segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Desvendando o Parkinson no ambiente Pilates

Segundo algumas pesquisas, a prática de exercícios físicos bem administrados durante o tratamento retardam os efeitos deletérios das doenças degenerativas permitindo ao paciente preservar por mais tempo a noção de tempo e espaço. E isso não é uma novidade para profissionais de movimento. A novidade pode estar relacionada à prescrição ser mais objetiva ao quadro que se apresenta.
O ambiente Pilates é propício para uma cinesioterapia eficaz, pois no seu repertório de exercícios existe um grande espectro de movimentos que perpassam desde o movimento passivo, os que resistem à força das molas, até os que resistem à gravidade.
O sistema de molas do Pilates e suas diversas e amplas bases de suportes, permitem o conforto em momentos onde se torna mais difícil realizar aquele exercício prescrito no tratamento. Dessa forma, precisamos de um profissional sensível, atento e estudioso para abordar esse paciente/cliente.
A rigidez muscular tão comum na chamada doença da imobilidade, impede movimento e o paciente tem a sensação de “travamento”. Muitas vezes o indivíduo acorda porque tentou se mover e não conseguiu. Nestes casos, precisamos trabalhar primeiramente com exercícios passivos, para atenuar esse quadro de rigidez e permitir que o paciente relaxe , libere músculos e articulações . A partir dessa melhora no tônus, ele pode conseguir mais mobilidade para realizar exercícios ativos (os de alongamento e os de resistência).
Quando a rigidez está instalada fazer exercícios de resistência, pode não ser uma boa opção e isso precisa ficar claro. Fazê-los onde há contratura e espasticidade, pode gerar outros problemas. Aqui, exercícios passivos e de relaxamento são os recomendados.
Para a instabilidade postural sugerimos exercícios de equilíbrio unipodal, e bipodal (estáticos e dinâmicos), bem como estímulo aos exercícios de estabilização de todo o corpo. Enfatizando que o conceito de estabilização aqui, neste texto, quer dizer ativação de músculos estabilizadores + mobilidade das articulações dentro de uma tarefa que exige controle motor.
Para os casos onde a postura cifótica comprime o pulmão e o diafragma, é importante estimular o princípio da respiração pois dessa forma tentaremos contrapor a postura que quer se instalar enquanto os beneficiamos aumentando o volume e capacidade pulmonar e assim a elastância e complacência do pulmão, que propicia a mobilização do tronco com mais facilidade. Além disso, o diafragma fica mais livre para massagear os órgãos e ajudar no movimento dos intestinos. Normalmente os Parkinsonianos tem constipação intestinal, por conta da rigidez que é comum ao quadro e também da medicação.
Veja sugestões de exercícios do repertório da Physio Pilates/Polestar Pilates Internacional e aguardem as informações na nossa próxima edição.

Fonte:Selma França

Nossa coluna cervical e a tecnologia



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A tecnologia está cada vez mais presente no nosso dia a dia. Smartphones e tablets são os “acessórios” mais desejados e utilizados no momento. Quando estamos numa fila de banco, no shopping, na padaria, no supermercado ou até mesmo no carro (inadvertidamente) o smartphone está lá, nos lembrando que há algo, importante ou não, para nos “conectar” aos outros.
A pergunta é: será que estamos lembrando de nos conectar com nosso próprio corpo? Mais: quais consequências estes pequenos aparelhos, aparentemente inofensivos, trazem para nosso organismo?
A dor cervical ou dor no pescoço é uma queixa muito frequente nos dias atuais, e, provavelmente, o excesso de uso (overuse) e a má postura são os maiores vilões. Os problemas degenerativos da coluna cervical também são importantes, mas surgem como consequência do estresse que impomos a esta região do corpo, durante longo período ou por toda a vida.
A posição da cabeça centralizada e “sobre” os ombros (de maneira que quando olhamos de lado as orelhas estão alinhadas com os ombros) gera estresse e carga naturais para os músculos do pescoço, coluna torácica e lombar. Quando a cabeça fica projetada para a frente, a carga e o estresse dos músculos aumentam muito, chegando a multiplicar por cinco o peso da cabeça com 60º de flexão da cervical.
O corpo foi projetado para tolerar algum estresse e ter uma boa postura não significa que ela é a ideal todo o tempo. Nos movemos constantemente para buscar posições adequadas para o nosso corpo e manter a saúde dos nossos tecidos. O problema dos pequenos “aparelhinhos” tecnológicos é que repetimos e mantemos a má postura durante períodos prolongados e o pior, sem perceber.

Recorra ao Pilates

Pilates é um método conhecido por trabalhar “de dentro para fora”, ativando nossas sensações e músculos profundos de maneira específica e eficiente. Os músculos profundos são os mais próximos das nossas vértebras e os mais habilidosos em perceber e corrigir a posição e o movimento da nossa coluna. Por isso, são essenciais os exercícios que parecem simples e que não exigem muito esforço (força), mas grande concentração e precisão. A resistência destes músculos também deve ser treinada para, posteriormente iniciar exercícios que precisam de força (ativando mais músculos superficiais durante o exercício).
O grande diferencial ao praticar exercícios de Pilates, direcionando os cuidados para a região cervical não é “o quê você faz”, mas o “como você faz”. Pequenas dicas podem influenciar e modificar o movimento de maneira surpreendente. Um instrutor experiente e habilidoso é a pessoa mais indicada para selecionar as dicas que melhor organizam o movimento.
Um exercício simples que chamo de “Cervical Clock” (relógio cervical) pode auxiliar na ativação dos músculos profundos. A primeira variação deste exercício também é conhecida como Exercício de Coordenação da Flexão Craniocervical (ECFC) e sua avaliação é um teste utilizado por fisioterapeutas para verificar a habilidade do paciente em ativar a musculatura profunda da coluna cervical.
O’ Leary e colaboradores (2007) verificaram uma redução imediata e localizada da dor cervical em voluntários com dor cervical crônica logo após o ECFC. A melhora da dor foi de 14% a 21%.
O exercício “Cervical Clock” pode ser executado em várias posições (deitado, sentado, em pé, etc). Procure iniciar a prática deitado de barriga para cima (em supino). Deite-se, relaxe o corpo e mantenha as curvaturas naturais da coluna (deve haver um pequeno espaço entre a coluna lombar e o chão, assim como também um espaço entre o pescoço e o chão), com os joelhos dobrados e pés apoiados no chão.
Imagine que existe um relógio na frente do nariz (use a palma da mão na frente do nariz como referência). Enquanto solta o ar, leve o nariz para baixo, na direção do ponteiro das “6 horas” do relógio. Em seguida, inspire e leve o nariz para cima, direcionando para o ponteiro das “12 horas” do relógio.
Os movimentos devem ser pequenos e realizados suavemente, gerando um leve balanço sobre a parte posterior da cabeça. O olhar deve acompanhar a direção do movimento. Ao tocar os músculos da frente do pescoço, você deve sentir que eles continuam relaxados.


Cervical Clock
Cervical Clock

O movimento também pode ser realizado na direção dos ponteiros das 3 horas e 9 horas, ao levar o nariz para a direita e esquerda ou desenhando um círculo com a ponta do nariz; ao tentar acompanhar todos os ponteiros do relógio no sentido horário e anti-horário. Procure perceber se consegue desenhar um círculo quase perfeito ou se algum pedaço do movimento fica mais retilíneo do que deveria e a cada repetição, tente realizar o movimento corretamente.


Variação “Círculo” do Cervical Clock
Variação “Círculo” do Cervical Clock

Após realizar entre 10 e 15 repetições de cada movimento, procure perceber se há diferença no apoio da cabeça no solo, na curvatura do pescoço, na tensão – relaxamento dos músculos do pescoço e na amplitude da respiração. “Conecte-se” com suas percepções internas e da sua pele tocando o solo. Registre as mudanças positivas e tente manter esta sensação ao longo do dia.
Procure estar atento e retomar o controle da sua postura sempre que perceber sua cabeça e seu corpo saírem do “eixo” ao longo do dia. Fortalecer todo o corpo e melhorar a mobilidade das articulações, principalmente da coluna, pode ajudá-lo também, afinal a cervical e a cabeça dependem da organização do que está abaixo delas.
Pilates alonga, fortalece, mobiliza e melhora nossa consciência de maneira global e integrada: Mente, Corpo e Espírito.
 Fonte: Tayra Mello

Pilates na gestação e pós-parto

A gestação é um estado sublime, um período de 40 a 42 semanas de muitas transformações no corpo da mulher.
Durante a gravidez além do aumento do peso corporal temos também mudanças hormonais, que levam a alterações de humor, atenção e concentração. Para completar, com o passar dos meses nosso centro de gravidade vai sendo cada vez mais projetado para frente e nossa resistência muscular e respiração ficam comprometidas, além das outras mudanças!
Durante este período a prática de exercícios físicos é essencial para melhorar a qualidade de vida da futura mamãe. Dentre os exercícios podemos destacar o Método Pilates, no entanto, alguns cuidados devem ser tomados. A gestante e o seu professor devem evitar os exercícios que utilizam muita contração abdominal e de grandes alavancas. Pensando nesse momento tão especial, e na importância de praticar exercícios durante a gestação e nos pós-parto separei algumas dicas para a prática de Pilates nesse período.
O que evitar do Repertório de Mat Pilates durante a gestação:
– Devemos evitar todos os exercícios de rolamento de coluna para trás, como Roll Over, Jack Knife, Control Balance;
– Abdominais como o Hundred, o Teaser, One Leg Strech;
– A partir do segundo trimestre todos os exercícios em Decúbito Ventral devem ser evitados;
Já a prática no Estúdio com aparelhos é mais segura e eficaz para a gestante, mas ainda assim devemos evitar todos os exercícios citados acima.
Benefícios do Pilates para a gestante:
– Fortalecimento da musculatura de assoalho pélvico;
– Melhora da postura;
– Melhora da qualidade respiratória;
– Prevenção de possíveis dores lombares;
– Maior consciência corporal;
– Facilitação para o parto normal;
Quanto tempo depois do parto devemos retornar as atividades físicas?
– Assim que o médico der alta.
No pós-parto devemos evitar as flexões laterais nos primeiros três meses, pois não sabemos se houve rompimento da diástase abdominal. É muito importante desenvolver novamente na mulher a força abdominal, força nos glúteos, força nos adutores e a mobilidade articular na região lombar.
O Método Pilates é maravilhoso para a recuperação da percepção da contração do assoalho pélvico (períneo); fortalecimento das pernas; fortalecimento da musculatura dorsal; adutores; entre outros exercícios.
Fonte:Andreia Monteiro

Estudo aponta que batata-doce é boa aliada do emagrecimento


Por apresentar índice glicêmico moderado, tubérculo tem sido adotado na dieta de muita gente que anda preocupada com a balança.


Os carboidratos são os vilões de algumas dietas e até considerados os inimigos do emagrecimento.



Mas, na verdade, não é preciso banir esses nutrientes da mesa. Para evitar os quilos a mais, basta ter moderação e fazer boas escolhas. As opções de baixo índice glicêmico (IG) são absorvidas,fornecendo energia lentamente para o organismo. “Assim, evitam o armazenamento das calorias em gordura corporal e prolongam a saciedade”, explica o nutricionista Guilherme Coutinho.

A medida representa a velocidade com que a glicose chega à corrente sanguínea.
A batata-doce é uma das principais opções desse tipo por apresentar níveis moderados de IG.


Ela ajuda a manter a disposição durante toda a atividade física — função ainda mais importante quando o exercício tem longa duração ou maior intensidade. Os carboidratos são fundamentais nesse processo. “Sem eles, o corpo pode acabar buscando energia nos músculos”, alerta a nutricionista Viviane Reis.

Tal consequência é o oposto dos objetivos de quem busca aumento muscular.



Ela também é rica em fibras, que auxiliam no trânsito intestinal;em vitamina A, com funções na saúde da pele e da visão; em vitamina B,importante para o funcionamento dos músculos e do sistema nervoso;em potássio, que ajuda a regular a pressão arterial e em carotenoides.



Os últimos são pigmentos naturais responsáveis pela coloração dos alimentos e apresentam propriedades antioxidantes, que ajudam na proteção contra o envelhecimento e até o câncer.


Fonte:Reader's Digest

Benefícios do pilates


Os incríveis benefícios do pilates

“Não vou caminhar porque estou com dor na coluna”, ou “não vou à academia porque estou com dor no joelho”. Quantas vezes já escutamos isso?
É extremamente comum usarmos a dor como desculpa para não fazer exercícios físicos.  O que muitas pessoas não sabem é que certos exercícios, por promover o fortalecimento muscular, são grandes aliados para acabar com a dor.  Aí entra o pilates, método de condicionamento físico que une corpo e mente, ampliando a capacidade dos movimentos, aumentando o controle, a força, o equilíbrio muscular e a consciência corporal.
Os exercícios são focados principalmente nos músculos do centro do corpo, ajudando a manter o equilíbrio e estabilizando a coluna vertebral.
Os exercícios são focados principalmente nos músculos do centro do corpo, ajudando a manter o equilíbrio e estabilizando a coluna vertebral.
O método foi criado por Joseph Pilates quando ficou preso durante a primeira Guerra Mundial. Ele insistia que os exercícios físicos eram a maior fonte de bem-estar físico e mental e de se evitar enfermidades. Como alguns soldados feridos não conseguiam sair da cama, ele improvisou prendendo as molas dos colchoes nas cabeceiras das macas, criando os primeiros aparelhos de pilates como o cadillac. Após a guerra ele foi para Nova Iorque, onde abriu seu próprio estúdio por volta de 1929. Lá ele colocou em prática tudo o que havia aprendido ao longo da sua vida em relação às atividades físicas que praticou e, as unindo com as técnicas de respiração milenares do Yoga, acabou criando o que chamou inicialmente de “contrologia” (quando a mente está sobre o controle dos músculos). Como seu estúdio ficava perto de muitos estúdios de dança, Joseph ficou famoso no meio artístico e muitos bailarinos famosos ajudaram a difundir o pilates pelo mundo.
Buscado cada vez mais por brasileiros que buscam boa forma e uma vida mais saudável e muito indicado por médicos, o pilates auxilia na reabilitação e trabalha a musculatura em seu alongamento e fortalecimento máximo, envolvendo concentração, controle do corpo, força, respiração, alinhamento postural, leveza e precisão. Nas aulas, trabalham-se vários grupos musculares ao mesmo tempo, através de movimentos suaves e contínuos em diferentes aparelhos ou simplesmente no solo, com ajuda de bolas e elásticos.
Foco na qualidade dos movimentos ao invés da quantidade.
Foco na qualidade dos movimentos ao invés da quantidade.
  • Depois de um tempo você irá notar:
  • melhor alongamento;
  • -músculos mais fortes e tonificados;
  • melhora na postura;
  • -maior percepção do seu corpo da sua mente;
  • - a prevenção de lesões;
  • redução do estresse e da ansiedade (passamos a respirar melhor no dia a dia);
  • alívio das tensões musculares;
  • sua coluna mais forte;
  • menos dor nas articulações;
  • aumento da coordenação motora e do equilíbrio;
  • melhora da sua autoestima.
  • Nas palavras do próprio Joseph Pilates, “respeite seu próprio ritmo”, sempre! (Não deixe de ir ao seu médico antes de começar a praticar).
  • Fonte: Lara Berruezo

Vamos pilatear


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Pilates,respire, fortaleça....


Viajou??


A biomecânica do método pilates - conceitos que todo instrutor precisa saber


Durante muito tempo os estudos dos movimentos corporais foram realizados baseados no corpo estático. O que já nos proporcionou um grande conhecimento sobre: os ligamentos, músculos, ossos e várias estruturas corporais.
Além de uma importante gama de princípios e técnicas usadas até hoje. Entretanto, pouco da biomecânica do método Pilates foi explorado até os dias atuais.
Ao ler este texto você irá compreender a importância de dominar a biomecânica de cada movimento realizado dentro do Pilates.

Após tornar conhecimento deste tema você descobrirá o quão mais fácil e objetivo será a sua aula e o seu tratamento com o seu aluno.
Infelizmente este tema é muito negligenciado nos estúdios atuais e poucos são os profissionais que entendem o como, porque, quando e com qual intensidade aplicar um exercício. Infelizmente os profissionais não sabem porque lhes falta o conhecimento biomecânico necessário.
Sobre os conhecimentos da biomecânica do Método Pilates

Neste breve texto eu apenas introduzo o tema e a sua importância. Não tenho dúvidas de que se você dominar este assunto o seu nível como instrutor irá aumentar absurdamente e a sua autoridade diante dos seus alunos também.
Tenha certeza disso: Seus alunos irão perceber a diferença e ter muito mais confiança em você!
Bom, apesar de ser um dos sonhos do Joseph Pilates, talvez nem ele mesmo imaginaria os rumos que seu Método tomaria em todo mundo. E como já sabemos, o crescimento acelerado de qualquer coisa, tende a deixar “furos” e alguns itens importantes passarem despercebidos. Com o Pilates não é diferente e por isso a importância de tratarmos sobre a biomecânica do Método Pilates.
Apesar de todo sucesso e das diversas vertentes do Pilates existentes hoje, jamais podemos deixar de entender a base biomecânica existente por detrás do Método. Para que possamos usufruir de tudo que o Método Pilates nos oferece. Entendendo assim porque Joseph Hubertus Pilates foi um gênio, muito além de sua época.
Joseph Pilates em seu livro Sua Saúde, já clamava por mais conhecimentos, e dizia que:
Contrologia é o controle consciente de todos os movimentos musculares e a correta utilização e aplicação dos princípios mecânicos que abrangem a estrutura do esqueleto, um completo conhecimento do mecanismo do corpo e uma compreensão total dos princípios de equilíbrio e gravidade, como nos movimentos do corpo durante a ação, no repouso e no sono
Esse pedido de Joseph foi atendido com o incremento de novos exames e técnicas laboratoriais. O que permitiu que seus exercícios fossem estudados profundamente, de forma que tivéssemos mais compreensão do corpo em movimento.
O que vem nos proporcionando a quebra de vários paradigmas em diversas áreas, surgindo assim uma biomecânica, mais precisa eficaz, e por vezes, até contraproducente.

A importância do Power House



Vamos falar um pouco sobre o conceito da estabilidade central, do core ou Power House, sob a ótica da física.
Panjabi um engenheiro biomédico, foi o primeiro a falar sobre o conceito da estabilidade dentro da cadeia cinética. Ele afirmou que a instabilidade central seria a principal causa de lesões, e por consequência, dor em nossos alunos.
A partir daí, Paul Hodges professor e Principal Investigador Sénior na divisão de fisioterapia na Universidade de Queensland (Austrália) desenvolveu o conceito da estabilização central através do Power House.
Onde afirma que quanto mais estável um corpo estiver menos lesões esse corpo terá. Esse conceito foi muito bem desenvolvido e embasado. Porem se pensarmos em física pura, ele encontra-se incompleto, pois confunde estabilidade com rigidez.

Estabilidade x Rigidez: Entenda o conceito e melhore o tratamento


Na mecânica, parte da física compreende o estudo e análise do movimento e repouso dos corpos. Além de sua evolução no tempo, seus deslocamentos, sob a ação de forças, e seus efeitos subsequentes sobre seu ambiente.
O conceito da estabilidade deve ser capaz de transformar a energia potencial* gravitacional de um corpo em energia elástica. Isso pelos músculos e tendões, armazenando essa energia para o movimento (energia cinética).
*A Energia Potencial é a energia que pode ser armazenada em um sistema físico que tem a capacidade de ser transformada em energia cinética. Conforme o corpo perde energia potencial ganha energia cinética ou vice-e-versa. É a energia que corresponde ao trabalho e a força Peso – gravidade.
É a energia cinética armazenada por um corpo que gerará estabilidade de forma econômica para o movimento corporal. Respeitando assim, as três leis que regem o corpo: economia, equilíbrio e conforto.
Porém esse conceito vem sendo confundido. Um corpo rígido é uma “nuvem” de partículas cuja distância entre elas não muda no tempo. E um corpo rígido perde a capacidade de absorver a energia gravitacional a seu favor
Quando falamos em rigidez na verdade estamos falando em um corpo estável, com seu Power House acionado. Capaz de gerar estabilidade suficiente de seu potencial gravitacional para transformá-la em energia elástica, por seus músculos e tendões em energia cinética.
No caso de um Power House bem acionado devemos obter a estabilidade suficiente. Isso sem perdermos a mobilidade necessária para esse corpo se mover de forma econômica e saudável.
Além disso, a rigidez aumentada de um corpo, pode causar inúmeras quebras de conceitos físicos para a promoção da saúde articular do mesmo. Além de proporcionar a esse corpo o aumento da pressão intracavitário. Que gera fugas (incontinência urinaria), hérnias inguinais e umbilicais, hemorroidas… Dentre outras implicações, além claro, da impossibilidade de armazenar energia potencial cinética para esse corpo.

A Coluna Funcional Estática e Dinâmica


Vamos entender melhor esse conceito da estabilidade descrito por Paul Hodges. Que como eu disse anteriormente não está errado, mas sim incompleto, e como usarmos esse conceito em nossa pratica clínica.
Segundo Kapandji, na coluna possuímos as cifoses e as lordoses, curvaturas alternadas para funções distintas.
As cifoses têm a função de proteção dos nossos principais órgãos e servem como pontos fixos para que os músculos realizem os movimentos nas lordoses.
Essas curvaturas estão presentes para distribuir de forma considerável a forca de compressão axial (forca gravitacional).
Existem dois tipos de colunas: a do tipo funcional dinâmica e a do tipo funcional estática.
Coluna do tipo funcional estática é definida como uma coluna com suas curvaturas menos marcadas. Ou seja retificada. Esse tipo de coluna tem seu equilíbrio muito precário. E este individuo está muito mais susceptível à quedas, pois quanto menor a mobilidade, menor a estabilidade, e menor equilíbrio e como resultante mais quedas.
Coluna do tipo funcional dinâmica possui curvaturas mais móveis, acentuadas com maior mobilidade, e, portanto, mais susceptíveis à lesões.
Logo temos aqui um dilema, nossa coluna, deve ser estável o suficiente para suportar a forca gravitacional, e móvel o bastante para ser flexível. E se essas curvaturas forem equilibradas, menos chances de lesões.

Onde foco meu atendimento?


Sabendo da necessidade de mobilidade e estabilidade da coluna vertebral, devemos em nosso atendimento, focar no conceito da estabilidade sempre?
Claro que não, pois se focarmos sempre na estabilização criaremos um corpo muito rígido. E quanto mais rígido esse corpo, menos mobilidade nosso aluno terá.
Por conseguinte menor capacidade de armazenar toda a energia potencial elástica a se favor. Esse corpo estará susceptível a perder a estabilidade durante o movimento por não ter mobilidade. Além de desrespeitarmos um dos principais legados deixados porJoseph Pilates, o da mobilização das vértebras.
Esse aluno dificilmente realizará um Rolling Like a Ball com perfeição. Respeitando ainda o movimento fundamental do tronco, conceito de coordenação motora descrito por Madame Bézières e Madame Piret.
O contrário também e verdadeiro, se estivermos diante de um corpo muito móvel, ele nada terá de rigidez. Perdendo estabilidade quando colocamos sua massa em movimento.
Sendo que força e igual a massa vezes aceleração, esse corpo em aceleração estará totalmente instável, e, portanto, com força diminuída.
Também não conseguindo utilizar a energia gravitacional ou potencial para armazenar energia de movimento para a cadeia cinética de movimento.
Seus músculos estão muito flácidos, estirados, totalmente fora da curva de comprimento X tensão para gerar contração efetiva. E seu tronco estará completamente instável, muito exposto à possíveis lesões.

As 3 Leis Corporais que você nunca deve esquecer!


Em um corpo saudável com seu sistema estabilizador em equilíbrio deve respeitar as três leis corporais:
  • Lei do Equilíbrio: Em nossa fisiologia, o equilíbrio corporal, em toda sua dimensão corporal (parietal, visceral, hemodinâmica e neurológico). É sempre prioridade e as soluções encontradas são sempre econômicas.
  • Lei do Conforto: O funcionamento de um corpo é fisiológico e sempre confortável. Já o comportamento de um corpo não fisiológico, estará sempre em busca da conservação do equilíbrio, tendo como prioridade a ausência de dor.
  • Lei da Economia: Esse corpo fará tudo para não sofrer, mesmo que esse esquema adaptativo comprometa a nossa mobilidade, levando a um desgaste excessivo de energia, e deformações corporais posteriormente.
Essas três leis: conforto, equilíbrio e economia do corpo devem ser capazes de transferir economicamente através de sua mobilidade e rigidez (estabilidade). Permitindo que seus músculos e tendões usem a energia potencial elástica à seu favor.
Portanto quando pensamos em estabilidade, devemos lembrar também na necessidade do equilíbrio entre a rigidez central e a mobilidade.
Entendido esse conceito, podemos afirmar a genialidade do mestre Joseph Pilates. Que há aproximadamente cem anos atrás, já propunha uma revolução na forma de se exercitar.
Até então, aproveitando em seu Método, o conceito da mobilidade em diversos exercícios. E força central, muitas vezes ao mesmo tempo e no mesmo exercício, gerando corpos: estáveis, alongados, fortes (sem a necessidade de fibras hipertróficas em largura, mas sim em comprimento).
Aumentando assim a capacidade do músculo, comportar-se como uma mola, e, portanto, equilibrados, dentro do conceito da estabilidade, basta olharmos os corpos dos praticantes de Pilates.

Prática do Studio: O que fazer?


No nosso dia a dia clinico, aplicando o conceito proposto por Joseph Pilates, e agora, explicitado pela física. Devemos pensar nos dois tipos de colunas propostos por Kapandji. Caso nosso aluno apresente uma coluna do tipo funcional estática, mais rígida. Como por exemplo, um aluno cifótico ou totalmente retificado, ao contrário do que Joseph Pilates achava correto.
Colunas completamente retas, como já lemos no início desse texto, que neste ponto Joseph estava equivocado. Hoje sabemos  da importância das curvaturas fisiológicas dacoluna vertebral.
Isso para melhor distribuição da força axial sofrida a todo momento. Seja pela ação da forca gravitacional e da força de reação do solo. Logo devemos primeiro devolver a mobilidade da coluna, prioritariamente.
Eu disse prioritariamente, não devemos deixar de exercitar sua força central, mas devemos enfatizar sua mobilidade. E, ao contrario, se estivermos diante de um aluno com uma coluna do tipo funcional dinâmica com aumento das curvaturas fisiológica.
Como por exemplo, um hiperlordótico, e, portanto, muito móvel, pouco estável, com pouca ou nenhuma absorção da energia potencial e logo com pouca força, muito susceptível a lesões. Nós profissionais do movimento devemos priorizar o aumento da estabilidade central, o Power House.
Lembrando que as curvas secundárias, as lordoses, geralmente são mais moveis. Devendo ser estabilizadas, do que as curvas primarias. Já as cifoses, geralmente são mais rígidas, devendo, portanto, ser mobilizadas.
Quando estamos diante de uma coluna do tipo funcional dinâmica e formos dar ênfase a força central não podemos esquecer do músculo psoas que, a princípio, deve ser completamente isolado.

A biomecânica do Pilates: The Roll Up


Um bom exercício para iniciarmos um trabalho eficaz com um aluno retificado, seria o Roll Up. Um exercício de nível iniciante que tem entre os seus objetivos mobilizar a coluna.
No Roll Up a posição inicial do aluno se dá em decúbito dorsal com a coluna neutra e a cabeça apoiada na calota craniana. O Instrutor solicitará o acionamento do Power Housee o acionamento da linha média dos membros inferiores.
Além do acionamento dos adutores do quadril, pois eles serão o ponto fixo para a subida.
Observando bem o alinhamento dos pés em dorsiflexão, e também o posicionamento dos dedos. Pois a dorsiflexão deve ser feita com o tibial anterior e não com os extensores dos dedos.
Dedos estes que deverão estar em perfeito alinhamento, a partir daí solicita-se flexão da coluna cervical durante a fase expiratória. Seguida da dorsal e lombar, os primeiros trinta e cinco graus de flexão são dados pela cabeça, sem nenhuma participação cervical.
Através dos supra e infra hioideos e leve contração inconsciente do masseter para manter a boca em fechamento durante o exercício. A partir daí o movimento é construído com o afundamento do esterno para construção da flexão seguido de vértebra por vértebra.
Com ligeira inclinação do púbis ao umbigo, o enrolamento se faz no sentido caudal. Nesse momento já com a ação do reto abdominal e oblíquos,  todo o sistema muscular e ligamentar de toda cadeia de extensão ou cadeia posterior encontra-se em tensão.

O movimento

O movimento é feito na expiração permitindo que as vísceras e órgãos não sejam privados de sua irrigação (regra da artéria absoluta de Andrew Still). Pois o diafragma encontra-se alto em relaxamento.
Caso seu aluno possua frouxidão ligamentar dos cotovelos o Instrutor solicitará o acionamento do conjunto bíceps e tríceps para não sobrecarregar as articulações epicondilianas.
O mesmo é solicitado nos joelhos, à ativação do conjunto muscular isquiotibiais e quadríceps com o objetivo de não sobrecarregar os ligamentos posteriores do joelho (sobretudo se estiver atendendo um aluno que já realizou a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior ou Ligamento Cruzado Posterior, ou ainda, se buscou o Pilates por optar pelo tratamento conservador).
Com isso já se manda uma informação aferente ao Sistema Nervoso Central das propriocepções corretas articulares. Quando o aluno encontra-se já sentado, o Instrutor solicitará o afastamento das últimas costelas das cristas ilíacas, promovendo uma contração excêntrica do quadrado lombar e multifideos.
Muita observação para o abdômen permanecer dentro durante a realização do movimento e para que não haja linhas de quebra no tronco no movimento fundamental já descrito anteriormente.
Caso haja, ali está a falta de mobilidade de seu aluno, e por fim os braços do aluno devem buscar seus pés.
Sem a retificação lombar, muito comum nessa fase do exercício, os pés em dorsiflexão fecham a cadeia, no meio do movimento e o aluno deve exercer uma forca para frente como se alguém quisesse arrancar seus braços, pernas e cabeça.
E uma força diametralmente oposta como se alguém tracionasse sua coluna lombar para trás, como se quisesse ultrapassar uma barra afastando assim as vertebras lombares promovendo um alongamento ativo da região.

A Biomecânica do Pilates: The Single Leg Stretch


Já um excelente exercício para se realizar com um aluno hiperlordótico, que precisa de estabilidade seria o Single Leg Strech.
O Single Leg Strech tem por objetivo fortalecer os flexores do quadril, Power House, músculos do abdômen.
E ainda praticar e observar a coordenação motora do seu aluno. Na posição inicial do exercício o aluno encontrar-se-á em decúbito dorsal, com a coluna neutra e a cabeça apoiada sobre a calota craniana respeitando a curvatura lordótica da coluna cervical.
O Instrutor solicita o acionamento do Power House, e na expiração o Instrutor solicita que o aluno traga uma das pernas em direção ao tórax. No outro ciclo respiratório solicita-se que traga a outra perna em direção ao tórax. E as pernas em table top, ou seja, noventa graus de flexão de quadril e joelhos.
Procure orientar seu aluno a realizar a angulação perfeita, não permita que o Psoas descoordene o movimento, mantendo o alinhamento dos membros inferiores.

Continuando o movimento

A ação dos Isquiotibiais será muito importante devido à sua função proprioceptiva. Isso porque em semi flexão, os ligamentos do joelho estarão relaxados e serão os isquiotibiais que assumirão a função de reecentragem dos joelhos, como se fossem rédeas de um arreio de um cavalo, agindo sobre a forte vocação de rotação do Iliopsoas. O que irá proteger os joelhos do valgo dinâmico, sendo assim ligamentos ativos do joelho.
Em seguida solicita-se o bom posicionamento dos membros superiores em apoio nos maléolos com ativação do Serrátil. Caso seu aluno não possua comprimento suficiente para alcançar os maléolos, pode posicionar as mãos mais acima, o braço esquerdo apoia-se no joelho esquerdo externamente.
Já o braço direito apoia-se sobre o maléolo da tíbia, o membro inferior direito deve preferencialmente, estar paralelo ao solo. Porém, se de novo o Psoas entrar em ação, rirando a coluna lombar da sua posição neutra ideal deve-se elevar o membro inferior direito, eliminando a tração da lombar realizada pelo potente Psoas.
Solicita-se ao aluno a flexão da coluna cervical e a flexão da coluna dorsal, construindo a flexão a partir do movimento fundamental afundando o esterno.
Pondo em ação os músculos do abdômen, pede-se a inspiração e na expiração troca-se de perna, o membro inferior que estava estendido vem de encontro ao tórax, e ao contrario o membro inferior que estava flexionado deve ser estendido.
Não se esquecer da fluência do exercício, que deve ser cadenciado e a perna que vem ao tórax de ser tracionada objetivando ganhar-se mobilidade e alongamento na articulação, entre o fêmur e o acetábulo.
Já a perna que esta em extensão deve procurar a decoaptação acetábulo femoral, tentando atingir o mais longe possível com seus membros inferiores, indo em direção ao horizonte.

Concluindo…


O mais importante de tudo é não esquecermos que a coluna e todo o corpo devem ser mobilizados. Também, e, sobretudo em extensão, sem receio, mesmo com a presença de uma lesão lombar, com o Power House bem ativado, os riscos de dano à coluna são minimizados.
Lembre-se sempre que a falta de movimento é curada com o movimento.
Fonte: Janaína Cintas