sábado, 9 de fevereiro de 2013

Exercício: bom para o bebê, ótimo para a gestante.

Ninguém ousa discutir os benefícios da atividade física, mas quando a mulher engravida não faltam mães, tias e avós prontas para recomendar vivamente que a futura mamãe pegue bem leve ou que, no máximo, faça uma caminhadinha. Uma pena. As gestantes podem e devem tirar proveito dos efeitos positivos dos exercícios. Para elas mexer-se traz ainda um outro ganho: o risco de um parto prematuro cai pela metade. Isso é o que revelou um estudo inédito, finalista da segunda edição do Prêmio SAÚDE!.

Conduzido pelo professor de educação física Marlos Domingues na Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, ele avaliou o perl de absolutamente todas as mulheres que deram à luz naquela cidade gaúcha em 2004 algo em torno de 4 mil mães. A proporção de partos antes do programado foi menor entre aquelas que se exercitaram durante toda a gestação e, principalmente, no terceiro trimestre, justamente o período em que as grávidas costumam reduzir o ritmo.

Enquanto alguns fatores de risco para a prematuridade vêm diminuindo caso do tabagismo , outros aumentam assustadoramente. Para se ter uma idéia, só na cidade de Pelotas, a incidência de hipertensão na gravidez pulou de 5,3% em 1982 para 23,9% em 2004 e a ocorrência de diabete gestacional aumentou dez vezes no mesmo período. E esses fatores, junto com a obesidade, podem ser minimizados com a atividade física, lembra Marlos Domingues para justicar o achado. Ele e seus colegas, porém, se aprofundam muito mais na investigação. Por isso mesmo, mães e lhos continuam sendo avaliados de tempos em tempos de 2004 para cá.

Os estudiosos gaúchos querem saber se as mulheres que foram gestantes ativas perderam peso mais rápido ao sair da maternidade, se correram um risco menor de depressão pós-parto e se o desenvolvimento neuromotor e psicológico de seus lhos é diferente do dos bebês nascidos de gestantes sedentárias. Ou seja, essa pesquisa poderá comprovar muitos outros benefícios do esporte na gravidez.
 
Antes de mais nada, que fique bem claro: cada grávida é uma grávida e a última palavra é sempre do obstetra. Só ele pode dizer o que a paciente tem condições de fazer. Mas, com o sinal verde, a gestante ganha, e muito, se largar o sedentarismo. Engorda menos, não sofre tanto com dores nas costas e nas pernas graças ao fortalecimento da musculatura, tem menos risco de desenvolver diabete gestacional e hipertensão. Isso sem contar a melhora no condicionamento e no alongamento, o que facilita por tabela o trabalho de parto. Aliás, um mito precisa ser derrubado: longe de se tornar mais frágil, a futura mãe vira uma espécie de supermulher. Ela tem mais sangue em circulação, ganha flexibilidade, alguns sentidos se aguçam. Tanto que a gravidez é considerada uma espécie de doping no meio esportivo, compara Marlos Domingues. Em princípio não há nenhuma contraindicação para os exercícios nessa etapa da vida.
E isso vale até para as sedentárias inveteradas. Mas, para elas, por se tratar de um período de intensa adaptação do organismo, vale mais do que nunca a regra de começar aos poucos e fazer uma atividade mais leve, como natação, hidroginástica, ioga ou caminhada, lembra Nilka Donadio, ginecologista e obstetra da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. E, nesse caso específico, os médicos são praticamente unânimes: as mulheres sedentárias só devem dar a largada após o terceiro mês de gestação, quando o embrião já se implantou. Aí há menos risco de aborto, justifica o ginecologista e obstetra Claudio Bonduki, da Universidade Federal de São Paulo.
Quanto às grávidas que já eram assíduas de quadras e academias, só precisam fazer um ajuste no ritmo e na intensidade mas em geral podem manter todas as modalidades com as quais estavam habituadas, até mesmo corrida. A intensidade é que deve ser inversamente proporcional ao tempo da gestação, nota o ortopedista Ricardo Cury, da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, lembrando que no fim da gravidez o barrigão pode, sim, incomodar e pesar, inclusive sobre as articulações.
O fato é que carregar de 10 a 15 quilos a mais, sofrer com inchaços, insônia e ainda ter que lidar com as oscilações de humor pode não ser nada fácil por mais que se pregue que é esse o tal momento mágico na vida de toda mulher. Não há uma pílula para combater esses transtornos típicos do período, diz Marlos Domingues. Os exercícios, sim, é que podem ser um santo remédio.
A atividade física sempre fez parte da rotina da administradora de empresas paulistana Regina Acher, de 34 anos, que hoje trabalha no mercado financeiro. As sessões incluíam ginástica localizada, pilates, alongamento e transport. “Quando engravidei, até tentei adaptar os exercícios, mas acabei optando pelo deep running”, conta, referindo-se à corrida praticada com equipamentos especiais dentro da água. Além disso, Regina faz uma musculação leve, somando umas seis ou sete horas semanais de atividade. Sinto que isso ajuda a controlar o inchaço e até a ansiedade, nota ela, que espera a pequena Nina para fevereiro.
Fonte: Abril
 
 

O Pilates e o aprendizado motor

A experiência de trabalhar com o método pilates nos aguça alguns questionamentos sobre nossas próprias condutas. Pilates é qualidade de movimento e não quantidade – é assim que aprendemos. É ensinado aos nossos alunos todo movimento correto nas primeiras aulas, respeitando os princípios do método e com ênfase no alinhamento corporal para que o movimento ocorra com menor gasto energético, postura e qualidade de movimento. “Crescer a coluna, abaixar os ombros, levantar a cabeça, pés vivos, respirar” tudo ao mesmo tempo podem gerar no aluno contrações desnecessárias desencadeando tensões musculares e até mesmo um pequeno grau de estresse mental.

O que fazer então para simplificar o aprendizado, tornando o aluno apto a realizar os exercícios da melhor maneira?

De acordo com Fitts e Posner que descreveram a teoria de aprendizagem de uma nova habilidade, este processo pode ser dividido em três estágios. No primeiro, o indivíduo está envolvido na compreensão do exercício e desenvolverá estratégias para executá-lo. No segundo estágio, o indivíduo já selecionou a melhor estratégia e refina a sua habilidade. No terceiro, o individuo automatiza o movimento não necessitando mais de tanta atenção para ser efetuado. Neste último estágio a pessoa pode começar a dedicar a sua atenção a outros aspectos da habilidade em geral.

A partir desta teoria, pode ser estabelecido o seguinte raciocínio no pilates:

  1. Alinhar o aluno conforme o manual de boa postura, respeitando as particularidades do mesmo, de forma que este alinhamento não o traga desconfortos. Se o alinhamento ideal gerar tensões, é preferível retroceder em algo.
  2. Enumere os pontos mais importantes e comece a intervenção por eles. Se, por exemplo, o exercício for para os membros superiores e o aluno não consegue manter o alinhamento dos pés, manteremos o foco nos membros superiores e deixaremos para outro momento o alinhamento dos pés, desde que, o aluno não seja prejudicado. Neste caso, estamos nos referindo a um aluno novo que não consegue fazer tudo ao mesmo tempo.

A partir do momento que o aluno formar o engrama para o exercício dos membros superiores, ele conseguirá unir uma segunda informação.

  1. Reduzir os graus de liberdade. Quando um indivíduo aprende pela primeira vez uma habilidade, os graus de liberdade do corpo são restritos até tornar mais fácil a sua execução. À medida que o indivíduo domina a tarefa, liberam-se os graus de autonomia da articulação principal permitindo mais eficiência no movimento e na habilidade. Assim também é com o corpo em relação ao espaço. Um exercício no solo sem uso de acessórios ou aparelhos, geralmente é mais fácil de obter controle. À medida que o aluno domina o movimento do seu próprio corpo e adquire consciência deste, é possível aumentar os recursos ampliando os graus de liberdade. A coordenação do movimento é, por exemplo, um dos maiores processos de dominação dos graus de liberdade.

Nas primeiras aulas de pilates o que deve ser levado em consideração é o movimento. Os exercícios devem ser ensinados de forma que o aluno compreenda o que é o Powerhouse, coluna neutra, respiração, o controle e a concentração. O exercício e o alinhamento perfeito são alcançados com a prática, com o grau de comprometimento do aluno e dedicação do professor.

Referencias BibliográficasHelsen, L. The Pilates Process – Therapeutic Pilates Course
Cook, A.S, Woollacott M.H. – Controle Motor – teorias e aplicações práticas.
 
 
 
Fonte: Rebeca Sodré

 

Técnicas de Pilates aplicadas ao Fitness

Veja como sua aula pode ficar ainda mais eficiente contando com as técnicas do método Pilates. A seguir você acompanhará uma série de exercícios praticados em outras atividades físicas, mas com um grande diferencial técnico de execução:

Para garantir um bom alinhamento de seu corpo até mesmo antes de iniciar a sessão dos exercícios faça um aquecimento: mobilize a coluna nos movimentos que ela faz (flexão, extensão e rotação), mobilize as articulações dos ombros e do quadril e não deixe de fazer um breve fortalecimento de centro.

Agachamento com Bíceps: em pé com as pernas afastadas na linha do quadril e segurando as Tonings nas mãos. Inspire flexionando os joelhos e os cotovelos e solte o ar voltando à posição inicial. Músculos: exercício do cadillac. Cuidados: mantenha a coluna neutra, pelve e escapulas estabilizadas. Sinta sempre o apoio dos pés totalmente no solo. Assim evitaremos possíveis sobrecargas em nossas articulações, tensões e dores. (O mesmo exercício poderá ser feito sem as Tonings balls ou sem executar o agachamento)

Ponte sobre os ombros: deitado em decúbito dorsal e o Fitness circle entre os joelhos. Expire elevando o quadril contraindo glúteos e isquiotibiais, ao mesmo tempo aperte o Fitness acionando os adutores, inspire retornando para a posição inicial. (O mesmo exercício poderá ser feito sem o Fitness circle)

Crucifixo alternando: deitado em decúbito dorsal segurando em uma das mãos uma Toning Ball, com os braços estendidos e voltados para o teto. Inspire e desça os braços na direção do solo formando uma cruz com os braços, acionando peitorais solte o ar e feche os braços voltando à posição inicial. Troque a Toning de mão e repita para o outro lado, os oblíquos se contraem para manter o tronco estabilizado. (O mesmo exercício poderá ser feito da mesma forma com as pernas elevadas em CCA ou com uma Toning em cada mão)

Flexões de braço: fique em 4 apoios ou na posição de prancha, uma mão ficará em cima do Fitness circle com o cotovelo semiflexionado, a outra com o braço estendido permanece no solo. Inspire para descer o tronco ao mesmo tempo que flexiona os cotovelos, solte o ar e pressione o Fitness circle e estendendo o braço do solo, contraindo peitorais. (Insano exercício poderá ser feito com o joelho no solo)

Abdominais: em decúbito dorsal, coloque uma Toning ball em cada cotovelo na parte de dentro e deixe as mãos atras da cabeça. Expire e flexione o tronco contraindo os abdominais, retorne inspirando. (O mesmo exercício poderá ser feito sem as Tonings ou ainda com os pés fora do solo (CCA)

Alongamento de isquiotibiais: sentado com as pernas afastadas e o Fitness em pé, apoiando na alça de cima e pressionando o acessório a cada alongamento. Solte o ar e flexione a coluna à frente alongando insquiotibiais, inspire e retorne à posição inicial.

IMPORTANTE: tenha certeza de que seu corpo está livre de qualquer tensão, procure usar roupas confortáveis que viabilizam boa flexibilidade de seu corpo, pratique os exercícios em lugares arejados e não deixe de se hidratar.
 
 
 
 
Fonte: Rafaela Porto