível também avaliar a força dos músculos do power house. A rotação do quadril irá evidenciar a fraqueza de músculos glúteos, a retificação da lordose lombar pode evidenciar fraqueza de paravertebrais, assim como a hiperlordose pode evidenciar fraqueza dos músculos abdominais.
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Na prancha lateral é possível identificar a instabilidade de articulações como ombro, coluna cervical, coluna torácica, coluna lombar e quadril. A dificuldade de manutenção do tronco na posição lateral pode evidenciar fraqueza de músculos abdominais como oblíquos e fraqueza do músculo glúteo médio.
Além dos testes citados acima, outros testes podem ser realizados de acordo com a especificidade de cada paciente.
Por exemplo: na anamnese é importante identificar em que momento a dor é intensificada, que movimentos despertam a dor como subir escadas, dormir, cruzar as pernas, etc…
Avaliar estes movimentos e orientar quanto ao posicionamento correto é extremamente importante para a evolução do quadro e sucesso no tratamento.
Fonte:Andréia Souza

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