Vamos falar da articulação que tem por função primordial a mobilidade. Vamos abordar aqui sua função e alguns exercícios de Pilates e funcional que trabalham sua função. Para explicar melhorar como esta articulação trabalha vamos observar a imagem abaixo que apresenta sua constituição.
Imagem 1. Anatomia do Tornozelo
Nesta imagem podemos observar que o tornozelo é composto pelos ossos: fíbula, tíbia e tálus, possuindo ligamentos que irão estabilizar esta articulação de forma passiva e dinâmica e músculos que irão estabilizar de forma dinâmica.
Esta articulação realiza movimentos de plantiflexão, dorsiflexão, inversão e eversão nos planos sagital e frontal respectivamente.
Vamos falar sobre sua função:
É o tornozelo que faz reação ao solo, absorvendo impacto e dando estímulo às demais articulações, estimulando a ação muscular. Logo, o posicionamento adequado desta articulação é essencial para que os músculos corretos sejam acionados, evitando o recrutando de músculos desnecessários ou sobrecarga de determinadas articulações ou músculos.
A manutenção das curvas fisiológicas do pé são importantíssimas para o posicionamento adequado do tornozelo, assim como a distribuição de apoio correto do pé. Até mesmo a indústria de calçados percebendo esta importância tem desenvolvido calçados cada vez mais anatômicos e direcionados a cada tipo de pé, pronado ou supinado.
No entanto, em casos específicos onde há grandes alterações pode-se também realizar o uso de palmilhas ortopédicas confeccionadas sob medida.
Nas atividades físicas diárias como caminhar e agachar o tornozelo tem papel importante pois, se sua mobilidade não estiver preservada, estas atividades serão executadas em padrão de compensação e assim estando predisposto a lesão muscular e articular.
Outro fator a ser ressaltado é a capacidade proprioceptiva do tornozelo. Ter uma boa propriocepção do tornozelo é importante para caminhar na rua, calçadas, praia, montanhas onde o solo pode ser irregular e instável, assim como nas atividades esportivas.
Além disso, uma boa resposta proprioceptiva irá prevenir a principal lesão que acomete esta articulação: o entorse de tornozelo.
O tornozelo também é o responsável por absorver impacto em atividades como corrida e saltos. Primeiramente o pé toca ao solo com os dedos e a face plantar do pé, absorvendo o impacto no tornozelo e depois contatando o calcanhar ao solo, no entanto isto só é possível se houver boa mobilidade e estabilidade desta articulação, caso contrário, o pé tocará diretamente no solo, fazendo com que o impacto seja direcionado ao joelho.
Para manutenção da funcionalidade desta articulação vamos observar abaixo algumas dicas para trabalho desta articulação:
Dica 1 | Trabalho educativo
O Trabalho educativo é de extrema importância no início de atividades como Pilates e treinamento funcional. A partir deste trabalho o aluno/paciente ganha consciência corporal e aprende a posicionar adequadamente seu corpo, neste momento é preciso ter o cuidado minucioso com cada uma das articulações trabalhando de forma individualizada com cada uma para depois realizar movimentos integrados.
Para este tipo de trabalho sugere-sem exercícios de Mat Pilates onde o indivíduo realiza os movimentos sem auxílio de equipamentos, aprendendo a recrutar os músculos necessários.
Dica 1: Dorsiflexão e Plantiflexão (realizar o movimento isolado, trabalhando o tornozelo e os dedos mantendo o alinhamento do pé no plano sagital).
Dica 2: Trabalho de Mobilidade
A manutenção da mobilidade do tornozelo é essencial nas atividades de vida diária como caminhar e agachar.
A manutenção da mobilidade do tornozelo é essencial nas atividades de vida diária como caminhar e agachar.
As alterações no padrão de marcha em muitas vezes estão relacionadas a falta de mobilidade no tornozelo.
Além disso, certamente você já viu aquele indivíduo que agacha na ponta do pé levantando o calcanhar, pois então, isto acontece por falta de mobilidade no tornozelo e/ou encurtamento de Tríceps Sural.
Outro fator que pode contribuir para a falta de mobilidade nesta articulação é o encurtamento ou tensão fascial, para isso o trabalho de liberação miofascial manual ou auto-liberação são super indicados.
Além disso, certamente você já viu aquele indivíduo que agacha na ponta do pé levantando o calcanhar, pois então, isto acontece por falta de mobilidade no tornozelo e/ou encurtamento de Tríceps Sural.
Outro fator que pode contribuir para a falta de mobilidade nesta articulação é o encurtamento ou tensão fascial, para isso o trabalho de liberação miofascial manual ou auto-liberação são super indicados.
Dica 2: Exercício Running (realizar o movimento com foco no alongamento de cadeia posterior e mobilidade do tornozelo em dorsiflexão e plantiflexão).
Dica 2: Mobilidade de Tornozelo (realizar o avanço do joelho, mobilizando o tornozelo em dorsiflexão)
Dica 3 | Trabalho de Posicionamento Ortostático
Durante os exercícios em ortostase é necessário que o aluno/paciente tenha consciência corporal para posicionar seu tornozelo de forma correta antes mesmo de iniciar qualquer exercício.
Quando o aluno está no mat ou posicionado em um equipamento este posicionamento de certa forma se torna mais fácil. Em primeiro lugar porque no mat não está sendo utilizada carga alguma e o movimento está sendo realizado de forma livre, o corpo está sobre o solo, tendo menor ação da gravidade. Já os equipamentos, muitas vezes auxiliam o movimento, facilitando sua execução.
Em posição ortostática sofremos influência da gravidade e de todo corpo que está acima do tornozelo. Como já falamos anteriormente, é o pé e o tornozelo que irão reagir ao solo e dar estímulo para ocorrer ação muscular. Logo, é preciso que esta articulação esteja bem posicionada mantendo os arcos plantares e realizando o contado do pé com o solo de forma equilibrada e bem distribuída.
É preciso que o pé e o tornozelo realizem a sustentação estimulando a ação de membros inferiores e tronco, realizando também o crescimento axial para a manutenção de uma boa postura.
Dica 3: Orientar quanto ao posicionamento adequado em todos os decúbitos, inclusive na posição ortostática que é onde ocorre maior trabalho do tornozelo.
Dica 4 | Trabalho de Estabilidade
Já sabemos que o tornozelo é uma articulação de mobilidade, no entanto é necessário o equilíbrio entre mobilidade e estabilidade em qualquer articulação. A estabilidade é importante para prevenir entorses e outras lesões como fasceíte plantar, tendinite de aquiles e até mesmo lesões no joelho e quadril. Como tenho mencionado em matérias anteriores, a falha na função de uma articulação pode levar ao trabalho excessivo de outra articulação sobrecarregando determinadas estruturas e músculos, levando a lesões.
Dica 4: Exercício Unipodal no TRX (exercício com foco na dominância de joelho e estabilidade de tornozelo)
Dica 5 | Trabalho Proprioceptivo
Assim como o trabalho de mobilidade e estabilidade, o trabalho de propriocepção é muito importante para prevenir entorses e quedas.
A propriocepção estimula o trabalho receptores mecânicos que respondem ao estímulo de estiramento evitando lesões ligamentares e tendíneas.
Este tipo de trabalho pode ser iniciado em superfícies estáveis como o solo e evoluir para superfícies instáveis como o bozu.
Este tipo de trabalho pode ser iniciado em superfícies estáveis como o solo e evoluir para superfícies instáveis como o bozu.
Dica 5: Exercício no Bozu (realizar agachamento, exercícios unipodais)
A funcionalidade do tornozelo envolve não só a própria articulação, mas também a integridade de demais estruturas. Para isso é necessário olhar o corpo como um todo, levando em consideração todas as capacidades físicas como força, resistência, equilíbrio, flexibilidade, coordenação. Além de observar o funcionamento de demais articulações, músculos e fáscia.
Fonte:Andréia Souza
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