Introdução
O presente estudo deriva de um projeto de mestrado, idealizado pela professora
Silvana Junges, que tem por finalidade avaliar os benefícios do Método Pilates em mulheres
com cifose. Neste trabalho, serão abordados os efeitos do método sobre a flexibilidade de
mulheres adultas e/ou idosas com cifose, levando-se em consideração as articulações do
tronco e da cervical.
Nieman apud Silva (2006) nos lembra que a flexibilidade possui relação direta com a
idade, uma vez que o aumento desta normalmente vem acompanhado de um decréscimo dos
valores da primeira. No entanto, isso parece estar muito mais ligado ao sedentarismo do que
ao processo de envelhecimento. Destacamos que uma flexibilidade desenvolvida tem a
capacidade de promover a independência locomotora, um dos aspectos mais significativos no que diz respeito aos fatores negativos do processo de envelhecimento. Por isso, justificamos a importância desse estudo destacando que uma atividade física bem direcionada pode resultar em um aumento da flexibilidade (SILVA, 2006), o que leva a uma conseqüente melhora na qualidade de vida de adultos e idosos.
A cifose caracteriza-se por ser um aumento anormal da concavidade posterior da
coluna vertebral, podendo ser congênita ou ocasionada por má postura e condicionamento
físico insuficiente. Algumas doenças também podem levar a tal deformidade da coluna, como
a osteoporose e a espondilite. Uma curvatura de até 40º da coluna vertebral é tida como
normal, passando a ser caracterizada como uma cifose ao ultrapassar esse valor (TIDSWELL,2001). Esta curvatura tende a aumentar com a idade e é responsável por uma hiperlordose cervical, uma vez que projeta a cabeça à frente (VERDERI, 2001). Sá Tini (2007), em estudo 423X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 recente, referiu que a atividade física em idosos com cifose é responsável por um aumento considerável da flexibilidade nos mesmos. O Pilates, por outro lado, ainda é um assunto recente, e poucos estudos foram publicados até o presente momento que relacionam essa prática com a flexibilidade em idosos e/ou pacientes com cifose. Ainda assim, Bernardo(2006) publicou, em seus estudos, que a flexibilidade é um dos principais fatores que se desenvolvem com o treinamento de Pilates em adultos saudáveis.
Desta forma este trabalho tem por objetivo verificar os efeitos do treinamento de
Pilates na flexibilidade de adultos e idosos com cifose.
Metodologia
Participaram desta pesquisa 46 pacientes do sexo feminino (59,36±8,71 anos,
1,59±0,06 m e 62,93kg±9,73 kg). Os critérios de inclusão foram: ser do sexo feminino; ter
entre 45 e 80 anos de idade; possuir grau de cifose acima de 45º; não estar praticando Pilates nos últimos meses; ser não-fumante; e por fim, ter tempo livre para comparecer no mínimo a duas sessões semanais de uma hora cada.
Após começar o processo de recrutamento das pacientes, as mesmas foram divididas
aleatoriamente em dois grupos: grupo experimental (n=23), que sofrerá um treinamento de
Pilates duas vezes por semana, grupo controle (n=23), que não será submetido a nenhum tipo
de treinamento até o fim da pesquisa.
A coleta de dados se deu no Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física
(LAPAFI) da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto (FEFID) da PUCRS,
onde a flexibilidade foi avaliada nas pacientes através do uso de um flexímetro. Foram
analisadas as medidas de flexão, extensão e flexão lateral (direita e esquerda) de tronco, e
flexão e extensão de cervical. Para as medidas de flexão e extensão de tronco, o aparelho foi
posicionado na porção lateral direita da articulação, na altura do diafragma. Para as medidas
da flexão lateral do tronco, o flexímetro foi posicionado no centro da região dorsal, para a
flexão e extensão de cervical, o flexímetro foi posicionado um pouco acima da orelha direita
dos pacientes, sendo fixado pela cinta amarrada em torno da cabeça dos avaliados. Os sujeitos foram solicitados a repetir duas vezes os movimentos de flexão e extensão de cervical,enquanto deitados numa maca, com a cabeça para fora dessa. Todos os movimentos foram feitos duas vezes e os valores mais altos foram anotados para posterior análise.
Após coletados os dados, as pacientes começaram o treinamento de Pilates, com seis
meses de duração, seguindo exercícios de níveis básicos e dificuldade progressiva. Ao
424 X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 término do treino, serão reavaliadas para, enfim, constatar-se se houve algum ganho na flexibilidade das mesmas.
Resultados
Como o treinamento de Pilates começou em maio, os resultados coletados até o momento são apenas os de pré-treinamento. Em dezembro haverá uma reavaliação para enfim coletarem-se os dados do pós-treinamento. Os resultados encontrados até o momento são os
seguintes:
Tabela 1 - Os valores encontrados para as articulações do tronco e da cervical.
Flexibilidade medida em graus.
Flexão
Tronco
Extensão
Tronco
Flex. lat.
direita
Flex. lat.
esquerda
Flexão
Cervical
Extensão
Cervical
Média 110,05 15,84 26,45 26,45 39,02 41,09
DP 17,12 6,28 8,37 8,84 11,07 13,36
Conclusão
O projeto ainda está em andamento, portanto ainda não foram coletados os dados póstreinamento.
Dessa maneira, ainda não existe uma conclusão para o trabalho.
Referências
NIEMAN, David C. Exercício e Saúde: Como se prevenir de doenças usando o exercício
como seu medicamento. São Paulo: Manole, 1999. p. 15-290.
SILVA, M. Estudo comparativo dos níveis de flexibilidade entre mulheres idosas praticantes
de atividade física e não praticantes. Movimentun. [2006] Disponível em:
<www.unilestemg.br/movimentum/index_arquivos/movimentum_silva_margareth.pdf>
Acesso em: 3 jun. 09.
TIDSWELL, M. Ortopedia para fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2001.
VERDERI, E. Programa de educação postural. São Paulo: Phorte, 2001.
SÁ TINI, V., Correlação entre o grau da cifose e a flexibilidade em idosos praticantes de
atividade física. Brasília: 2007, UCB. Dissertação (mestrado em Gerontologia), Programa de
pós-graduação stricto sensu em gerontologia, Universidade Católica de Brasília, 2007.
BERNARDO, L., The effectiveness of Pilates training in healthy adults: An appraisal of the
research literature. Journal of bodywork and movement therapies. v. 11, p. 106-110, 2007
Fonte:Carlos B de Quadros1, Fernanda da C Pereira¹, Silvana Junges2, Rafael Reimann
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