terça-feira, 26 de maio de 2015

O que é pilates?


Desvios posturais


Períneo bem trabalhado garante vida sexual animada e postura firme



É um mistério: na era do culto ao corpo, quando tanta gente sabe nomes de músculos na ponta da língua, o períneo permanece desconhecido e mal aproveitado. Até por aqueles que adoram exibir bíceps, tríceps, quadríceps e glúteos sarados por aí.

Claro, não dá para exibir essa musculatura, mais profunda. Mas será preciso tanta sutileza para lidar com essa estrutura essencial a funções básicas como fazer xixi, sexo ou manter a postura?

"Pouca gente sabe onde é [o períneo]. Há um tabu enorme, já começa no reconhecimento de um lugar que pertence ao seu corpo", diz a fisioterapeuta Betty Gervitz.

Um sinônimo para períneo é assoalho pélvico. Desse jeito, fica mais fácil imaginar sua localização no corpo. Mesmo assim, não é fácil encontrar esse "chão". Afinal, ele se mexe, embora a maioria não se dê conta disso.

"O períneo é como qualquer outro músculo, tem que movimentar para não perder a força", afirma Débora Padua.

TRABALHO PESADO

Além de pouco usado em movimentos conscientes, o assoalho pélvico tem outra particularidade: é ele que sustenta os órgãos genitais.

O fisioterapeuta Gustavo S Latorre, compara o assoalho pélvico a uma cama elástica que vai do osso púbico ao cóccix. "Só que essa cama não cede ao peso simplesmente, ela faz uma força contrária, empurrando [os órgãos] para cima."

Na mulher, o trabalho é mais pesado: o assoalho pélvico sustenta mais órgãos (útero, ovários) e, frequentemente, o peso da gravidez.

Exercitar o períneo é bom para homens e mulheres de qualquer idade, mas é um cuidado mais importante para a mulher que já teve filhos, segundo Ana Carolina B Schmitt.

Fazer um treino de força regular é a melhor forma de prevenir problemas futuros, como a incontinência urinária na velhice.

E de ganhar muito no curto prazo. "Exercícios para o períneo deixam a região genital mais bem irrigada, forte, viva", afirma Latorre.

Todas as práticas de ioga incluem exercícios para o períneo, lembra Anderson Allegro. O mula bandha, contração sustentada do períneo, é ensinado desde as primeiras aulas. Ele dá o chão para a realização das posturas."

Na ioga, a base da coluna, onde o períneo se insere, está ligada à kundalini, energia de vida, do despertar, da sexualidade.

"Contrair o períneo regularmente devolve o prazer pela vida. Sexual, sim, mas não é o foco. É vitalidade em geral, para mulheres e homens", afirma Allegro.

Os exercícios que contraem a região da pelve preservam a saúde dos testículos e da próstata. E podem ajudar a função erétil.

"A musculatura do períneo ajuda o músculo eretor do pênis a atingir o grau máximo de ereção", diz Latorre.

Nas mulheres, o treino aumenta a lubrificação e a sensibilidade do canal vaginal.

POMPOARISMO

A agente de turismo Júlia, 28, aprendeu a contrair conscientemente o períneo em um curso de pompoarismo. Na técnica, originária da Ásia, bolinhas de metal ou plástico são introduzidas na vagina com a função de halteres, para o desenvolvimento da força e do controle motor dos músculos.

No Brasil, o pompoarismo é mais associado à pornografia ou a "sexo de resultados" (tipo "agarre seu homem"). Mas sua base é a mesma dos exercícios usados em tratamentos fisioterápicos ou em protocolos médicos, como o que o ginecologista norte-americano Arnold Kegel criou nos anos 1940 (os "exercícios de Kegel").

Bolinhas tailandesas (ben wa) ou cones são usados para praticar contrações e "manobras" --que podem depois ser reproduzidas com o parceiro. "No começo, é difícil contrair, respirar e ainda curtir. Depois, fica gostoso e você quer praticar sempre", afirma Júlia.

Para quem prefere uma técnica menos "invasiva", algumas atividades físicas ajudam tanto quanto a arte do pompoarismo no fortalecimento do assoalho pélvico.

No pilates, por exemplo, a contração do períneo é sempre solicitada para estabilizar a coluna, segundo Isaías Vieira.

"Quando você vai fazer a organização do quadril, contrai o períneo para aproximar os dois ísqueos (ossinhos na parte inferior do quadril) e, depois, o cóccix do osso do púbis. A coluna lombar fica bem posicionada e dá uma base sólida para a organização das outras articulações", explica Gervitz.

Nas aulas de pilates, além desse acionamento sutil do assoalho pélvico, a contração interna é realizada junto com movimentos maiores, que envolvem outros músculos, como os de elevação da coluna lombar, diz Vieira.

Fazer a báscula do quadril (um balanço para frente) é uma das formas mais fáceis de contrair o períneo. É por isso que a dança do ventre é uma boa atividade para fortalecer o assoalho pélvico.

"Não é só a dança do ventre. O balé também trabalha muito esse encaixe do quadril", lembra Débora Sabongi.

COORDENAÇÃO FINA

Mesmo assim, a dança oriental é uma das mais indicadas, segundo o fisioterapeuta Latorre. "Ela mobiliza a pelve e desenvolve uma coordenação motora muito fina da região do quadril."

Já a musculação tradicional, em aparelhos, pouco ou nada faz por essa área do nosso corpo, segundo Luciano D'Elia. "No treino funcional, ao contrário, a musculatura pélvica, a lombar e a abdominal são o ponto de partida dos exercícios", diz.

Fonte: IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO – Folhaonline / Equilíbrio e Saúde

Pilates!!!


Saúde!!!


Pilates é


A eficácia do método pilates no tratamento de mulheres com cifose

Introdução

O presente estudo deriva de um projeto de mestrado, idealizado pela professora
Silvana Junges, que tem por finalidade avaliar os benefícios do Método Pilates em mulheres
com cifose. Neste trabalho, serão abordados os efeitos do método sobre a flexibilidade de
mulheres adultas e/ou idosas com cifose, levando-se em consideração as articulações do
tronco e da cervical.


Nieman apud Silva (2006) nos lembra que a flexibilidade possui relação direta com a
idade, uma vez que o aumento desta normalmente vem acompanhado de um decréscimo dos
valores da primeira. No entanto, isso parece estar muito mais ligado ao sedentarismo do que
ao processo de envelhecimento. Destacamos que uma flexibilidade desenvolvida tem a
capacidade de promover a independência locomotora, um dos aspectos mais significativos no que diz respeito aos fatores negativos do processo de envelhecimento. Por isso, justificamos a importância desse estudo destacando que uma atividade física bem direcionada pode resultar em um aumento da flexibilidade (SILVA, 2006), o que leva a uma conseqüente melhora na qualidade de vida de adultos e idosos.
 

A cifose caracteriza-se por ser um aumento anormal da concavidade posterior da
coluna vertebral, podendo ser congênita ou ocasionada por má postura e condicionamento
físico insuficiente. Algumas doenças também podem levar a tal deformidade da coluna, como
a osteoporose e a espondilite. Uma curvatura de até 40º da coluna vertebral é tida como
normal, passando a ser caracterizada como uma cifose ao ultrapassar esse valor (TIDSWELL,2001). Esta curvatura tende a aumentar com a idade e é responsável por uma hiperlordose cervical, uma vez que projeta a cabeça à frente (VERDERI, 2001). Sá Tini (2007), em estudo 423X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 recente, referiu que a atividade física em idosos com cifose é responsável por um aumento considerável da flexibilidade nos mesmos. O Pilates, por outro lado, ainda é um assunto recente, e poucos estudos foram publicados até o presente momento que relacionam essa prática com a flexibilidade em idosos e/ou pacientes com cifose. Ainda assim, Bernardo(2006) publicou, em seus estudos, que a flexibilidade é um dos principais fatores que se desenvolvem com o treinamento de Pilates em adultos saudáveis.
 

Desta forma este trabalho tem por objetivo verificar os efeitos do treinamento de
Pilates na flexibilidade de adultos e idosos com cifose.
 

Metodologia

Participaram desta pesquisa 46 pacientes do sexo feminino (59,36±8,71 anos,
1,59±0,06 m e 62,93kg±9,73 kg). Os critérios de inclusão foram: ser do sexo feminino; ter
entre 45 e 80 anos de idade; possuir grau de cifose acima de 45º; não estar praticando Pilates nos últimos meses; ser não-fumante; e por fim, ter tempo livre para comparecer no mínimo a duas sessões semanais de uma hora cada.
 

Após começar o processo de recrutamento das pacientes, as mesmas foram divididas
aleatoriamente em dois grupos: grupo experimental (n=23), que sofrerá um treinamento de
Pilates duas vezes por semana, grupo controle (n=23), que não será submetido a nenhum tipo
de treinamento até o fim da pesquisa.


A coleta de dados se deu no Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física
(LAPAFI) da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto (FEFID) da PUCRS,
onde a flexibilidade foi avaliada nas pacientes através do uso de um flexímetro. Foram
analisadas as medidas de flexão, extensão e flexão lateral (direita e esquerda) de tronco, e
flexão e extensão de cervical. Para as medidas de flexão e extensão de tronco, o aparelho foi
posicionado na porção lateral direita da articulação, na altura do diafragma. Para as medidas
da flexão lateral do tronco, o flexímetro foi posicionado no centro da região dorsal, para a
flexão e extensão de cervical, o flexímetro foi posicionado um pouco acima da orelha direita
dos pacientes, sendo fixado pela cinta amarrada em torno da cabeça dos avaliados. Os sujeitos foram solicitados a repetir duas vezes os movimentos de flexão e extensão de cervical,enquanto deitados numa maca, com a cabeça para fora dessa. Todos os movimentos foram feitos duas vezes e os valores mais altos foram anotados para posterior análise.
 

Após coletados os dados, as pacientes começaram o treinamento de Pilates, com seis
meses de duração, seguindo exercícios de níveis básicos e dificuldade progressiva. Ao
424 X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 término do treino, serão reavaliadas para, enfim, constatar-se se houve algum ganho na flexibilidade das mesmas.
 

Resultados
 

Como o treinamento de Pilates começou em maio, os resultados coletados até o momento são apenas os de pré-treinamento. Em dezembro haverá uma reavaliação para enfim coletarem-se os dados do pós-treinamento. Os resultados encontrados até o momento são os
seguintes:


Tabela 1 - Os valores encontrados para as articulações do tronco e da cervical.
Flexibilidade medida em graus.
Flexão
Tronco
Extensão
Tronco
Flex. lat.
direita
Flex. lat.
esquerda
Flexão
Cervical
Extensão
Cervical
Média 110,05 15,84 26,45 26,45 39,02 41,09
DP 17,12 6,28 8,37 8,84 11,07 13,36
 

Conclusão

O projeto ainda está em andamento, portanto ainda não foram coletados os dados póstreinamento.


Dessa maneira, ainda não existe uma conclusão para o trabalho.
 

Referências

NIEMAN, David C. Exercício e Saúde: Como se prevenir de doenças usando o exercício
como seu medicamento. São Paulo: Manole, 1999. p. 15-290.
SILVA, M. Estudo comparativo dos níveis de flexibilidade entre mulheres idosas praticantes
de atividade física e não praticantes. Movimentun. [2006] Disponível em:
<www.unilestemg.br/movimentum/index_arquivos/movimentum_silva_margareth.pdf>
Acesso em: 3 jun. 09.
TIDSWELL, M. Ortopedia para fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2001.
VERDERI, E. Programa de educação postural. São Paulo: Phorte, 2001.
SÁ TINI, V., Correlação entre o grau da cifose e a flexibilidade em idosos praticantes de
atividade física. Brasília: 2007, UCB. Dissertação (mestrado em Gerontologia), Programa de
pós-graduação stricto sensu em gerontologia, Universidade Católica de Brasília, 2007.
BERNARDO, L., The effectiveness of Pilates training in healthy adults: An appraisal of the
research literature. Journal of bodywork and movement therapies. v. 11, p. 106-110, 2007


Fonte:Carlos B de Quadros1, Fernanda da C Pereira¹, Silvana Junges2, Rafael Reimann

O efeito do método pilates na flexibilidade, postura e qualidade de vida

O EFEITO DO MÉTODO PILATES NA FLEXIBILIDADE, POSTURA E QUALIDADE DE
VIDA: UMA REVISÃO DE LITERATURA


Palavras-chave: Método Pilates, Flexibilidade, Postura, Qualidade de vida

Introdução:


 O Método Pilates começou a ser difundido entre os brasileiros durante a
década de 90, mas foi em 1923, que o alemão Joseph Humbertus Pilates levou-o para os
Estados Unidos. Ele criou uma série de exercícios baseados nos movimentos progressivos
que o corpo é capaz de executar (SACCO et al., 2005).
 

A técnica Pilates apresenta muitas variações de exercícios, pode ser realizada por pessoas
que buscam alguma atividade física, por indivíduos que apresentam alguma patologia ou
cirurgia músculo-esquelética onde a reabilitação é necessária, e também por esportistas
(SACCO et al., 2005).
 

Os seis princípios do Método são: concentração, consciência, controle, respiração e
movimento harmônico. É uma técnica dinâmica que visa trabalhar força, alongamento e
flexibilidade, preocupando-se em manter as curvaturas fisiológicas do corpo e tendo o
abdômen como centro de força, o qual trabalha constantemente em todos os exercícios da
técnica, realizados com poucas repetições (SACCO et al., 2005).
 

Entende-se por postura uma atitude basicamente ereta, estabilizada ativamente por
mecanismos que restabelecem automaticamente a orientação do corpo quando há
perturbações (PERES S et al., 2007).
 

A flexibilidade é definida como a amplitude fisiológica máxima em um dado movimento
articular, sendo específica para a articulação e para o movimento e depende da elasticidade
muscular e da amplitude articular (ARAÚJO, 2002, apud SILVA et al., 2008).
 

Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS - (1994), qualidade de vida é a percepção
do indivíduo, de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais
ele vive e em relação às suas metas, expectativas, padrões e interesses (Teixeira et al.,
2002).
 

O objetivo do estudo foi revisar a literatura sobre a eficácia do Método Pilates na melhora da
postura, flexibilidade e qualidade de vida.
 

Relevância do estudo: 

O método pilates vem sendo muito utilizado e discutido atualmente,
porém pudemos observar que a literatura científica sobre o tema é escassa. Esta revisão é
importante para avaliar a eficácia deste método na melhora da postura, flexibilidade e
qualidade de vida. Desta maneira podemos contribuir para o aumento dos recursos
utilizados pelos fisioterapeutas.
 

Material e Método: 

Foi realizada pesquisa em base de dados na internet utilizando sites:
MEDLINE, PUBMED, SCIELO, DEDALUS e BIREME. As palavras chaves utilizadas na
busca foram: “Método Pilates”, “Postura”, “Qualidade de vida” e “Flexibilidade”.
 

Discussão: 

Em um estudo foi avaliado a evolução isocinética dos músculos extensores e
flexores do tronco em 20 indivíduos com a utilização do método pilates em 25 sessões.
 

Neste, concluiu-se que o método pode ser usado como estratégia para o fortalecimento
desta musculatura, atenuando o desequilíbrio entre as funções destes músculos, que
poderiam gerar uma má postura (KOLYNIAK IEG, et al., 2004).
 

Foi realizado outro estudo, com o objetivo de desenvolver um “corpo” para a dança com
uma técnica de Pilates. Foi relatado que, os bailarinos que trabalharam com a técnica ,
obtiveram uma maior fluidez nos movimentos, organicidade, propiocepção e concentração.
 

Foi percebido que os movimentos tornaram-se mais expressivos e também aumentaram e
melhoraram a capacidade respiratória (ALBUQUERQUE ICL, 2006).
 

Também foi relatado um caso de uma mulher de 39 anos que possuía escoliose, que
apresentava severa dor lombar crônica e comprometimento de suas atividades de vida
diária. Após o tratamento com o método pilates as limitações e a qualidade de vida
melhoraram muito, porém ainda existem e precisam ser melhoradas (BLUM CL, 2002).
 

Em um estudo observacional, 47 adultos participaram de um treino de pilates, foi mensurada
a distância da ponta dos dedos no chão, estado de saúde por questionário e escala visual
analógica. Foi concluído que o treino de pilates provou a melhora da flexibilidade. Por outro
lado, os efeitos no estado de saúde e postura foram mais limitados (SEGAL NA et al., 2004)
 

Conclusão:

 Foi possível observar que o Método Pilates é eficaz na melhora da qualidade
de vida, melhorando também a flexibilidade e a postura, porém a literatura científica sobre o
Método é escassa. Por ser um método de baixo impacto articular e muscular pode ser
utilizado em diversas áreas da fisioterapia, como tratamento, prevenção e promoção da
saúde.


Referências Bibliográficas


• ALBUQUERQUE ICL. A utilização da técnica de Pilates no treinamento do dançarino
/ intérprete contemporâneo: a informação de um corpo cênico. 2006, ano 5, n° 1,
p.142-160.
• BLUM CL. Chiropractic and Pilates therapy for the treatment of adult scoliosis.
Manipulative Physiol Ther. 2002, 25: E3.
• KOLYNIAK IEG, CAVALCANTI SMB, AOKI MS. Avaliação isocinética da
musculatura envolvida na flexão e extensão do tronco; efeito do método Pilates. Rev
Bras Med Esporte. 2004, vol.10, no.6, p.487-490.
• PERES S, SIMÃO R, LIMA C, SOUZA A, IAMUT ME, ESTRAZULAS J, et al.
Avaliação bidimensional da postura de atletas de alto rendimento. Fit Perf J 2007; 6:
247-50.
• SACCO ICN, ANDRADE MS, SOUZA OS, NISIYAMA M, CANTUÁRIA AL, MAEDA
FYI, et al. Método pilates em revista: aspectos biomecânicos de movimentos
específicos para reestruturação postural – Estudos de caso. R. bras. Ci e Mov 2005;
13: 65-78.
• TEIXEIRA ACP, FONSECA AR, MAXIMO IMNS. Inventário SF36: avaliação da
qualidade de vida dos alunos do Curso de Psicologia do Centro UNISAL – U.E. de
Lorena (SP). PSIC - Revista de Psicologia 2002; 3: 16-27.
• SILVA LRV, LOPEZ LC, COSTA MCG, GOMES ZCM, MATSUSHIGUE KA.
Avaliação da flexibilidade e análise postural em atletas de ginástica rítmica
desportiva flexibilidade e postura na ginástica rítmica. Revista Mackenzie de
Educação Física e Esporte 2008; 7: 59-68.
• SEGAL NA, HEIN J, BASFORD JR. The effects of Pilates training on flexibility and
body composition: as observational study. Arch Phys Med Rehabil. 2004; 85: 1977-
81.


Fonte:Anita B Keller ¹, Rafael B Martins ¹, Roberta M Manzano ².

Efeitos de uma abordagem fisioterapêutica baseada no método Pilates, para pacientes com diagnóstico de lombalgia, durante a gestação

Efeitos de uma abordagem fisioterapêutica baseada no método Pilates, para pacientes com diagnóstico de lombalgia, durante a gestaçãoEffect of one program established in the Pilates method in the reduction of the lombalgia in the gestation.

Resumo

O ensaio clínico objetiva verificar os efeitos do Pilates na prevenção de lombalgias em gestantes. Foi realizado no Studio Pilates Balance Center, em Goiânia (Goiás). A amostra incluiu nove gestantes, entre 18 a 40 anos. Os instrumentos de medidas foram à escala analógica visual (VAS) e o questionário Oswestry. A análise dos dados ocorreu por média aritmética simples e por proporções. As médias de dor aferidas pela VAS foram de 2,88, 2,5 e 3,4 e as médias de inabilidade do Oswestry foram de 14,4, 15,1 e 16 para a 24ª, 28ª, 32ª semana gestacional respectivamente. As gestantes praticantes de atividade aeróbia conjunta ao Pilates obtiveram menor média de dor e de inabilidade. A sessão sete do Oswestry apresentou nota zero para inabilidade em dormir em todas as medidas obtidas. Logo, apesar da alta incidência da lombalgia, as participantes do estudo não demonstraram altos níveis de dor ou inabilidade.

Palavras-chave: Dor Lombar, Mulheres Grávidas, Técnicas de Fisioterapia, Medição da Dor.

Abstract

The clinical rehearsal aims at to verify the effects of Pilates in the low back pain prevention in pregnants. It was accomplished in Studio Pilates Balance Center, in Goiânia (Goiás). The sample included nine pregnants, between 18 to 40 years old. The instruments of measures were the visual analog scale (VAS) and the questionnaire Oswestry. The analysis of the data happened for simple arithmetic average and for proportions. The pain’s averages checked for the VAS were of 2,88, 2,5 and 3,4 and the averages of inability of Oswestry were of 14,4, 15,1 and 16 for to 24th, 28th, 32nd week gestational respectively. The practicing pregnants women of aerobic activity united to Pilates obtained minor medium of pain and of inability. The session seven of Oswestry presented note zero for inability in sleeping in all the measures obtained. Therefore, in spite of the high incidence of the low back pain, the participants of the study
didn't demonstrate high pain levels or inability.
Key-Words: Low Back Pain, Women Pregnants, Physical Therapy’s Techniques, Measurement of Pain.

Introdução

A ocorrência de dor lombar na gestação é bem conhecida por muitos obstetras. Ela é muitas vezes vista como parte normal da gravidez [1,2] e vários estudos encontraram uma incidência próxima de 50% de gestantes com esse sintoma [3,4,5]. Fast et al. [1] realizaram um estudo com duzentas mulheres grávidas e constataram que 56% sofreram de lombalgia durante a gravidez, sendo o quinto e o sétimo mês o período mais crítico de dor. Em outro estudo de Kristiansson et al. [6], também com duzentas mulheres, 70,2% referiram dor lombar na gestação. No Brasil, Cecin et al. [2] verificaram que o grupo de gestantes (60 mulheres) apresentou uma chance 13,7 vezes maior de lombalgia se comparado ao grupo de não gestantes (60 mulheres).

Com o grande avanço tecnológico, as informações tornaram-se mais acessíveis e as próprias mulheres têm buscado alívio para seus incômodos. A atividade física, principalmente na forma de grupos específicos para grávidas, tem sido um caminho tanto buscado quanto indicado para essas mulheres [7].

Em relação ao exercício físico praticado por gestantes, a literatura é ainda controversa, mas vários estudos concluíram que a atividade física regular e moderada não provoca riscos às mães ou aos bebês [7-10]. Uma meta análise envolvendo 18 estudos concluiu que não houve diferenças entre grávidas ativas e sedentárias quanto ao ganho de peso materno, peso do bebê ao nascimento, duração da gestação, duração do parto e índice de APGAR, no entanto o exercício foi apontado como benéfico por não estar relacionado com efeitos adversos aparentes [11].

Existem ainda pesquisadores que defendem não somente a segurança da prática do exercício, mas também sua eficácia na prevenção de desconfortos próprio do período gestacional como lombalgias, câimbras, edema, fadiga, dispnéia e outros [10,12,13].

A aplicação terapêutica do exercício nessa população ainda não é bem conhecida, pois os estudos da fisioterapia na saúde da mulher são, até o momento, escassos. A própria gravidez é uma situação limitadora para o uso de alguns métodos diagnósticos e de tratamento [14], porém alguns protocolos já foram testados [15,16]. Esses protocolos propuseram, como modo terapêutico de eleição, a cinesioterapia e enfocaram: o alongamento de músculos sobre tensão constante como peitorais, paravertebrais lombares, adutores e posteriores da coxa; o fortalecimento de grupos musculares específicos como o períneo e adutores da coxa e o treino de músculos respiratórios.

O esforço para resolução da problemática da lombalgia é grande, no entanto uma revisão sistemática a respeito de tratamentos fisioterápicos em gestantes com dor lombar e pélvica, envolvendo nove estudos, apontou que não existem evidências suficientes para provar que a intervenção fisioterapêutica é eficiente na prevenção e tratamento da lombalgia na gestação [17]. Porém, essa revisão mostrou que a estabilidade lombo-pélvica, e conseqüentemente a diminuição da sintomatologia, podem ser conseguidas pelo treino específico dos músculos transverso abdominal, multífidos e assoalho pélvico. A necessidade de mais pesquisas envolvendo as intervenções baseadas nos princípios do sistema estabilizador da coluna foi destacada pelos autores como um importante caminho a ser seguido.

Alguns pesquisadores estão se aprofundando nos conhecimentos sobre dor lombar e sistema estabilizador da coluna. Em 1987, Fast et al. [1] já haviam mencionado a relação entre músculos do tronco forte e níveis menores de dor nas costas. No decorrer dos anos as pesquisas avançaram, e Hodges e Richardson,em 1996, demonstraram em um estudo [18] com eletromiografia que o músculo transverso abdominal contraiu-se antes de qualquer movimento das extremidades superiores, evidenciando seu papel na estabilização da coluna. 

Ainda em 1996, Hides et al. [19] aplicaram um programa de exercício baseado na ativação dos multífidos associado com tratamento medicamentoso em pacientes que sofreram o primeiro episódio de dor lombar aguda. Eles concluíram que os multífidos são importantes na promoção da estabilidade segmentar da coluna.

Em 1999, Richardson, Jull, Hodges e Hides [20] reuniram seus achados e organizaram algumas evidências como: o modelo de estabilização de Panjabi, a composição do sistema local e global de estabilização vertebral, o papel estabilizador dos multífidos e transverso abdominal, a relação entre dor lombar e a ineficiência do sistema estabilizador da coluna e um programa de exercícios específicos para ativação desse sistema.

Seguindo essa tendência, uma das técnicas que está sendo usada pelos fisioterapeutas é o método Pilates. Ele foi criado na década de vinte do século passado, mas somente a partir dos anos noventa começou a ser usado na fisioterapia de modo mais significativo. O criador do método, Joseph Pilates denominou sua criação como Contrologia,conceituando-a como um novo sistema de cultura física proposto para recuperar tanto a saúde como a felicidade das pessoas. Esse sistema era composto tanto por conceitos filosóficos de bem-estar como por exercícios e equipamentos a serem praticados e usados [21]. Atualmente, uma das linhagens do Pilates, conhecida como Pilates evoluído, fundamenta a técnica em seis princípios e neles está presente de alguma forma a ativação dos músculos transverso abdominal, multífidos, grande dorsal e assoalho pélvico [22].

Existe grande carência de estudos sobre essas novas teorias do sistema estabilizador da coluna assim como sobre novas técnicas que adentram o mundo do fisioterapeuta. Apesar disso, o objetivo desse trabalho foi escolher uma dessas abordagens de tratamento, nesse caso o Pilates, e verificar seus efeitos na prevenção de lombalgias em gestantes. Ademais, especificamente, objetivou-se levantar dados referentes à incidência da lombalgia em gestante; bem como identificar a relevância da atividade física para minimizar os transtornos provocados pela mesma, e ainda, relatar a importância do sistema estabilizador da coluna para a redução dos agravos desta patologia na gestação.

Materiais e Métodos

Essa pesquisa foi realizada no Studio Pilates Balance Center na cidade de Goiânia (Goiás). Trata-se de um centro especializado no método Pilates que possui várias propostas de abordagem terapêutica e uma delas é a formação de pequenos grupos, com no máximo cinco gestantes, que são acompanhados por uma fisioterapeuta. Os objetivos desses grupos, denominado por Pilates Postural para Gestantes (PPG), são a prevenção de dor, promoção de qualidade de vida e preparo para o parto.

O estudo é um ensaio clínico a respeito dos efeitos de um programa de exercícios sobre os pequenos grupos de gestantes, portanto não houve grupo controle e nem mesmo randomização da amostra. O programa de exercícios é baseado no método Pilates e segue a abordagem da Polestar Education [23].

Participaram do estudo as gestantes matriculadas nesse grupo especial e que preencheram os seguintes critérios de inclusão: ausência de doença clínica ou obstétrica, gestação única, idade entre 18 a 40 anos e o desejo de participar de um programa de prevenção de dor e preparo para o parto. Os critérios que implicaram em exclusão foram: o surgimento de qualquer sintoma que contra indicasse o exercício; uma freqüência inferior a doze semanas no tempo total da prática da atividade; a ocorrência de quatro faltas consecutivas, ou seja, duas semanas. A exclusão do estudo não implicou no afastamento da gestante da atividade, exceto se houvesse contra indicação. Todas as grávidas assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, confirmando o aceite em participar desse estudo.

Antes de iniciar no programa de PPG, as gestantes passaram por uma avaliação fisioterapêutica que incluiu anamnese e palpação principalmente das regiões mais susceptíveis de lesões em gestante. Tanto a avaliação quanto às sessões foram conduzidas pela mesma fisioterapeuta.

As atividades dos grupos de PPG foram aplicadas duas vezes na semana, nas terças e quintas feiras, em horário matutino ou noturno, conforme a escolha das gestantes com a possibilidade de reposição da sessão aos sábados caso houvesse algum empecilho de comparecimento durante a semana. As sessões tiveram a duração de uma hora.

Dois instrumentos de medidas foram selecionados: a escala analógica visual (VAS) com 100 mm de comprimento, sendo 0 mm ausência de dor e 100 mm dor intolerável, e o questionário Oswestry, dividido em 10 seções, que avalia a inabilidade causada pela lombalgia.

A cada quatro semanas, as gestantes preencheram tanto o questionário Oswestry quanto a escala analógica visual (VAS). Não houve imposição de tempo limite para o preenchimento dos dados. Como havia a possibilidade do ingresso constante de gestante no grupo e a presença de variadas idades gestacionais, ficou pré-estabelecido que elas responderiam o questionário e a VAS nas seguintes semanas gestacionais: 16ª, 20ª, 24ª, 28ª, 32ª e 36ª.

O programa de exercícios contidos no PPG não é protocolado, ou seja, não existe uma seqüência fixa e ordenada de exercícios que foram executados, uma vez que o repertório do método é extremamente vasto e a condição física da gestante se modifica com o evoluir da gestação. Entretanto, todas as sessões foram executadas de maneira que os seis princípios que norteiam o método estivessem presentes.

Sendo assim, pode-se resumir que o programa seguiu a seguinte estrutura: execução da respiração própria do método com a ativação dos músculos multífidos e transverso abdominal; série de exercícios estabilizadores da coluna e quadril; exercícios de consciência corporal inclusive com dicas para organização de coluna cervical, torácica e escápulas; exercícios de mobilidade segmentar da coluna; treino específico de grandes grupos musculares de membros superiores, inferiores e tronco; treino de assoalho pélvico; exercícios respiratórios para o trabalho de parto após a 32ª semana gestacional; alongamentos passivos e/ou ativos dos grupos musculares mais trabalhados ou sobrecarregados pela gestação; relaxamento corporal com imagens visuais e breve massagem em região dorsal do tronco [23-27].

Durante as sessões, a freqüência cardíaca materna e a saturação de oxigênio foram verificadas nas gestantes que demonstraram qualquer sinal de fadiga ou desconforto, seja por queixa ou por sinais clínicos. Foi utilizado um oxímetro portátil da marca Nonin Onyx. O teste de falar e exercitar também orientou o nível de segurança da prática da atividade. Qualquer achado importante implicou na contra indicação ou modificação do exercício [28].
As grávidas foram também orientadas para as atividades da vida diária e profissional, recebendo informações sobre a melhor forma de deitar, dormir, sentar, levantar, pegar objetos, calçar sapatos, usar computadores, dirigir [29].

Como variáveis de controle foram relacionadas à idade materna, o ganho total de peso na gestação, o grau de escolaridade, situação conjugal (considerada pela condição de morar ou não com o companheiro), o hábito de fumar, e a prática de atividade física regular prévia a gestação. As variáveis do estudo foram: história prévia de dor lombar, atividade aeróbia regular conjunta com a participação no PPG, índice de dor medido pela VAS, índice de inabilidade aferido pelo Oswestry. Foi somente considerado como prática regular de exercícios aquela executada por período superior a 3 meses com uma freqüência mínima de 3 vezes na semana e duração superior a 30 minutos.

Como a amostra é pequena, a análise dos dados ocorreu por média aritmética simples e por proporções.

Os materiais utilizados na pesquisa foram os equipamentos próprios do método Pilates, a saber: Studio Reformer, Cadeira Combo, Ladder Barril, Trapézio e Wall Unit todos da marca PhisioPilates®. Além disso, foram utilizados: bolas de 65 e 75 cm, rolos de espuma de 6”x36”, flex ring toner, bastões, caneleiras de 1kg, halteres de 1 a 3kg e faixas elásticas de várias tensões.

Resultados

Aceitaram participar da pesquisa quatorze gestantes, porém apenas nove tornaram-se objeto da pesquisa. As outras cinco gestantes foram excluídas da análise de dados porque tiveram uma freqüência inferior a doze semanas. A média da prática de Pilates foi de 18,67 semanas, sendo a menor participação de 14 e a maior de 29 semanas.

O grupo das gestantes estudadas mostrou-se bastante homogêneo quanto as variáveis de controle. A média de idade foi 30,6 anos, sendo a menor idade 27 e a maior 36 anos. O peso total ganho na gestação foi em média 11,05 kg, sendo 8kg o menor e 14kg o maior ganho ponderal. Em relação à escolaridade, todas possuíam nível superior e quanto à situação conjugal, todas eram casadas e viviam com os seus companheiros. Nenhuma delas possuía o hábito de fumar, nem mesmo antes da gestação. A atividade física regular antes da gestação foi praticada por 44,44% das mulheres.

Foram selecionados apenas os dados do Oswestry e da VAS referentes a 24ª, 28ª e 32ª semana gestacional. Os dados das demais semanas foram desprezados porque não foram preenchidos por todas as gestantes, uma vez que elas não iniciaram a atividade na mesma semana gestacional e nem todas participaram do estudo até o final da gestação.

Em relação as variáveis de estudo, observou-se que 55,55% relataram dor lombar prévia e 44,44% fizeram atividade aeróbia conjunta como o PPG por no mínimo três meses durante a gestação. As médias de dor aferidas pela VAS foram de 2,88, 2,5 e 3,4 para a 24ª, 28ª, 32ª semana gestacional respectivamente. As médias de inabilidade obtidas do Oswestry foram também, na ordem das semanas gestacionais, de 14,4, 15,1 e 16 (gráficos 1 e 2, de Média de VAS e Média de OW, respectivamente). Média de VAS2,882,53,4400,511,522,533,54Gestantes24ª Semana28ª Semana32ª Semana
Figura 1 - Média da Escala Analógica Visual (VAS)

Média de OW14,44%15,11%16,00%13,50%14,00%14,50%15,00%15,50%16,00%16,50%Gestantes24ª Semana28ª Semana32ª Semana

Figura 2 - Média do Questionário de Oswestry.

Dos 44,44% de mulheres que praticaram atividade física antes da gestação, 50% relataram dor lombar prévia e a média total de dor foi de 2,83 e de inabilidade foi 11,16. Do restante da amostra, ou seja, cinco mulheres (55,55%) não praticaram atividade física regular antes da gestação e delas 60% relataram dor lombar prévia com as seguintes médias de dor e inabilidade respectivamente: 3,03 e 18,4.

Quanto a dor lombar prévia à gestação, as cinco mulheres que relataram sua presença tiveram como média de dor 4,03 e de inabilidade 18,53. Em contra partida, aquelas
que não referiram dor lombar prévia, tiveram 1,58 de média de dor e 11 de inabilidade.

As gestantes praticantes de atividade aeróbia conjunta com o PPG tiveram 1,74 como média de dor e 11,50 como média de inabilidade. Já as gestantes que não fizeram atividade aeróbia, a média de dor foi 3,9 e a média de inabilidade foi 18,13.

O ganho de peso ponderal foi muito semelhante entre esses dois grupos, sendo que as mulheres que praticaram a atividade aeróbia ganharam 0,125kg a mais que o outro grupo.
Tabela I - Comparação entre média da VAS e do Oswestry nas situações de lombalgia prévia, atividade física prévia e atividade aeróbia na gestação.

Lombalgia Prévia
Atividade Física Prévia
Atividade Aeróbia na Gestação
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
VAS média
4,03
1,58
2,83
3,03
1,74
3,90
OWS média
18,53
11,00
11,16
18,40
11,50
18,13

Na análise do Oswestry, observamos um dado importante. Na sessão sete sobre o hábito de dormir, todas as gestantes nas três medidas, marcaram a primeira opção que implica em nota zero de inabilidade.

Discussão

Os resultados desse estudo demonstraram que a incidência de dor lombar foi bem próxima daquela demonstrada por vários pesquisadores. Fast et al. [1] encontraram 56% de mulheres com lombalgia na gestação, Kristiansson et al (1996), 70,2% e Sousa et al(30), 80%.

Os níveis de dor e inabilidade aumentaram proporcionalmente com a semana gestacional. Kristiansson et al. [6] e Cecin et al. [2] também verificaram níveis crescentes de dor no decorrer da gestação. Os primeiros autores registraram incidência de 19% na 12ª

semana, 47% na 24ª e 49% na 36ª. Esses dados corroboram com a teoria multifatorial sobre a etiologia da lombalgia na gravidez que propõe um somatório paulatino das causas hormonais, mecânicas e vasculares(31).

A consideração mais importante da pesquisa é que, apesar da alta incidência da lombalgia, as participantes do estudo não demonstraram altos níveis de dor ou inabilidade. Na escala de dor que varia de 0 a 100 mm, a maior média registrada ficou um pouco além de um terço da capacidade de registro da mesma, ou seja, 3,4mm. Em relação à inabilidade, os achados são mais animadores, pois a maior média aferida corresponde a apenas um sexto (16%) da escala que varia de 0 a 100%. A literatura específica sobre a relação entre VAS, Oswestry e lombalgia gestacional é bastante escassa e não fornece referências para comparação dos resultados aqui observados.

Um achado que difere da literatura é a total habilidade para dormir. As participantes do PPG, nas três medidas, optaram pelo item: a dor não me impede de dormir bem. Na amostra de Sousa et al, 38,8% das gestantes relataram dor intensa o suficiente para acordá-las pelo menos uma vez à noite e na amostra de Fast et al. [1] 36% tiveram dor que as fizeram acordar várias vezes durante a noite. Cecin et al. [2] acharam um risco seis vezes maior de ocorrência de dor durante a noite no grupo de mulheres grávidas. A discrepância dos achados possivelmente ocorreu porque esses três estudos foram prospectivos com aplicação de questionários após o parto e o nosso estudo é sobre um grupo que sofreu intervenção terapêutica além de orientações ergonômicas. De qualquer forma é necessário haver mais pesquisas para a elucidação da relação qualidade de sono e a prática de Pilates.
Nosso estudo encontrou maiores índices de dor e inabilidade nas mulheres que relataram dor lombar prévia. Isso está de acordo com algumas pesquisas na área [30-32] mas as causas ainda não estão claras. Também foram encontrados menores índices de dor e inabilidade tanto nas mulheres que praticaram atividade física regular prévia quanto naquelas que praticaram atividade aeróbia conjunta com o PPG. Sternfeld et al. [10] e Ferreira e Nakano [31] discutiram em seus estudos o benefício da atividade física prévia à gestação na prevenção de lombalgia gestacional. Em relação à atividade aeróbia, seus benefícios já foram amplamente discutidos e o próprio American College of Obstetrics and Gynecology reuniu algumas indicações e recomendações.

O ganho de peso médio durante a gravidez ficou dentro da média sugerida pela maioria dos obstetras [33]. As mulheres que praticaram atividade aeróbia conjunta ganharam 0,125kg a mais que as não praticantes. Não conseguimos explicação plausível para o fato, mas concordamos com os estudos que indicam que exercícios moderados não influenciam no ganho de peso durante a gestação [11].

Esse estudo possui várias limitações. O primeiro problema foi a seleção, pois as grávidas deveriam ter o desejo de participar. Como o método Pilates ainda é uma intervenção nova para o fisioterapeuta e conseqüentemente um recurso elitizado, a amostra foi composta por mulheres com alto nível de educação, excelente consciência sobre cuidados com saúde e engajadas em programas de atividade física. O segundo problema foi a inexistência de grupo controle o que impossibilitou a comparação dos achados. Por fim, a falta de um programa protocolado impede a reprodução da pesquisa. Por todos esses motivos, os resultados pertinentes a esse estudo não podem ser estendidos à população geral.

Por outro lado vale ressaltar que a adesão das mulheres ao estudo foi alta principalmente por tratar-se de um programa de longa duração. Embora por motivos metodológicos tenha sido escolhidos apenas dados referentes à oito semanas, a média de participação foi de 18,67 semanas, estando dentro do período mínimo recomendado para atribuição de resultados [17]. 
Acreditamos que a alta adesão foi influenciada pela possibilidade de reposições aos sábados e pela existência de um programa individualizado e moldável aos sintomas e desconfortos inerentes à gestação.

Ainda é importante mencionar que não houve nenhuma intercorrência com as gestantes durante a prática do PPG o que reforça as afirmações a respeito da segurança da prática de exercícios moderados, prescritos individualmente e supervisionados por profissional adequado [10,11].

Conclusão

Em conclusão, esse estudo demonstrou que o Pilates Postural para Gestantes pôde trazer efeitos positivos na minimização dos agravos causados pela da lombalgia na população estudada. Embora os achados não possam ser estendidos, ficou claro que a inserção de técnicas mais modernas que envolvam o treino de estabilizadores da coluna é essencial para a evolução dos programas preventivos e terapêuticos da lombalgia na gestação. O desenvolvimento de mais pesquisas nessa área é necessário para a elucidação das dúvidas ainda existentes.
Referências
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Cecin HM, Bichuetti JAN, Daguer MK, Pustrelo MN. Lombalgia e gravidez. Rev Bras Reumatol 1992;32(2):45-50.
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(9) Batista DC, Chiara VL, Gugelmin SA, Martins BD. Atividade física e gestação: saúde da gestante não atleta e crescimento fetal. Rev Bras Saúde Matern Infant 2003;2:151-8.
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(32) Artall, R, Wiswell RA, Drinkwater BL. O exercício na gravidez. 2 ed. São Paulo: Manole; 1999.

Fonte:Cristina Aparecida N R Machado

domingo, 3 de maio de 2015

Eu amo


Pilates é....

Como fortalecer as costas praticando pilates


Consiga uma postura bela e bem definida e deixe as suas costas mais fortes seguindo estes exercícios de Pilates quatro vezes por semana. Em apenas um mês, você irá sentir a diferença. Livre-se das dores nas costas para sempre.

 Alongamento do Gato (Cat Stretch)

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    Prepare-se para o alongamento do gato. Este exercício do pilates é feito em quatro respirações. Inale profundamente pelo nariz para se preparar, direcionando o fôlego para a parte posterior das costelas e exalando profundamente pela boca. 
    • Posicione-se de quatro no colchonete.Coloque as mãos diretamente sob os ombros e mantenha os braços ligeiramente flexionados. Coloque os joelhos diretamente abaixo das coxas.
    • Coloque a sua coluna em uma posição neutra. Seu pescoço deve seguir esta linha naturalmente.

    • Strengthen Your Back with Pilates Step 2.jpg
      2
      Inale para se preparar. Ao começar a exalar, pense em achatar a região abdominal; imagine-se puxando o seu umbigo gentilmente em direção à coluna. Puxe os seus músculos abdominais e curve a coluna para cima.
      • Relaxe o pescoço. Imagine um gato bravo.

    • Strengthen Your Back with Pilates Step 3.jpg
      3
      Inale e segure a posição. À medida que exala, reverta o movimento, articulando a partir do pescoço, coluna superior, média e lombar, voltando à posição neutra sem perder o controle dos músculos abdominais. 

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      4
      Repita isto quatro vezes. Concentre-se sempre em curvar a coluna para cima e para baixo através de seu centro. 
       Alcance de braço e perna opositores
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        1
        Prepare-se. A respiração é a mesma que no outro exercício, mas aqui, você fará o movimento em 2 respirações.
        • Comece na mesma posição que para o alongamento do gato.
        • Se seus pulsos começarem a cansar, relaxe por alguns minutos e movimente-os devagar em círculos.
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          2
          Inale para se preparar. Ao exalar, levante a mão direita e o joelho esquerdo do chão, extendendo ambos em direções opostas.
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          3
          Inale para voltar para a posição original. Exale e faça o mesmo do outro lado. 

          4
          Repita. Repita isso seis vezes no total - três vezes em cada lado.

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          5
          Preste atenção no braço e na perna de apoio. Não deixe que fraquejem e tirem o corpo da posição. 
           Extensão da parte superior das costas
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            1
            Prepare-se. A respiração é a mesma que no exercício anterior, e este exercício é feito em quatro respirações.
            • Mude de posição para ficar deitado de bruços no colchonete. Coloque seus pés e pernas juntos e a ponta do nariz encostando no colchonete. Ponha as mãos nos lados dos ombros, para que seus cotovelos fiquem confortáveis no tapete.
            • Se sentir muita pressão nas lombares nesta posição, coloque uma toalha sob as coxas para dar apoio.
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            Inale para se preparar. Ao exalar, empurre os ombros sobre as costas, mantendo o pescoço alinhado, e saia do chão.
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            Inale e segure. Pense em alongar para a frente a partir de sua cabeça e exale, retornando gentilmente para o colchonete.
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            Repita quatro vezes. Concentre-se em manter seus músculos abdominais firmes. Você vai sentir seus ombros e a parte superior das costas trabalhando.

           Alongamento para a frente
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            1
            Prepare-se. Este exercício vai alongar os músculos que você usou nos exercícios anteriores, e também é bom para dar força aos músculos lombares. A respiração é a mesma, em quatro respirações.
            • Mude de posição, sentando-se com as pernas à sua frente, separadas pela distância de uma coxa.
            • Se estiver desconfortável, sente-se em uma pequena toalha ou flexione os joelhos ligeiramente.
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            Levante os braços. Ao inalar, levante os braços até que estejam paralelos ao chão, com as palmas para dentro.
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            Exale. Contraia os músculos abdominais e curve simultaneamente suas costas para longe de seus braços, relaxando o pescoço.
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            Inale profundamente. Direcione a inspiração para as costas e exale, revertendo o movimento e levando os ombros para baixo para terminar.
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          Repita cinco vezes. Tome cuidado para não mudar a altura de seus braços.
           
          Fonte:  Denis Camargo