Para iniciar qualquer programa de exercícios, as grávidas devem
primeiramente passar por uma avaliação minuciosa e receber a aprovação de
seu médico. Em alguns casos o exercício está estritamente proibido, já em
outros, deve-se ter cautela, mas não há impedimento para a prática.
No caso da contra-indicação absoluta para se exercitar, tem-se como exemplo
o descolamento prematuro da placenta, sangramento vaginal persistente,
pré-eclâmpsia, doença cardíaca grave, hipertensão pela gravidez (PA maior
que 140 por 90mmHg), retardo do crescimento intra-uterino, e mulheres sem
assistência pré-natal. Em outras situações a grávida pode apresentar algumas
contra-indicações relativas que limitam (mas não impedem) a prática da
atividade física, como é o caso do diabetes, anemia, hipoglicemia, gestação
múltipla, colo uterino dilatado, obesidade ou peso insuficiente, estilo de
vida sedentário.
Que benefícios o exercício pode trazer para as grávidas
Observa-se que as mulheres que praticam exercícios durante a gravidez
apresentam um menor número de desconfortos, tais como edema, câimbras,
fadiga e falta de ar. O exercício pode contribuir para melhora do tônus,
diminuir risco de perda óssea (que ocorre por causa do estrogênio), promover
boa postura e melhorar a mecânica corporal, prevenir lesões por causa da
frouxidão, produzir menor risco de estase circulatória e aparecimento de
varizes. Pode, ainda, ajudar a prevenir dor lombar, incontinência urinária e
a diástase do reto abdominal. Além disso, promover melhora do humor, da
auto-estima e da imagem corporal que podem estar alterados neste período.
O que deve constar num programa de atividades para grávidas
Uma postura apropriada, evitando o excesso de curvas na coluna, uma
distribuição de peso mais equilibrada para os membros inferiores, uma
orientação mais horizontal do olhar para diminuir a projeção da cabeça, com
um menor gasto de energia possível, são boas recomendações para melhorar a
postura e diminuir a dor e os desconfortos.
Deve ser dada uma atenção especial aos músculos do assoalho pélvico na
gravidez, uma vez que eles podem sofrer fraqueza neste período e tem papel
importante no parto vaginal e na recuperação pós-parto (seja no parto
normal, seja na cesariana).
Durante a gravidez os exercícios abdominais favorecem a melhora do
equilíbrio muscular e da postura, melhoram o apoio para o útero em
desenvolvimento, promovem maior estabilização do tronco e alinhamento
pélvico e, ainda, favorecem o aumento da pressão intra-abdominal importante
na defecação, micção e no parto.
A posição quadrúpede pode ser uma ótima escolha para ativação dos músculos
abdominais, mas deve-se ter cautela ao realizar a extensão do quadril nesta
posição e com isso produzir uma hiperextensão lombar. Os exercícios mantendo
a coluna neutra enquanto realiza atividades com os joelhos fletidos (como os
arcos e círculos de fêmur) e os deslizamentos das pernas, são recomendados.
Porém a elevação e abaixamento das pernas com joelhos em extensão são
evitados, já que as articulações na coluna estão mais vulneráveis e sofrem
uma tração excessiva sobre o abdômen alongado nesta posição.
Os exercícios freqüentes nos pés e tornozelos ajudam a diminuir o edema e as
câimbras nos membros inferiores. Pode-se aconselhar a elevação das pernas
(até no máximo 45 graus) para facilitar o retorno venoso. A posição
quadrúpede também diminui o estresse sobre os vasos dos membros inferiores.
Que cuidados tomar com a mulher grávida
Qualquer programa de exercício para grávidas precisa ser individualizado, ao
máximo, respeitando os limites de resistência e flexibilidade, nível de
aptidão, saúde geral, idade, atividade física prévia, sua individualidade
biológica e o estágio da gravidez em que se encontra.
Deve-se ficar atento, uma vez que as alterações hormonais podendo facilitar
a frouxidão ligamentar, o amolecimento da cartilagem e a proliferação da
sinóvia, contribuem para as modificações posturais e ainda aumentam a
possibilidade de lesões durantes os exercícios em excesso. Os alongamentos
devem ser realizados com delicadeza e cautela, por causa da instabilidade
articular gerada por essas alterações hormonais.
A capacidade de realizar exercício declina em 20-25% no terceiro trimestre,
já que a demanda fetal de sangue e oxigênio aumenta muito. Deve-se ter
cuidado, portanto, com exercícios intensos, já que existe a possibilidade do
sangue ser desviado do útero para suprir a demanda dos músculos. As cargas
são mínimas, não deve haver mudança rápida na direção do movimento, o
ambiente precisa ser fresco para evitar o aumento do calor corporal e a
intensidade dos exercícios deve respeitar os sintomas e o estágio da
gravidez.
As mudanças freqüentes de posição devem ser encorajadas, mas mantendo o
cuidado de não realizá-las bruscamente a fim de evitar a hipotensão
postural. Deve-se evitar também a posição prolongada em pé.
“Se aos 30 anos você está sem flexibilidade e fora de forma, você é um velho. Se aos 60 anos você é flexível e forte, você é um jovem.” ( Joseph Pilates)
quarta-feira, 16 de março de 2016
Exercícios para grávidas
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