Resumo
Objetivo: Estudar a influência da Técnica de Pilates no manejo da incontinência urinária em
mulheres idosas.
Relato de caso:
Foram analisadas duas mulheres idosas de 74 e 77 anos com sintomas de incontinência urinária de esforço no período de março à maio de 2005. Inicialmente foi aplicado um formulário para levantamento de dados das pacientes. Em seguida, foi feita a avaliação funcional do assoalho pélvico através do exame digital, utilizando como instrumento de avaliação o Esquema Perfect. As idosas foram inseridas num programa de reabilitação com a técnica de pilates. Numa freqüência de duas vezes por semana, durante três meses elas realizaram exercícios em aulas com duração de 1 hora e 20 minutos. Foram realizados exercícios no chão e nos aparelhos (Trapézio, Reformer, Chair) para fortalecimento do abdome e do assoalho pélvico.
Resultados:
As duas idosas apresentavam episódios de perdas urinárias há mais de 2 anos,
principalmente ao espirrar ou tossir. Uma delas teve 10 filhos e a outra teve 12 filhos, todos de
parto vaginal. Após o período de intervenção as pacientes aprovaram o tratamento, relatando
melhora da incontinência urinária. Foi realizado novamente o exame digital, no qual observou-se ganho de força muscular do períneo.
Conclusão:
Os resultados obtidos com este estudo mostram que as idosas se beneficiaram com o
tratamento proposto. Sendo assim, a técnica de pilates pode ser uma alternativa a mais na
reabilitação da incontinência urinária em mulheres idosas, promovendo a melhora da qualidade de vida dessas pacientes.
Palavras-chave: Técnica de Pilates, Incontinência Urinária, Idoso.
Introdução
A Técnica de Pilates promove harmonia e equilíbrio corporal para todas as idades,
condicionando o corpo através dos exercícios. Os benefícios desta técnica vêm sendo amplamente difundidos, apresentando excelentes resultados na reabilitação e no condicionamento físico não só de pessoas saudáveis, como também nos portadores de disfunções osteomioarticulares e patologias neurológicas1.
Por ser um método que tem como princípios básicos o controle e a precisão do
movimento, a concentração e a respiração, o Pilates pode ser uma boa alternativa na prática de atividade física e na reabilitação de idosos. Além do ganho de força trabalha-se o equilíbrio, a coordenação motora e a concentração, podendo oferecer um retardo ou estabilização no processo de envelhecimento1.
A população idosa é um dos segmentos que mais cresce na sociedade. Associada a esta
transformação demográfica encontra-se inúmeras condições clínicas, como a incontinência urinária(IU), que podem alterar a qualidade de vida (QV) do idoso2,3. A prevalência de IU aumenta com a idade e é maior entre as mulheres do que entre os homens, com uma proporção de aproximadamente 2:14,5. Afeta cerca de 30% dos indivíduos idosos da comunidade e 50% daqueles internados em asilos3.
A Sociedade Internacional de Incontinência define a incontinência como a
condição na qual a perda involuntária de urina é um problema social ou higiênico e é
objetivamente demonstrada6,7,8. A IU é muitas vezes erroneamente interpretada como parte
natural do envelhecimento. Alterações que comprometem o convívio social como vergonha,
depressão e isolamento, freqüentemente fazem parte do quadro clínico, causando grande
transtorno aos pacientes e familiares8.
Fortalecer o abdome (centro de força) e o assoalho pélvico é um dos objetivos da Técnica de
Pilates9. Sendo assim, surgiu o interesse em pesquisar quais os efeitos desta técnica no
tratamento da IU resultante da fraqueza do períneo, em mulheres idosas.
Com as melhorias dos indicadores de saúde, como o aumento da expectativa de vida é
necessário que se observe o fenômeno do envelhecimento populacional. Cada vez mais os
profissionais de saúde devem estar atentos e aptos a tratar as doenças do idoso, com o intuito de promover uma melhor QV.
Relato de Caso
Incontinência urinária é a perda de urina.
Só no Brasil, esse problema atinge 6 milhões de pessoas, gerando, além do desconforto físico,constrangimento que se refletem na QV dos indivíduos. Embora não seja uma doença, mas, sim, uma condição, a perda involuntária de urina não é normal, devendo ser investigada e tratada adequadamente10.
No final desta década, pesquisas elaboradas mostraram que em média as mulheres
permanecem de 5 a 8 anos com IU até que algum profissional da área de saúde as questione sobre o assunto, resultando em piora dos sintomas, queda da auto-estima e dificuldade de relacionamento social4.
Pesquisadores preconizam, então a aplicação de questionários sobre sinais e sintomas
relacionados a IU a ser aplicado a todas as pacientes, quando submetidas às consultas de
saúde, independente da idade, facilitando a melhor abordagem entre o profissional e a mulher4.
A IU é mais comum entre pessoas idosas, afetando um terço daqueles com mais de 60
anos10. Contrária à crença popular, a IU não é uma condição normal da idade, embora os músculos do trato urinário possam perder algum tônus com o envelhecimento8.
A incontinência é classificada em diferentes tipos de acordo com o problema de base
causando a condição. Na incontinência transitória,uma causa reversível pode ser determinada. Mais da metade das pessoas idosas tem uma causa reversível como: infecção urinária, uso de certas medicações, mobilidade restrita, entre outras3,8.
Quando uma causa reversível não pode ser determinada, ela é classificada como
incontinência persistente8. Os tipos de incontinência persistentes são: incontinência de estresse ou esforço (na qual pequenas quantidades de urina são perdidas quando a pessoa tosse, espirra ou faz qualquer atividade repentina que aumenta a pressão dentro do abdome; é o tipo mais comum de incontinência na mulher), incontinência de urgência (refere a inabilidade em atrasar a micção quando a pessoa sente que a bexiga estar cheia), incontinência por transbordamento (na qual a bexiga enche em excesso e pequenas quantidades de urina vazam sem qualquer aviso) e incontinência mista quando há uma combinação dos tipos acima3,8.
As formas de tratamento variam de acordo com o tipo da mesma. As principais intervenções conservadoras estão relacionadas a mudanças de comportamento e exercícios perineais, bem como a terapêutica farmacológica.
Os procedimentos cirúrgicos são usualmente recomendados em casos mais graves de
incontinência4.
As causas mais comuns da IU são multiparidade (gestação/parto vaginal), obesidade
mórbida, diabetes, imobilidade, alterações da cognição, medicação (diuréticos), obstipação,
deficiência estrogênica, acidente vascular cerebral, Doença de Parkinson e atividades físicas
de alto impacto. A incontinência ocorre quando o estoque e o esvaziamento da urina na bexiga não funcionam de maneira coordenada. Esta falta de coordenação entre os processos de estoque e esvaziamento é devido a um mau funcionamento dos nervos e músculos da bexiga ou uretra. Em mulheres, a incontinência pode também ser causada por uma perda de suporte da bexiga e uretra10.
Os músculos do assoalho pélvico vão desde o osso púbico até o cóccix, abaixo dos
músculos abdominais. Para estar em boas condições, esses músculos devem ser capazes de segurar a urina, gases, fezes e também relaxar.
Um assoalho pélvico forte é importante para homens e mulheres, pois apóiam os órgãos
internos. A deficiência desses músculos pode causar problemas no trato urinário na meiaidade11.Arnold Kegel foi um dos primeiros a prescrever exercícios para o assoalho pélvico,principalmente para mulheres cujos músculos do períneo estavam frouxos por causa do parto.
A eficácia dos exercícios depende da motivação e de como os exercícios são feitos. Mais recentemente, bolas vêm sendo usadas no tratamento da IU e na reabilitação de pacientes com disfunções do assoalho pélvico. Carriére acredita que 90% dos casos de incontinência causados pelo estresse podem ser melhorados ou curados com exercícios simples, como pressionar suavemente uma bola entre os joelhos, fazendo com que mais fibras musculares sejam recrutadas11.
A técnica de pilates tem como um dos princípios fundamentais a “casa de força” que é o
centro de todo movimento. Os três músculos abdominais trabalham com os músculos da coluna para formar o centro de força. O assoalho pélvico também é incluso na “casa de força” pela forma que esse arranjo de músculos e ligamentos conecta-se ao sistema nervoso central dos músculos profundos abdominais9. O fortalecimento da região central, então, pode promover bons resultados para pacientes com disfunções desses músculos.
O presente estudo foi realizado na cidade de Salvador, Bahia, Brasil, com mulheres idosas
acima de 60 anos (segundo critério da Organização Mundial da Saúde). Foram avaliadas
duas mulheres de 74 e 77 anos com sintomas de IU de esforço, no período de março à maio de 2005.
A avaliação consistiu inicialmente na aplicação de um formulário para levantamento de
dados das pacientes como: história de patologias pregressas, uso de medicações, quantidade de filhos, parto, cirurgia ginecológica, tempo que apresenta perdas urinárias, visitas ao médico, tratamento para a IU, impacto da IU na qualidade de vida diária.
Posteriormente foi feita uma avaliação funcional do assoalho pélvico paraverificar a força de contração voluntária dos músculos do períneo. Essa função foi avaliada pelo exame digital, no qual foi solicitado às pacientes que contraísse e mantesse a contração dos músculos perineais ao redor do dedo do examinador, de acordo com o Esquema Perfect12(Tabela 1).
Tabela 1:Esquema Perfect para avaliação funcional do assoalho pélvico:
0 Ausência de resposta muscular dos músculos perivaginais
1 Esboço de contração muscular não sustentada
2 Presença de contração de pequena intensidade, mas que se sustenta
3 Contração moderada, sentida como um aumento de pressão intra-vaginal, que comprime os dedos do examinador com pequena elevação cranial da parede vaginal
4 Contração satisfatória, aquela que aperta os dedos do examinador com elevação da parede vaginal em direção à sínfise púbica
5 Contração forte: compressão firme dos dedos do examinador com movimento positivo em direção à sínfise púbica
Para serem inclusas neste estudo as idosas tiveram que apresentar história prévia de
perdas urinárias há pelo menos três meses, que fossem capazes de contrair a vagina e que
tivessem o desejo de participar da pesquisa. Para isso as mesmas assinaram um termo de
consentimento livre no qual foi informado o objetivo do trabalho.
As duas idosas inseridas no programa de reabilitação com a técnica de pilates realizaram
exercícios para fortalecer o centro de força(abdome e assoalho pélvico) numa frequência de
duas vezes por semana, durante três meses. Os exercícios foram realizados no chão e nos
aparelhos (Trapézio, Reformer, Chair) e seguiram os princípios da técnica de pilates, foram ainda utilizados acessórios como bolas, círculo mágico,thera-band e caixas. Os exercícios aplicados na intervenção foram: adução de membros inferiores(MMII) com bola e círculo mágico, adução e abdução de MMII com resistência das mãos,abdução e adução de MMII com pés no chão e com pés no ar (borboleta e borboleta aérea), cair lados, abdominal reto e oblíquo, rolamento pélvico (com pés sobre a caixa, com bolinha entre os joelhos), flexão e extensão dos joelhos e quadril na bola, Reformer, Chair e Trapézio (série de pliés).
Resultados Conclusão
As duas pacientes referiram que a IU mudou para pior a qualidade de vida diária, o
convívio social e familiar. As idosas relataram episódios de incontinência no período diurno,
sendo maior durante o dia quando espirravam ou tossiam. Uma paciente tinha hipertensão arterial sistólica controlada com uso de medicação. As duas foram submetidas à plástica vaginal a aproximadamente três anos. Uma das idosas teve 10 filhos e a outra, 12 filhos, todos de parto vaginal.
No que diz respeito à duração dos sintomas de perdas urinárias, as pacientes referiram que perdiam urina há mais de dois anos.No exame físico observou-se força muscular grau 3 para o períneo.
Após o término do período de intervenção (12 semanas), as pacientes aprovaram o tratamento proposto. Foi novamente realizado o teste de força muscular e as idosas foram capazes de contrair a vagina e sustentar a contração vaginal com melhor desempenho, apresentando força muscular grau 4.
Os resultados obtidos com este estudo mostram que as idosas se beneficiaram com atécnica de pilates, reduzindo as perdas urinárias.
Pode-se observar, então, que a técnica de pilates quando bem indicada possui a vantagem de que muitas vezes a farmacoterapia impõe e que com freqüência faz a paciente desistir do
acompanhamento, acreditando que a IU não tem cura e que ela deve conviver com este
desconforto.
A técnica de pilates pode ser utilizada como uma modalidade terapêutica a mais no
tratamento da IU em mulheres idosas motivadas e sem prejuízo cognitivo, visando a recuperação e o bem-estar da mulher.
Uma das limitações deste estudo foi o pequeno número de pacientes submetidos à intervenção e a escassez de material teórico relacionando a IU e o tratamento com a técnica
de pilates. Novos estudos devem ser realizados com o objetivo de verificar em outros grupos os benefícios da técnica de pilates na reabilitação da IU.
Referência Bibliográfica
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3- MACIEL, A.C. “Incontinência Urinária”.In: Tratado de Geriatria e Gerontologia.Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, p. 635, 2002.
4- GLASHAN, R.Q.; LELIS, M.A.S.;FERA, PATRÍCIA; BRUSCHINI, HOMERO. Intervenções Comportamentais e Exercícios Perineais no Manejo da Incontinência Urinária em Mulheres Idosas. In: www.drashirleydecampos.com.br. Acessado em 14/05/05.
5- PAULS, JULIE. “Incontinência Urinária e Comprometimento do Assoalho Pélvico no Idoso”. In: Fisioterapia Geriátrica. 2. ed. Rio de Janeiro. EditoraGuanabara Koogan, p. 322, 2002.
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7- ABRÃ O, L.J.; GEO, M.S.; LIMA,
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abdominais?” In: Abdominais com Bola –Uma Abordagem de Pilates para o
Fortalecimento e Definição dos Músculos Abdominais. 1. ed. São Paulo.Phorte Editora Ltda, p. 4 e 5, 2004.
10- Incontinência Urinária. In: www.drashirleydecampos.com.br.Acessado em 14/05/05.
11- CRAIG, COLLEN. “Abdominais com Bola: Nível Básico.” In: Abdominais com
Bola – Uma Abordagem de Pilates para o Fortalecimento e Definição dos Músculos Abdominais. 1. ed. São Paulo. Phorte Editora Ltda, p. 30, 2004.
12- MORENO, A.L.; MITRANO,PRESCILIANA. “Avaliação Funcional.”In: Fisioterapia em Uroginecologia. p.108, Editora Manole.
“Se aos 30 anos você está sem flexibilidade e fora de forma, você é um velho. Se aos 60 anos você é flexível e forte, você é um jovem.” ( Joseph Pilates)
sábado, 28 de junho de 2014
O Método Pilates® e a Prevenção de Fraturas Osteoporóticas
INTRODUÇÃO
A osteoporose atinge ambos os sexos, jovens e idosos, contudo, há uma maior prevalência para o sexo feminino e idosos. A proporção sexual é de três mulheres para cada um homem. Isto pode ser explicado pela diferença de comprimento de seus ossos, visto que ossos menores tendem a ser mais frágeis e, portanto, mais suscetíveis a fraturas; e pela diferença hormonal, o que também justifica a maior prevalência em indivíduos da terceira idade, etapa da vida em que ocorre diminuição das taxas hormonais (WHO, 2000). Além disso, apresentam maior pré-disposição indivíduos sedentários, da raça branca, com baixo índice de massa corporal, que apresentam desordens endócrinas, predisposição genética e que fazem uso excessivo de bebidas alcoólicas e cigarros (Wilkins & Birge, 2005; Christodoulou & Cooper, 2003; El-Hajj Fuleihan et al, 2002; Betz, 2005).
A origem da osteoporose se encontra no processo de formação e reabsorção de massa óssea, que são condicionadas por fatores mecânicos e hormonais. Existindo a interação desses dois fatores, ocorrerá a perfeita harmonia entre a formação e a reabsorção óssea, resultando em um osso dito saudável, com a massa óssea dentro dos padrões de normalidade. As células responsáveis por esse processo são os osteoblastos e os osteoclastos (Simon, 2005). A osteoporose ocorre, portanto, quando há falha no processo neoformação/reabsorção da massa óssea, ou seja, a patologia pode ocorrer por duas situações distintas. Na primeira, há um déficit de neoformação óssea. Nesse caso, ocorre reabsorção normal da massa óssea, no entanto, a ação dos osteoblastos não é suficiente para suprir a perda. Na segunda situação, ocorre o inverso, ou seja, a reabsorção é maior do que o normal, de maneira que a formação óssea não é suficiente para reparar as lacunas do osso (Culham, 1998).
Com base nisso, a osteoporose é classificada em dois tipos: I: pós-menopausa e II: osteoporose senil (Simon, 2005). O tipo I é o que mais atinge as mulheres. Trata-se da osteoporose por conseqüência da diminuição dos hormônios sexuais, que ocorre durante a menopausa. Essa diminuição desses hormônios – estrógeno e progesterona – promove um aumento do recrutamento dos osteoclatos, cuja finalidade é promover a reabsorção de massa óssea e diminuir a absorção de cálcio pelos intestinos. Portanto, ocorrerá uma maior reabsorção de massa em contraste com uma produção normal ou reduzida desta (Simon, 2005). O tipo II é conhecido como osteoporose senil por manifestar-se em indivíduos com idade avançada, sejam mulheres, sejam homens. Nesse caso, ocorrerá uma queda na produção óssea, por diminuição ou inativação dos osteoblastos, que são as células responsáveis por essa função. Portanto, ocorrerá uma reabsorção normal ou aumentada e uma produção insuficiente para repor a perda de massa (Simon, 2005).
A osteoporose é uma patologia silenciosa, ou seja, normalmente é assintomática até que ocorra uma fratura. No entanto, o indivíduo pode apresentar quadros de dor crônica, deformidades ósseas pela formação inadequada de osso, especialmente da região torácica, com conseqüentes compressões viscerais, comprometimentos respiratórios e déficits de mobilidade, situações que interferirão na qualidade de vida (Zbranca et al, 2004).
O diagnóstico pode ser concretizado pela história clínica do indivíduo, confirmado e quantificado por exames laboratoriais e, principalmente, por imagens, dentre eles: Raio-X e Absorciometria Dupla da Energia dos Raios-X (DXA) (Christodoulou & Cooper, 2003; El-Hajj Fuleiham et al, 2002).
Basicamente, o tratamento da osteoporose tem como princípios o aumento ou, no mínimo, a manutenção em bons níveis da massa óssea e a prevenção de fraturas (Akesson, 2003; Wilkins & Birge, 2005). Para isso, utiliza-se a terapia medicamentosa (controle hormonal), associada à eliminação de fatores de risco, dieta balanceada e encaminhamento para atividade física (Christodoulou & Cooper, 2003).
A importância da atividade física está comprovada cientificamente, visto que, diversos estudos demonstraram que há aumento ou manutenção da densidade óssea em pessoas que praticam atividade física, quando comparadas com sedentárias, durante um mesmo período de tempo (Chien et al, 2000; Bassey, 2001; Forwood, 2000), Além disso, soma-se todas as outras vantagens que os exercícios oferecem, como: os benefícios cardiovasculares, aumento da força muscular, melhora da coordenação motora, melhora do equilíbrio, melhora da estabilização postural, os quais são importantes para a prevenção de quedas (Chan et al, 2003).
FRATURAS OSTEOPORÓTICAS
Com a perda de massa óssea, os ossos tornam-se mais frágeis e mais suscetíveis a fraturas. As fraturas osteoporóticas respondem por um alto índice de incapacitação e morbidade, especialmente em indivíduos idosos, já que menos de um terço dos indivíduos que sofreram fraturas de quadril voltam a exercer suas atividades normais sem limitações (Christmas, 2000). Nos EUA, por exemplo, estima-se que 1,3 milhão de mulheres sofrem fraturas osteoporóticas a cada ano (Gregg et al,1998). Portanto, uma vez instalada a osteopenia ou osteoporose, o objetivo do profissional da saúde deve ser a prevenção das fraturas, que é feita pela manutenção da massa e pela redução do risco de quedas (Chan et al, 2003).
Diversas atitudes podem ser adotadas para minimizar o risco de quedas de indivíduos idosos. Dentre os fatores mecânicos, pode-se destacar cuidados com o ambiente onde o indivíduo vive, como: uso de pisos antiderrapantes, uso de barras de apoios em corredores e banheiros, melhora de iluminação e objetos ao alcance do individuo (Pinto Neto et al, 2002).
No que compete a melhora das condições físicas, o exercício é a forma encontrada pelos profissionais da saúde para promover a prevenção das quedas, visto que, a fraqueza muscular, problemas posturais, desequilíbrio e inatividade são os maiores fatores de risco para quedas (Forwood, 2000). Logo, através da atividade, é possível conquistar a melhora da força muscular, da flexibilidade, da coordenação motora, do equilíbrio e da mobilidade geral (Kagan, 2002). Nesse contexto, o Método Pilates surge como uma alternativa para a conquista de todos esses requisitos.
O MÉTODO PILATES
Joseph Pilates era um indivíduo com problemas de saúde, que partiu em busca da melhora de sua qualidade de vida. Dessa forma, dedicou sua vida ao estudo das ciências biológicas, através da anatomia, fisiologia e biomecânica. Com base em seus estudos, desenvolveu uma série de exercícios físicos que visavam a melhora do condicionamento físico e mental. Seu método de trabalho foi valorizado pela primeira vez durante a Primeira Guerra Mundial, quando ele treinou seus companheiros e todos conseguiram superar a epidemia de gripe que aconteceu no ano de 1918 (Aparício, 2005).
A partir de então, Pilates passou a aprimorar seu método, abrindo o que se assemelharia a uma academia de ginástica e colocou em prática o que seus estudos lhe ensinaram. Dessa forma, surgiu o Método Pilates, hoje conhecido e difundido em todo o mundo (Lange et al, 2000).
De maneira simples, o Método Pilates pode ser definido como um treinamento físico e mental, por promover a harmonia entre o corpo e a mente, gerando melhora da consciência corporal e bem estar (Pires & Sá, 2005). Tendo sustentação pelos estudos anatomo-fisiológicos e, portanto, sem qualquer caráter místico (Aparício, 2005).
O método é baseado em seis princípios básicos, que são: centro, controle, concentração, fluidez dos movimentos, precisão e respiração (Aparício & Perez, 2005; Pires & Sá, 2005).
- O Centro: o corpo tem um centro físico, onde se originam todos os movimentos, chamado de “powerhouse” (Centro de Força), o qual é composto pelos músculos abdominais, lombares e glúteos. Preconiza-se o reforço desse centro para promover a sustentação da coluna, dos órgãos internos e manutenção de uma boa postura;
- Controle: o praticante deve ter total controle de seu corpo, conhecendo e respeitando as suas limitações, buscando vencê-las para atingir a perfeita execução de cada movimento;
- Concentração: a execução dos movimentos deve ser realizada, mantendo-se uma total concentração no centro de força, além de observação atenta de cada movimento necessário para a realização dos exercícios, para que se obtenha uma boa conscientização corporal;
- O Movimento: os movimentos realizados durante a execução de cada exercício devem respeitar a fluidez e a harmonia;
- Precisão: a precisão está diretamente ligada ao controle. Concentrando-se em cada etapa do movimento e conhecendo o corpo, é possível desenvolver o controle necessário para se obter a precisão de cada movimento;
- Respiração: Pilates enfatiza a importância de manter os níveis de oxigenação da circulação sanguínea. Este é o resultado de uma respiração adequada durante os exercícios, oxigenando o sangue e eliminando os gases nocivos. No Método Pilates todos os exercícios são associados à respiração.
Logo, os principais benefícios ao praticante, são:
- Correção postural;
- Aumento do equilíbrio e coordenação motora;
- Alívio e prevenção de dores musculares;
- Aumento da força e resistência muscular;
- Aumento do controle muscular;
- Prevenção de lesões;
- Melhora da capacidade respiratória;
- Aumento da flexibilidade;
- Alongamento;
- Tonificação e definição da musculatura corporal;
- Melhora do condicionamento físico e mental;
- Integração do corpo e da mente;
- Harmonização dos movimentos diários;
- Controle
- Aumento da consciência corporal;
- Alívio do stress;
- Aumento da auto-estima.
A PREVENÇÃO DE FRATURAS OSTEOPORÓTICAS ATRAVÉS DO MÉTODO
PILATES
Sendo o Método Pilates uma proposta de atividade física com finalidades terapêuticas, utiliza-se para a prevenção e/ou tratamento de diversas patologias osteo-mio-articulares (Pires & Sá, 2005) como a osteoartrite (Yakut et alli, 2005) e até mesmo em gestantes (Balogh, 2005). No caso específico da prevenção de fraturas osteoporóticas, o pilates pode ser indicado por promover o aumento da força muscular, o ganho de flexibilidade, a melhora da coordenação motora, do equilíbrio, da postura, propriocepção e da respiração.
O ganho de força muscular é conquistado através de exercícios resistidos por cargas externas, que podem ser a gravidade, o peso do próprio corpo, as molas dos aparelhos ou as bolas Bobath, solicitados de acordo com a realidade de cada cliente. O aumento da força auxilia na remodelação óssea, através do estímulo mecânico que a contração muscular imprime aos ossos, promovendo a proteção destes. O fortalecimento, assim como em qualquer modalidade esportiva, é conquistado gradativamente.
O alongamento gradativo dos músculos conquistado com o método promove a diminuição de encurtamentos e tensões musculares localizadas, os quais podem ser responsáveis por alterações posturais significativa e deixar estruturas ósseas mais suscetíveis à forca mecânica. Além disso, o alongamento bem orientado auxilia no reequilíbrio muscular entre os grupos agonistas e antagonistas (Aparício & Perez, 2005).
O estímulo à coordenação motora é constante durante a realização dos exercícios do Método Pilates. Ela é conquistada através da precisão dos movimentos e dos recursos utilizados durante o exercício. O manuseio das molas e bolas, realização de exercícios unilaterais, bilaterais e alternados, exige que o praticante demonstre domínio e, dessa forma, obtem-se trabalhos coordenados (Lange et al, 2000).
O manuseio destes equipamentos também impõe ao praticante a necessidade de equilíbrio corporal para a manutenção das posturas em que os exercícios devem ser realizados. Logo, o equilíbrio se torna um dos grandes objetivos do método e um de seus diferenciais (Pires & Sá, 2005).
O alongamento axial promovido pelo pilates é importante na prevenção das microfraturas das vértebras, principalmente das torácicas que são as mais acometidas, por diminuir a compressão exercida entre uma vértebra e sua adjacente.
Pela ênfase dada ao trabalho respiratório durante a realização de cada um dos exercícios, o pilates promove a reeducação da respiração e, dessa forma, reduz a tensão e o gasto de energia dos músculos envolvidos no processo respiratório.
Somando-se todos os objetivos almejados pelo pilates, obtem-se o que se caracteriza como uma das filosofias do método, que é a melhora da consciência corporal, isto é, o autoconhecimento, fundamental para a realização de cada um dos movimentos do corpo. Pilates valoriza muito a interação do corpo e da mente para que haja perfeita harmonia e menor gasto de energia durante a realização das atividades da vida diária (Aparício & Perez, 2005).
Sabe-se que toda e qualquer atividade física deve ser adaptada para atender as necessidades do indivíduo com osteoporose e possibilidade de fratura (Forwood, 2000).
Com o pilates, deve ser da mesma forma.. Cabe ao instrutor de pilates ter conhecimento a respeito da osteoporose, para que seja possível adaptar os exercícios a necessidade de cada um (Betz, 2005).
A adaptação dos exercícios é feita com base na avaliação física do indivíduo e em seu potencial risco de fratura. Assim é possível determinar a intensidade, freqüência e tipo de exercícios a serem realizados (Betz, 2005).
Portanto, tendo como precauções basicamente as mesmas de outras modalidades esportivas, o pilates pode ser realizado por indivíduos osteoporóticos, como forma de auxílio a prevenção de quedas e melhora da saúde geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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rehabilitacion
Intervenção do pilates na reeducação postural: um estudo de caso
Resumo
O presente estudo de caso analisa o efeito da técnica de Pilates na reeducação postural, em poucas aulas. Este trabalho foi realizado no Estúdio de Pilates – Atelier do Corpo, localizado em Piatã, cidade de Salvador – Bahia, com uma aluna, T.S.T.S., de 18 anos de idade. Primeiramente, submeteu-se a uma Avaliação Postural Computadorizada, através do sistema Fisiometer de Avaliação – Posturograma versão: 28, com o intuito de observar as alterações posturais. Em seguida, foi demonstrado os princípios e fundamentos de que se tem absoluta necessidade para a execução do método. Depois da apresentação da técnica de Pilates colocou em prática as aulas, sendo estas fundamentadas na Avaliação Postural Computadorizada, nos objetivos traçados e na sua primeira aula.
Foi aplicada vinte aulas, sendo três vezes durante a semana, em dias alternados com a duração de, cada sessão, uma hora e vinte minutos, pelo turno vespertino. Após a vigésima aula de Pilates, novamente, submeteu-se a Avaliação Postural Computadorizada, com o desígnio de averiguar as possíveis alterações corporais de T.S.T.S.
Palavras-chaves: Pilates, Avaliação Postural Computadorizada, Postura.
Abstract
This case study analyses the effect of the Pilates postural re-education technique, in few classes. This work was performed at the Estúdio de Pilates- Atelier do Corpo, located in Piatã, City of Salvador, State of Bahia, with the student T.S.T.S., 18 year old. The first step consisted of a Computerized Postural Evaluation of the student, using the Fisiometer Evaluation System – Posturograma version:
28, aiming at observing postural alterations. Following that, the principles and bases of the Pilates technique necessary for conducting the method were demonstrated. After presenting the Pilates technique, practical classes were started (the treatment was started) based on the Computerized Postural Evaluation, on the objectives established and in the first class. The treatment consisted on twenty sections, performed three times a week, every other day, each section with one hour and twenty minutes duration during the morning. After the twentieth Pilates class the student was again submitted to the Computerized Postural Evaluation, aiming at observing possible body alterations.
Key words: Pilates, Computerized Postural Evaluation, Posture.
Introdução
A técnica de Pilates foi criada por um alemão chamado Joseph Hubertus Pilates (1880-
1967), que quando criança sofria de asma,raquistismo e febre reumática. Desde cedo ele
decidiu contrariar a sua forma debilitada, buscando nas atividades físicas uma solução para vencer seus problemas, através da yoga, mergulho, boxe,natação, esqui,...com conhecimento de Fisiologia,Anatomia e Medicina Oriental. Até os movimentos animais não fugiram das suas observações. (Revista Veja, 1998).
Em 1912, ele mudou para a Inglaterra, dois anos antes da Primeira Guerra Mundial(Ribeiro, 2004). Por não estar no seu país, foi considerado “estrangeiro inimigo”, sendo mandado
para a Ilha de Man. Assim, trabalhando como voluntário, cuidou de exilados e mutilados
utilizando as molas das camas do hospital,desenvolvendo e aperfeiçoando, criando seus
métodos e equipamentos.
Sua técnica foi reconhecida quando nenhum dos internos daquele campo sucumbiu a
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uma epidemia de gripe (influenza) que vitimou outras pessoas de outros campos. (Herdman &
Selby, 2000).
Após a guerra, Joseph retorna para a Alemanha, aperfeiçoando seu método com a Força
Policial de Hamburgo. Mas, posteriormente, acaba se estabelecendo nos Estados Unidos, na cidade de Nova Iorque, abrindo um estúdio no mesmo edifício de New York City Ballet. (Hayashida,2005).
O seu método começa a ser praticado por importantes bailarinos que apresentavam lesões,
sendo recuperados por Joseph Pilates. Logo, a técnica ganha adeptos e se espalha por todo o mundo.
Pilates denominava seu método de Contrologia ou Arte do Controle, que é a capacidade que o ser humano tem de se mover com conhecimento e domínio do próprio físico,apresentando uma completa coordenação do corpo, mente e espírito, utilizando princípios específicos
para promover a integração entre eles, que são a concentração, centro de força(Powerhouse),
fluidez, precisão, respiração e controle dos movimentos. (Borges, 2004).
Dos trinta e quatro movimentos do método original resultaram cerca de quinhentas variações,
realizadas com ou sem auxílio de aparelhos. As aulas são realizadas individualmente ou em
pequenos grupos (máximo de seis pessoas), com a duração média de uma hora e vinte minutos, sendo os exercícios realizados com poucas repetições (dez vezes no máximo), nunca levando os alunos à exaustão (Borges, 2004).
Joseph afirma que, em aulas individuais, após as dez primeiras aulas o aluno sentir-se-á
melhor; após vinte aulas as mudanças corporais são visíveis; e, após trinta aulas as pessoas começam a notar as mudanças. A mudança corporal nesta técnica tem um efeito mais rápido devido ao fato de cada exercício ser praticado em angulações específicas, com precisão de cada movimento, sob a indispensável orientação exclusiva do instrutor credenciado.
A técnica de Pilates consiste em dois tipos de aula: no solo (também denominado The Mat) e
no aparelho (Borges, 2004). O trabalho tanto no chão quanto nos aparelhos (Cadeira, Reformer, Wall, Trapézio) consiste em exercícios para estabilizar pelve, controlar abdome, mobilizar articulações, fortalecer e alongar membros superiores e membros inferiores. (Nogueira, 2002).
Para uma melhor precisão e segurança durante a execução de exercício, os instrutores
provêem ajuda física e feedback verbal.
Inicialmente, os exercícios de solo de Pilates usam um longo apoio do centro nas posições de decúbito ventral, decúbito dorsal e decúbito lateral.
Com a obtenção da melhora da força e da forma , a base de apoio é gradualmente reduzida
para treinar novamente os mecanismos de propriocepção, enquanto criam-se padrões de
movimentos mais eficientes.
Adicionalmente, Pilates envolve exercícios de cadeia cinética fechada que podem fornecer as
forças compressivas e descompressivas necessárias para melhorar a nutrição nas articulações e cartilagens, reduzindo o risco de degeneração.
(Segal et al, 2004).
A proposta de Joseph Pilates tem um amplo benefício para o corpo humano, como
estimular a circulação, melhorar a flexibilidade, a amplitude de movimento, enfim, melhorar a postura, o condicionamento do corpo (físico e mental) em geral. (Menegatti, 2004).
Uma boa postura é aquela em que a pessoa na posição ortostática exige o menor empenho da musculatura e dos ligamentos para a administração da regularidade dos segmentos corporais. Só que com os hábitos que estamos herdando da nossa sociedade e cultura, cada vez mais comodistas, a não mais simples dor nas costas vem prejudicando pessoas de todas as classes e idades (trabalhadores diversos, donas-de-casa, crianças...).Desencadeando os desequilíbrios posturais. (Verderi, 2002).
Essas irregularidades se diversificam de acordo com o estilo de vida que cada ser contém,
além da consciência do corpo que cada um traz consigo, pois é esse conhecimento que provocará todo decurso de desarmonia corporal (Machado,2003).
É por isso que, antes de iniciar o Pilates (ou qualquer outra atividade física) é de grande
importância que se tenha realizado uma avaliação física e em especial uma estimativa que verifique os problemas posturais, denominada de avaliação postural.
Alguns dos objetivos dessa avaliação são detectar possíveis desvios posturais que podem
ocorrer por vários fatores, muitos dos quais facilmente reversíveis e evitar lesões, através da
programação de aulas específicas para cada aluno.
Para uma maior confiabilidade na avaliação Postural, A fisioterapeuta paraibana
radicada no Rio de Janeiro (RJ) Drª Francinett da Costa Dias, com a colaboração de inúmeros fisioterapeutas, resolveu, há cinco anos, iniciar o desenvolvimento de um software de avaliação funcional que comprovasse e que desse respaldos mais fidedignos na atuação fisioterapêutica na área de Avaliação Postural. (Revista COFFITO, 2004).
Hoje em dia, devido à existência da avaliação postural computadorizada existe a
possibilidade do laudo ser analisado por diversos profissionais da área de saúde, aumentando significativamente a segurança do diagnóstico.
A avaliação postural computadorizada possibilita capturar as imagens do indivíduo, as
medidas de ângulos e distâncias de pontos anatômicos nos planos frontal, dorsal e sagital,
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propondo uma investigação de desvios posturais e alterações no sistema osteo-muscular. (Bankoff et al, 2004).
Ocorre também a possibilidade do aluno ser reavaliado, comparando-se os gráficos
evolutivos da sua avaliação, podendo, assim, reformular de maneira mais fidedigna o programa de treinamento.
O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da técnica de Pilates, na Reeducação Postural, em vinte sessões.
Metodologia
1. Amostra
A aluna T.S.T.S., 18 anos de idade, sexo feminino, 1,68m de altura, pesando 70 quilos, foi
submetida à Avaliação Postural Computadorizada,feito pela plataforma (denominada Fisiometer) de Avaliação – Posturograma, versão 2.8, cujas aulas
foram realizadas no Atelier do Corpo.A instrução de Pilates foi feita por Tane
Samano, concluinte do curso de formação na técnica de Pilates, sob supervisão da instrutora
Jaqueline Borges.
2. Procedimento
Avaliação Postural Computadorizada I
A aluna T.S.T.S. foi submetida, no dia 12 de abril de 2005, terça-feira, a uma Avaliação
Postural Computadorizada, na APAE (Associação de Pais e amigos dos Excepcionais de salvador),situado na Rua Rio Grande do Sul, 545, Pituba,Salvador – Bahia. O exame foi realizado através de seis imagens: face ventral, face posterior, perfil esquerdo, perfil direito, flexão anterior (visão anterior e de perfil). Essa avaliação objetiva identificar as principais assimetrias e desníveis posturais mediante os pontos anatômicos do corpo, por meio de imagens digitalizadas (fig.01). Nessa avaliação constatou-se:
- Linha de prumo anterior levemente desviada para a esquerda;
- Inclinação postural da cabeça para a direita;
- Assimetria da espinha ilíaca ântero-superior;
- Projeção anterior da cabeça;
- Cifose dorsal moderada;
- Projeção anterior dos ombros;
- Retificação postural da lombar;
- Retroversão da pelve;
- Projeção abdominal;
- Genurecurvato;
- Encurtamento da cadeia muscular posterior.
Figura 01: Perfil direito.
Programação das aulas
No mesmo dia da primeira Avaliação Postural Computadorizada, T.S.T.S. foi admitida no
Estúdio de Pilates.
Foi demonstrado para a aluna os princípios e fundamentos básicos necessários para a execução dos movimentos da técnica de Pilates. A mesma estava trajando uma roupa confortável que não limitava seus movimentos, permitindo, também,com que o instrutor observasse a sua respiração e movimentação.
Sendo assim, baseado na sua avaliação postural computadorizada, na noção de consciência
corporal observado na aula de apresentação, foram traçados os seguintes objetivos para a aluna:
- Alongamento global, enfatizando a cadeia posterior.
- Estabilizar a cintura escapular e pélvica.
- Mobilizar a coluna, enfatizando a coluna lombar.
- Fortalecer o Centro de Força, membros superiores e membros inferiores.
Depois da aula de apresentação da técnica colocou-se em prática as aulas, sendo estas
fundamentadas nos seus objetivos, na aula de apresentação e na Avaliação Postural Computadorizada.
Foram idealizados três programas de aulas diferentes. Uma no trapézio, uma na cadeira e uma no Reformer, sendo cada aula dividida em aquecimento, exercícios de solo, exercícios de aparelho e alongamento.
Progrediram em vinte aulas, três vezes por semana, em dias alternados, com duração de uma
hora e vinte minutos cada sessão, no turno vespertino.
As aulas começavam com um aquecimento, que foi personalizado e padronizado,e realizado da seguinte maneira:
Massagem com a bola de tênis
Alongamento de tríceps sural
Inclinação lateral da coluna com banda elástica
Elevação e depressão escapular com banda elástica
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Alongamento de:
- Cadeia posterior
- Piriforme
- Glúteo
- Membros inferiores
Gato pedra
Arco-íris
Cada tipo de aula (I, II, III) ostenta o mesmo objetivo, apenas com as variações de
exercícios, no solo e aparelhos (tabela 01), visando à estabilização, mobilização, fortalecimento e flexibilidade dos segmentos corporais.
ALUNA: T.S.T.S. AULA I AULA II AULA III
SOLO
Aquecimento
Mola:
- Abdominal: Canoa / Pêndulo /
Oblíquo
- Série de ísquios
- Roll up + puxada de braços
Aquecimento
Rolo:
- Borboleta 1 e 2
- Preparação para o corcel
- Abdominal (reto + oblíquo)
- Rolamento pélvico + extensão de joelho.
Aquecimento
Bola:
- Cair frente
- Rolamento pélvico
- Abdominal (reto + oblíquo)
- Flexão e extensão de joelhos com feijão
- Roll up
- Apoios
APARELHOS
REFORMER
Ponte + série de pliés
Flexão plantar e dorsal
Série de braços simples +combinado
Abdominal coordenation
Down Stretch
Inclinação + rotação de tronco
Adutores + abdutores em pé na plataforma
TRAPÉZIO
Extensão de coluna
Abdominal 03 partes
Série de pliés
Flexão plantar e dorsal
Pés de águia
Série de braços sentada
Inclinação lateral
Mergulho sentada
CADEIRA
Protração + retração escapular
Extensão de coluna
Série de braços
Leg Press
Desaceleração solear
Preparação para o teaser
Flexão lateral ajoelhada
Gato em pé.
COMPLEMENTO Alongamento Global Alongamento Global Alongamento Global
Tabela 01: Programação da aula de Pilates
Avaliação Postural Computadorizada II
Ao final da vigésima aula, no dia 28 de junho de 2005, foi realizada outra Avaliação Postural Computadorizada, com intuito de verificar as possíveis alterações posturais de T.S.T.S.
(fig.02) em conseqüência da técnica de Pilates.
Figura 02: Perfil direito.
Discussão e Resultados
Em conformidade com o objetivo que desperta o interesse do presente trabalho, foi empenhado verificar o efeito da técnica de Pilates na Reeducação postural em vinte sessões.
Através das aulas que instruía, Joseph Pilates comprovou que entre as dez e trinta primeiras aulas individuais o aluno observa mudanças visíveis no seu corpo. Essa entre outras afirmações consegue deixar o Pilates em uma das posições de coadjuvante ideal para o alinhamento do corpo humano.
A aplicação dessa técnica na área de Reeducação Postural tem apresentado um
crescimento significativo as melhores apresentadas pelos pacientes e principiantes. O relato destes, quanto a essas melhoras aliadas à segurança da técnica , parecem ser os principais responsáveis por este crescimento.
E para conhecer se a pessoa apresenta um alinhamento do corpo adequado é interessante
realizar uma avaliação postural que propicie eficácia sem arriscar a qualidade do atendimento.
De maneira computadorizada a avaliação do segmento corporal mensura e quantifica os desvios posturais por meio de imagens digitalizadas, emitindo relatórios com fotos do aluno.
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O presente trabalho mostra que, após as vinte aulas de Pilates e através das analogias das
Avaliações Posturais Computadorizadas, pôde ser constatado as seguintes modificações posturais:
- Redução da cifose dorsal;
- Redução da lordose lombar;
- Redução da anteriorização corporal;
- Melhora do alinhamento dos membros inferiores;
- Melhora do alinhamento da coluna vertebral.
Além disso, tanto a aluna quanto a instrutora notaram uma melhora global da
flexibilidade, o que não foi constatado nessa avaliação, devido ao fato da aluna estar com o
ângulo coxo-femural diferente na primeira e segunda avaliação, na imagem de flexão anterior,
de perfil.
Conclusão
Em conseqüência ao programa de Pilates personalizado e baseado na Avaliação Postural Computadorizada, sendo a atividade praticada individualmente, a aluna T.S.T.S. apresentou uma melhora visivelmente significativa na Reeducação Postural em apenas vinte aulas.
Pôde ser observado quanto o Pilates tem a contribuir com o equilíbrio corporal (físico e mental), auxiliando, assim, nas prevenções osteomioarticulares do corpo humano.
Enfim, através desse artigo podemos está subsidiando uma significante proposta para a
(re)educação postural dos alunos de Pilates; e acima de tudo podendo contribuir para uma melhor qualidade de vida de cada um deles.
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O presente estudo de caso analisa o efeito da técnica de Pilates na reeducação postural, em poucas aulas. Este trabalho foi realizado no Estúdio de Pilates – Atelier do Corpo, localizado em Piatã, cidade de Salvador – Bahia, com uma aluna, T.S.T.S., de 18 anos de idade. Primeiramente, submeteu-se a uma Avaliação Postural Computadorizada, através do sistema Fisiometer de Avaliação – Posturograma versão: 28, com o intuito de observar as alterações posturais. Em seguida, foi demonstrado os princípios e fundamentos de que se tem absoluta necessidade para a execução do método. Depois da apresentação da técnica de Pilates colocou em prática as aulas, sendo estas fundamentadas na Avaliação Postural Computadorizada, nos objetivos traçados e na sua primeira aula.
Foi aplicada vinte aulas, sendo três vezes durante a semana, em dias alternados com a duração de, cada sessão, uma hora e vinte minutos, pelo turno vespertino. Após a vigésima aula de Pilates, novamente, submeteu-se a Avaliação Postural Computadorizada, com o desígnio de averiguar as possíveis alterações corporais de T.S.T.S.
Palavras-chaves: Pilates, Avaliação Postural Computadorizada, Postura.
Abstract
This case study analyses the effect of the Pilates postural re-education technique, in few classes. This work was performed at the Estúdio de Pilates- Atelier do Corpo, located in Piatã, City of Salvador, State of Bahia, with the student T.S.T.S., 18 year old. The first step consisted of a Computerized Postural Evaluation of the student, using the Fisiometer Evaluation System – Posturograma version:
28, aiming at observing postural alterations. Following that, the principles and bases of the Pilates technique necessary for conducting the method were demonstrated. After presenting the Pilates technique, practical classes were started (the treatment was started) based on the Computerized Postural Evaluation, on the objectives established and in the first class. The treatment consisted on twenty sections, performed three times a week, every other day, each section with one hour and twenty minutes duration during the morning. After the twentieth Pilates class the student was again submitted to the Computerized Postural Evaluation, aiming at observing possible body alterations.
Key words: Pilates, Computerized Postural Evaluation, Posture.
Introdução
A técnica de Pilates foi criada por um alemão chamado Joseph Hubertus Pilates (1880-
1967), que quando criança sofria de asma,raquistismo e febre reumática. Desde cedo ele
decidiu contrariar a sua forma debilitada, buscando nas atividades físicas uma solução para vencer seus problemas, através da yoga, mergulho, boxe,natação, esqui,...com conhecimento de Fisiologia,Anatomia e Medicina Oriental. Até os movimentos animais não fugiram das suas observações. (Revista Veja, 1998).
Em 1912, ele mudou para a Inglaterra, dois anos antes da Primeira Guerra Mundial(Ribeiro, 2004). Por não estar no seu país, foi considerado “estrangeiro inimigo”, sendo mandado
para a Ilha de Man. Assim, trabalhando como voluntário, cuidou de exilados e mutilados
utilizando as molas das camas do hospital,desenvolvendo e aperfeiçoando, criando seus
métodos e equipamentos.
Sua técnica foi reconhecida quando nenhum dos internos daquele campo sucumbiu a
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uma epidemia de gripe (influenza) que vitimou outras pessoas de outros campos. (Herdman &
Selby, 2000).
Após a guerra, Joseph retorna para a Alemanha, aperfeiçoando seu método com a Força
Policial de Hamburgo. Mas, posteriormente, acaba se estabelecendo nos Estados Unidos, na cidade de Nova Iorque, abrindo um estúdio no mesmo edifício de New York City Ballet. (Hayashida,2005).
O seu método começa a ser praticado por importantes bailarinos que apresentavam lesões,
sendo recuperados por Joseph Pilates. Logo, a técnica ganha adeptos e se espalha por todo o mundo.
Pilates denominava seu método de Contrologia ou Arte do Controle, que é a capacidade que o ser humano tem de se mover com conhecimento e domínio do próprio físico,apresentando uma completa coordenação do corpo, mente e espírito, utilizando princípios específicos
para promover a integração entre eles, que são a concentração, centro de força(Powerhouse),
fluidez, precisão, respiração e controle dos movimentos. (Borges, 2004).
Dos trinta e quatro movimentos do método original resultaram cerca de quinhentas variações,
realizadas com ou sem auxílio de aparelhos. As aulas são realizadas individualmente ou em
pequenos grupos (máximo de seis pessoas), com a duração média de uma hora e vinte minutos, sendo os exercícios realizados com poucas repetições (dez vezes no máximo), nunca levando os alunos à exaustão (Borges, 2004).
Joseph afirma que, em aulas individuais, após as dez primeiras aulas o aluno sentir-se-á
melhor; após vinte aulas as mudanças corporais são visíveis; e, após trinta aulas as pessoas começam a notar as mudanças. A mudança corporal nesta técnica tem um efeito mais rápido devido ao fato de cada exercício ser praticado em angulações específicas, com precisão de cada movimento, sob a indispensável orientação exclusiva do instrutor credenciado.
A técnica de Pilates consiste em dois tipos de aula: no solo (também denominado The Mat) e
no aparelho (Borges, 2004). O trabalho tanto no chão quanto nos aparelhos (Cadeira, Reformer, Wall, Trapézio) consiste em exercícios para estabilizar pelve, controlar abdome, mobilizar articulações, fortalecer e alongar membros superiores e membros inferiores. (Nogueira, 2002).
Para uma melhor precisão e segurança durante a execução de exercício, os instrutores
provêem ajuda física e feedback verbal.
Inicialmente, os exercícios de solo de Pilates usam um longo apoio do centro nas posições de decúbito ventral, decúbito dorsal e decúbito lateral.
Com a obtenção da melhora da força e da forma , a base de apoio é gradualmente reduzida
para treinar novamente os mecanismos de propriocepção, enquanto criam-se padrões de
movimentos mais eficientes.
Adicionalmente, Pilates envolve exercícios de cadeia cinética fechada que podem fornecer as
forças compressivas e descompressivas necessárias para melhorar a nutrição nas articulações e cartilagens, reduzindo o risco de degeneração.
(Segal et al, 2004).
A proposta de Joseph Pilates tem um amplo benefício para o corpo humano, como
estimular a circulação, melhorar a flexibilidade, a amplitude de movimento, enfim, melhorar a postura, o condicionamento do corpo (físico e mental) em geral. (Menegatti, 2004).
Uma boa postura é aquela em que a pessoa na posição ortostática exige o menor empenho da musculatura e dos ligamentos para a administração da regularidade dos segmentos corporais. Só que com os hábitos que estamos herdando da nossa sociedade e cultura, cada vez mais comodistas, a não mais simples dor nas costas vem prejudicando pessoas de todas as classes e idades (trabalhadores diversos, donas-de-casa, crianças...).Desencadeando os desequilíbrios posturais. (Verderi, 2002).
Essas irregularidades se diversificam de acordo com o estilo de vida que cada ser contém,
além da consciência do corpo que cada um traz consigo, pois é esse conhecimento que provocará todo decurso de desarmonia corporal (Machado,2003).
É por isso que, antes de iniciar o Pilates (ou qualquer outra atividade física) é de grande
importância que se tenha realizado uma avaliação física e em especial uma estimativa que verifique os problemas posturais, denominada de avaliação postural.
Alguns dos objetivos dessa avaliação são detectar possíveis desvios posturais que podem
ocorrer por vários fatores, muitos dos quais facilmente reversíveis e evitar lesões, através da
programação de aulas específicas para cada aluno.
Para uma maior confiabilidade na avaliação Postural, A fisioterapeuta paraibana
radicada no Rio de Janeiro (RJ) Drª Francinett da Costa Dias, com a colaboração de inúmeros fisioterapeutas, resolveu, há cinco anos, iniciar o desenvolvimento de um software de avaliação funcional que comprovasse e que desse respaldos mais fidedignos na atuação fisioterapêutica na área de Avaliação Postural. (Revista COFFITO, 2004).
Hoje em dia, devido à existência da avaliação postural computadorizada existe a
possibilidade do laudo ser analisado por diversos profissionais da área de saúde, aumentando significativamente a segurança do diagnóstico.
A avaliação postural computadorizada possibilita capturar as imagens do indivíduo, as
medidas de ângulos e distâncias de pontos anatômicos nos planos frontal, dorsal e sagital,
3
propondo uma investigação de desvios posturais e alterações no sistema osteo-muscular. (Bankoff et al, 2004).
Ocorre também a possibilidade do aluno ser reavaliado, comparando-se os gráficos
evolutivos da sua avaliação, podendo, assim, reformular de maneira mais fidedigna o programa de treinamento.
O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da técnica de Pilates, na Reeducação Postural, em vinte sessões.
Metodologia
1. Amostra
A aluna T.S.T.S., 18 anos de idade, sexo feminino, 1,68m de altura, pesando 70 quilos, foi
submetida à Avaliação Postural Computadorizada,feito pela plataforma (denominada Fisiometer) de Avaliação – Posturograma, versão 2.8, cujas aulas
foram realizadas no Atelier do Corpo.A instrução de Pilates foi feita por Tane
Samano, concluinte do curso de formação na técnica de Pilates, sob supervisão da instrutora
Jaqueline Borges.
2. Procedimento
Avaliação Postural Computadorizada I
A aluna T.S.T.S. foi submetida, no dia 12 de abril de 2005, terça-feira, a uma Avaliação
Postural Computadorizada, na APAE (Associação de Pais e amigos dos Excepcionais de salvador),situado na Rua Rio Grande do Sul, 545, Pituba,Salvador – Bahia. O exame foi realizado através de seis imagens: face ventral, face posterior, perfil esquerdo, perfil direito, flexão anterior (visão anterior e de perfil). Essa avaliação objetiva identificar as principais assimetrias e desníveis posturais mediante os pontos anatômicos do corpo, por meio de imagens digitalizadas (fig.01). Nessa avaliação constatou-se:
- Linha de prumo anterior levemente desviada para a esquerda;
- Inclinação postural da cabeça para a direita;
- Assimetria da espinha ilíaca ântero-superior;
- Projeção anterior da cabeça;
- Cifose dorsal moderada;
- Projeção anterior dos ombros;
- Retificação postural da lombar;
- Retroversão da pelve;
- Projeção abdominal;
- Genurecurvato;
- Encurtamento da cadeia muscular posterior.
Figura 01: Perfil direito.
Programação das aulas
No mesmo dia da primeira Avaliação Postural Computadorizada, T.S.T.S. foi admitida no
Estúdio de Pilates.
Foi demonstrado para a aluna os princípios e fundamentos básicos necessários para a execução dos movimentos da técnica de Pilates. A mesma estava trajando uma roupa confortável que não limitava seus movimentos, permitindo, também,com que o instrutor observasse a sua respiração e movimentação.
Sendo assim, baseado na sua avaliação postural computadorizada, na noção de consciência
corporal observado na aula de apresentação, foram traçados os seguintes objetivos para a aluna:
- Alongamento global, enfatizando a cadeia posterior.
- Estabilizar a cintura escapular e pélvica.
- Mobilizar a coluna, enfatizando a coluna lombar.
- Fortalecer o Centro de Força, membros superiores e membros inferiores.
Depois da aula de apresentação da técnica colocou-se em prática as aulas, sendo estas
fundamentadas nos seus objetivos, na aula de apresentação e na Avaliação Postural Computadorizada.
Foram idealizados três programas de aulas diferentes. Uma no trapézio, uma na cadeira e uma no Reformer, sendo cada aula dividida em aquecimento, exercícios de solo, exercícios de aparelho e alongamento.
Progrediram em vinte aulas, três vezes por semana, em dias alternados, com duração de uma
hora e vinte minutos cada sessão, no turno vespertino.
As aulas começavam com um aquecimento, que foi personalizado e padronizado,e realizado da seguinte maneira:
Massagem com a bola de tênis
Alongamento de tríceps sural
Inclinação lateral da coluna com banda elástica
Elevação e depressão escapular com banda elástica
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Alongamento de:
- Cadeia posterior
- Piriforme
- Glúteo
- Membros inferiores
Gato pedra
Arco-íris
Cada tipo de aula (I, II, III) ostenta o mesmo objetivo, apenas com as variações de
exercícios, no solo e aparelhos (tabela 01), visando à estabilização, mobilização, fortalecimento e flexibilidade dos segmentos corporais.
ALUNA: T.S.T.S. AULA I AULA II AULA III
SOLO
Aquecimento
Mola:
- Abdominal: Canoa / Pêndulo /
Oblíquo
- Série de ísquios
- Roll up + puxada de braços
Aquecimento
Rolo:
- Borboleta 1 e 2
- Preparação para o corcel
- Abdominal (reto + oblíquo)
- Rolamento pélvico + extensão de joelho.
Aquecimento
Bola:
- Cair frente
- Rolamento pélvico
- Abdominal (reto + oblíquo)
- Flexão e extensão de joelhos com feijão
- Roll up
- Apoios
APARELHOS
REFORMER
Ponte + série de pliés
Flexão plantar e dorsal
Série de braços simples +combinado
Abdominal coordenation
Down Stretch
Inclinação + rotação de tronco
Adutores + abdutores em pé na plataforma
TRAPÉZIO
Extensão de coluna
Abdominal 03 partes
Série de pliés
Flexão plantar e dorsal
Pés de águia
Série de braços sentada
Inclinação lateral
Mergulho sentada
CADEIRA
Protração + retração escapular
Extensão de coluna
Série de braços
Leg Press
Desaceleração solear
Preparação para o teaser
Flexão lateral ajoelhada
Gato em pé.
COMPLEMENTO Alongamento Global Alongamento Global Alongamento Global
Tabela 01: Programação da aula de Pilates
Avaliação Postural Computadorizada II
Ao final da vigésima aula, no dia 28 de junho de 2005, foi realizada outra Avaliação Postural Computadorizada, com intuito de verificar as possíveis alterações posturais de T.S.T.S.
(fig.02) em conseqüência da técnica de Pilates.
Figura 02: Perfil direito.
Discussão e Resultados
Em conformidade com o objetivo que desperta o interesse do presente trabalho, foi empenhado verificar o efeito da técnica de Pilates na Reeducação postural em vinte sessões.
Através das aulas que instruía, Joseph Pilates comprovou que entre as dez e trinta primeiras aulas individuais o aluno observa mudanças visíveis no seu corpo. Essa entre outras afirmações consegue deixar o Pilates em uma das posições de coadjuvante ideal para o alinhamento do corpo humano.
A aplicação dessa técnica na área de Reeducação Postural tem apresentado um
crescimento significativo as melhores apresentadas pelos pacientes e principiantes. O relato destes, quanto a essas melhoras aliadas à segurança da técnica , parecem ser os principais responsáveis por este crescimento.
E para conhecer se a pessoa apresenta um alinhamento do corpo adequado é interessante
realizar uma avaliação postural que propicie eficácia sem arriscar a qualidade do atendimento.
De maneira computadorizada a avaliação do segmento corporal mensura e quantifica os desvios posturais por meio de imagens digitalizadas, emitindo relatórios com fotos do aluno.
5
O presente trabalho mostra que, após as vinte aulas de Pilates e através das analogias das
Avaliações Posturais Computadorizadas, pôde ser constatado as seguintes modificações posturais:
- Redução da cifose dorsal;
- Redução da lordose lombar;
- Redução da anteriorização corporal;
- Melhora do alinhamento dos membros inferiores;
- Melhora do alinhamento da coluna vertebral.
Além disso, tanto a aluna quanto a instrutora notaram uma melhora global da
flexibilidade, o que não foi constatado nessa avaliação, devido ao fato da aluna estar com o
ângulo coxo-femural diferente na primeira e segunda avaliação, na imagem de flexão anterior,
de perfil.
Conclusão
Em conseqüência ao programa de Pilates personalizado e baseado na Avaliação Postural Computadorizada, sendo a atividade praticada individualmente, a aluna T.S.T.S. apresentou uma melhora visivelmente significativa na Reeducação Postural em apenas vinte aulas.
Pôde ser observado quanto o Pilates tem a contribuir com o equilíbrio corporal (físico e mental), auxiliando, assim, nas prevenções osteomioarticulares do corpo humano.
Enfim, através desse artigo podemos está subsidiando uma significante proposta para a
(re)educação postural dos alunos de Pilates; e acima de tudo podendo contribuir para uma melhor qualidade de vida de cada um deles.
Referências
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HERDMAN, Alan; SELBY, Anna. Pilates: Como criar o corpo que você deseja. 1. ed. São Paulo:Manole, 2000.
MACHADO, Renato Brufatto. Avaliação postural.
Classic Life, São Leopoldo, ed. 7, 2003.
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NOGUEIRA, Júlia. Método Pilates ganha espaço.
Jornal do Commercio, Recife, 17 fev. 2002.
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Coluna Em dia com a saúde, p.3.
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Arch Phys Med Rehabil, vol. 85, Dec., 2004, p.1977-81.
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VERDERI, Érica. Educação postural e qualidade de vida. Artigo – FEFISO / ACM, Sorocaba, 2002.
________. Pilates: o papel do profissional de Educação Física na orientação de um dos mais
tradicionais métodos de condicionamento físico e mental. Revista E.F., Rio de Janeiro, ano 3, n. 11, p. 4, mar., 2004.
BORGES, Jaqueline. Princípios básicos do método Pilates. Módulo, 2004.
BORGES, Jaqueline. Exercícios intermediários do método Pilates. Módulo, 2005. DIAS, Francinett. Software dedicado: nova ferramenta para Avaliação Postural. Revista COFFITO, São Paulo, n. 22, p. 22-27, agosto,2004.
Core and shoulder girdle muscle activation during mat leg pullfront, long stretch and hundred exercises on the Pilates reformer and mat
Core and shoulder girdle muscle activation during mat leg pullfront, long stretch and hundred exercises on the Pilates reformer and mat
A Report submitted to Balanced Body, Inc., by Christine Romani-Ruby, MPT, ATC and Ben Reuter, PhD, CSCS, *D, ATC
INTRODUCTION
Pilates is the fastest growing method of mind body fitness, and is practiced daily by over five million Americans . The IDEA Health and Fitness Industry Trend Report in 2004 found that two thirds of all fitness facilities include Pilates programming (1). Joseph Pilates developed the instructional method with twelve pieces of exercise equipment and over 500 exercises. This is the origin of the Pilates fitness regimen that is sweeping the nation today.
Pilates, originally called Contrology, was developed in the late 1920’s,when the medical community was focused on treating the ailment. Contrology introduced the idea of treating the cause of the ailment and attempting to prevent the problem through wellness activities (3). Now, seventy years later the medical community is focused on treating the cause rather than the symptoms. The prevention of disease through wellness is recommended by the United States
Department of Health and Human Services (2).
Pilates matwork has spread rapidly in the fitness arena. Most instructors tell participants that matwork is the hardest form of Pilates. They suggest that people interested in Pilates begin on the reformer. Pilates instructors allude to the feedback provided by the springs and moving carriage of the reformer.
Participants are taught that the equipment reinforces proper movement patterns. One of the concerns of fitness and rehabilitation professionals interested in introducing Pilates into their practices is the lack of information about the physiological characteristics of Pilates. Although Pilates has existed for over 80 years, it has not been investigated thoroughly by the scientific community. The purpose of this research was to measure the activation of key shoulder girdle and core muscles while performing the Pilates leg pull-front, long stretch and hundred
exercises on the reformer and on the mat. Muscle activation between experienced Pilates participants and active adults with no previous Pilates experience was also compared.
2
METHODS
Surface electromyography (EMG) measures the electrical activity of muscles. The more active or greater force a muscle produces the greater the EMG activity. EMG is a common clinical and research tool for measuring the activation of muscles during functional movement. This study measured the EMG activity of four muscles, upper trapezius, serratus anterior, external oblique, and rectus abdominus. These muscles are believed to be active during Pilates
exercises and are often involved in postural dysfunction.There were 20 volunteer participants in the study, equally divided into two groups. The first group, with an average age of 39.5 years had 4.7 years of Pilates experience. The second group, with an average age 35.5 years had no
Pilates experience. Eight of the 10 Pilates trained individuals were instructors, and all experienced Pilates participants were trained in the same Pilates method.
The participants completed the informed consent, and had the procedures of the study explained to them. Using a standard protocol, surface EMG electrodes were applied to the muscles on the right side of the body for measurement with the Noraxon TeloMyo 900™ EMG machine (Noraxon EMG and Sensor Systems, Scottsdale, AZ). Prior to testing, the maximum voluntary muscle contraction of each of the four muscles was measured. Participants warmed up by completing eight repetitions each of footwork and running on the Allegro Reformer (Balanced Body, Inc., Sacramento, CA).
EMG activity of all four muscles was recorded as the participants completed eight repetitions of four Pilates exercises in a randomized order. The four exercises included, appropriately modified versions of mat leg pull-front, reformer long stretch, mat hundred and reformer hundred. For the mat leg pullfront the participants held a plank position for three breaths. During the long stretch exercise the participants moved the reformer while holding a plank position with the feet against the shoulder rests and the hands on the footbar. The only modification for both the hundred exercises was positioning the hips and knees at 90 degrees of flexion.
For each exercise, participants watched a brief instructional video and then completed the repetitions while following the recorded verbal cues of an instructor. The EMG data was rectified and smoothed following standard protocols using the Myoresearch XP software (Noraxon EMG and Sensor Systems, Scottsdale, AZ). The software was used to calculate the percentage of maximum voluntary muscle contraction for each muscle during each exercise.
The participants were videotaped during the testing to allow further analysis of exercise technique.
3
Results of the study showed an increase in the recruitment of the upper trapezius, the rectus abdominus and the external oblique muscles with the use of the Allegro reformer for the hundred compared to the hundred on the mat (Figure 1). This increase was visibly higher with the experienced Pilates participants (Figure 2).
Figure 1: Comparison of % maximum voluntary muscle contractions during mat hundred and reformer hundred for all participants
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Figure 2: Comparison of % maximum voluntary muscle contractions during mat hundred and reformer hundred between Pilates participants and non Pilates participants
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Pilates mat hundred non Pilates mat hundred Pilates reformer hundred non Pilates
reformer hundred % MVC upper trap % MVC serratus anterior % mvc rectus abdominus % MVC external oblique % MVC
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The study also found an increase in the recruitment of the serratus anterior, the rectus abdominus, and the external oblique with the use of the reformer for long stretch verses leg pull-front on the mat (Figure 3). This increase was again visibly higher with the experienced Pilates participants.(Figure 4).
Figure 3: Comparison of % maximum voluntary muscle contractions during leg mat pull-front and reformer long stretch for all participants
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Figure 4: Comparison of % maximum voluntary muscle contractions during mat leg pull-front and reformer long stretch between Pilates participants and non Pilates participants
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Pilates leg pull-front non Pilates leg pullfront Pilates long stretch non Pilates long stretch % MVC upper trap % MVC serratus anterior % mvc rectus abdominus % MVC external oblique % MVC
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DISCUSSION
To be accepted and utilized by fitness and rehabilitation professionals it isimportant for the effects of Pilates exercises to be thoroughly investigated. This study was one of the first to begin to identify the physiological characteristics of Pilates exercises for both experienced Pilates participants and novices. It was also the first to evaluate similar exercises on the mat compared to the Allegro reformer.
Based on the higher percentage of maximum voluntary muscle contraction values for key muscles on the reformer, this study indicates that the reformer may be used as an instructional tool. The reformer may provide feedback to the participant by encouraging proper muscle activation and body alignment. The combination of the moving carriage and the participant pulling on the ropes enhances spinal movement and flexibility. The perturbation of the carriage
encourages both shoulder and spinal stability and control.
The hundred exercise on the reformer offers resistance through pulling on the ropes, which engages the abdominal muscles. The backward motion of the carriage facilitates flexion of the spine. Once in the full c-curve position (spinal flexion), the reformer provides a system of continuous feedback. Attempting to maintain a motionless carriage helps to promote a stable shoulder girdle and a flexed spine.
A larger percentage of maximum voluntary contraction was noted for the rectus abdominus and the external oblique during the hundred on the reformer when compared to mat hundred. It is possible that the reformer facilitates a more effective c-curve which would require greater abdominal muscle activation. This is important clinically to improve spinal mobility and core strength for functional activity and posture. In addition this increased spinal flexion is important for reducing the risk of injury caused by anterior shear on the lumbar spine (4).
The upper trapezius muscle activity was greater when performing the hundred on the reformer compared to hundred on the mat. When performing the hundred, it is important to avoid excessive lower cervical spine flexion which increases the risk of cervical translation (4). It is possible that the greater activation of the trapezius limits lower cervical spine flexion. A common cue used by Pilates instructors during the hundred exercise is to reach out of the top
back of the head. This may explain the greater trapezius activation in the experienced Pilates participants.
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The long stretch exercise on the reformer provides movement at the glenohumeral joint in a closed kinetic chain, whereas the glenohumeral joint is fixed via isometric muscle contractions during the leg pull-front. The movement of the reformer carriage challenges both dynamic and static stability of the spine and shoulder girdle. The unique resistance of the springs as the carriage moves causes a concentric contraction in one direction and facilitates an eccentric
contraction in the opposite direction. The Pilates participant is guided by the movement of the carriage. The opening movement of the carriage provides proprioceptive feedback. If the reformer carriage opens too far, the participant loses exercise form. If the participant does control the carriage, the carriage will close rapidly making a loud noise.
Greater muscle activation was measured for the serratus anterior, rectus abdominus and external oblique during the long stretch on the reformer when compared to the activation of these muscles during the leg pull-front on the mat.
The dynamic upper extremity weight bearing position during the long stretch exercise may explain the greater activation of the serratus anterior when compared to the static activity during the leg pull-front. In addition, the movement of the shoulder joint into forward flexion during the long stretch incorporates upward rotation of the scapula for scapulohumeral rhythm.
Scapulohumeral rhythm requires additional activation of the serratus anterior and the upper trapezius (4).
The interdigitation of the external oblique with the serratus anterior and the latissimus dorsi creates an additional demand on the external oblique during the long stretch exercise (4). As the serratus anterior activity increases, the external oblique activity also increases. The latissimus dorsi is responsible for shoulder extension, and would be the primary muscle recruited to pull the carriage of the reformer into the closed position. The muscle activation patterns of the serratus anterior and external oblique muscles of the Pilates trained individuals showed greater activity than those of the novice participants. This suggests that regular practice of the long stretch on the reformer may reinforce proper motor patterns.
PRACTICAL APPLICATIONS AND RECOMMENDATIONS
• The feedback provided by the reformer during the hundred exercise enhances the activation of the rectus abdominus when compared to the hundred exercise on the mat. This was more evident with the experienced Pilates participants.
• Upper trapezius activation during the hundred exercise was greater on the reformer. This is important because activation of the trapezius limits translation of the lower cervical vertebrae during cervical spine flexion. This was more evident with the Pilates trained participants, possibly due to the common Pilates cue to reach out of the top back of the head.
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• The leg pull-front and long stretch exercises are both effective exercises for activating the serratus anterior and external oblique.
• The long stretch exercise may be more beneficial than the leg pull-front because the feedback of the moving carriage encourage activation of not not only the serratus anterior and latissimus dorsi, but also the external oblique. The dynamic characteristics of this exercise requires greater muscle activation than the leg pull-front.
• Typically greater muscle activation was noted in all the participants during the reformer exercises, with the greatest activations generally seen in the experienced Pilates participants. It is possible that the novice participants were not able to utilize all of the potential benefits of the reformer. In the future it would be interesting to see this study replicated with a group of participants with 6-12 months of Pilates experience.
• Future research should examine the activation of the latissmus dorsi because of its interdigitation with the serratus anterior and external oblique.
• This study should be considered as a preliminary step toward future research examining the use of the reformer as a tool for treatment of patients with spinal instability or shoulder girdle dysfunction. Funding for this project was provided by a grant from Balanced Body, Inc. Christine Romani-Ruby, MPT, ATC is an Assistant Professor and Academic Clinical Education Coordinator for the CAPTE accredited Physical Therapist Assistant program at California University of Pennsylvania. She has co-authored two books and several videos and is the co-founder of PHI Pilates, a corporation that offers continuing education on Pilates. She can be reached at romaniruby@cup.edu. Christine recently earned the distinction as a Gold Standard PMA Certified Pilates Instructor.Ben Reuter, PhD, CSCS, *D, ATC is an assistant professor in the Department of Health Science and Sport Studies at California University of Pennsylvania. He teaches courses in the Exercise Science and Health Promotion. Ben currently serves as an associate editor for the Strength and Conditioning Journal, a publication of the NSCA.
REFERENCES
1. International Dance and Exercise Association. (2004, September). Pilates Programs Show
Significant Growth Based On IDEA Health and Fitness Trend Report (Press Release). San Diego,
CA: Author. Retrieved December 4, 2005, from IDEA Health and Fitness Association Web site:
www.ideafit.com/press_releases/Sept04_PR_002.pdf
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General’s Report on Physical Activity and Health (PDF 1587K, pp. 1-18). Washington DC, USA:
US Department of Health and Human Services.
3. Pilates J., & Miller W. (2000). The Complete Writings of Joseph H Pilates Your Health Return
To Life Through Contrology (Sean P. Gallagher & Romana Kryzanowska, Eds.). Philadelphia:
BainBridgeBooks. (Original work published 1934 and 1945).
4. Sahrmann SA. Diagnosis and treatment of movement impairment syndromes. Mosby, Inc. St
Louis, MO. 2002.
A Report submitted to Balanced Body, Inc., by Christine Romani-Ruby, MPT, ATC and Ben Reuter, PhD, CSCS, *D, ATC
INTRODUCTION
Pilates is the fastest growing method of mind body fitness, and is practiced daily by over five million Americans . The IDEA Health and Fitness Industry Trend Report in 2004 found that two thirds of all fitness facilities include Pilates programming (1). Joseph Pilates developed the instructional method with twelve pieces of exercise equipment and over 500 exercises. This is the origin of the Pilates fitness regimen that is sweeping the nation today.
Pilates, originally called Contrology, was developed in the late 1920’s,when the medical community was focused on treating the ailment. Contrology introduced the idea of treating the cause of the ailment and attempting to prevent the problem through wellness activities (3). Now, seventy years later the medical community is focused on treating the cause rather than the symptoms. The prevention of disease through wellness is recommended by the United States
Department of Health and Human Services (2).
Pilates matwork has spread rapidly in the fitness arena. Most instructors tell participants that matwork is the hardest form of Pilates. They suggest that people interested in Pilates begin on the reformer. Pilates instructors allude to the feedback provided by the springs and moving carriage of the reformer.
Participants are taught that the equipment reinforces proper movement patterns. One of the concerns of fitness and rehabilitation professionals interested in introducing Pilates into their practices is the lack of information about the physiological characteristics of Pilates. Although Pilates has existed for over 80 years, it has not been investigated thoroughly by the scientific community. The purpose of this research was to measure the activation of key shoulder girdle and core muscles while performing the Pilates leg pull-front, long stretch and hundred
exercises on the reformer and on the mat. Muscle activation between experienced Pilates participants and active adults with no previous Pilates experience was also compared.
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METHODS
Surface electromyography (EMG) measures the electrical activity of muscles. The more active or greater force a muscle produces the greater the EMG activity. EMG is a common clinical and research tool for measuring the activation of muscles during functional movement. This study measured the EMG activity of four muscles, upper trapezius, serratus anterior, external oblique, and rectus abdominus. These muscles are believed to be active during Pilates
exercises and are often involved in postural dysfunction.There were 20 volunteer participants in the study, equally divided into two groups. The first group, with an average age of 39.5 years had 4.7 years of Pilates experience. The second group, with an average age 35.5 years had no
Pilates experience. Eight of the 10 Pilates trained individuals were instructors, and all experienced Pilates participants were trained in the same Pilates method.
The participants completed the informed consent, and had the procedures of the study explained to them. Using a standard protocol, surface EMG electrodes were applied to the muscles on the right side of the body for measurement with the Noraxon TeloMyo 900™ EMG machine (Noraxon EMG and Sensor Systems, Scottsdale, AZ). Prior to testing, the maximum voluntary muscle contraction of each of the four muscles was measured. Participants warmed up by completing eight repetitions each of footwork and running on the Allegro Reformer (Balanced Body, Inc., Sacramento, CA).
EMG activity of all four muscles was recorded as the participants completed eight repetitions of four Pilates exercises in a randomized order. The four exercises included, appropriately modified versions of mat leg pull-front, reformer long stretch, mat hundred and reformer hundred. For the mat leg pullfront the participants held a plank position for three breaths. During the long stretch exercise the participants moved the reformer while holding a plank position with the feet against the shoulder rests and the hands on the footbar. The only modification for both the hundred exercises was positioning the hips and knees at 90 degrees of flexion.
For each exercise, participants watched a brief instructional video and then completed the repetitions while following the recorded verbal cues of an instructor. The EMG data was rectified and smoothed following standard protocols using the Myoresearch XP software (Noraxon EMG and Sensor Systems, Scottsdale, AZ). The software was used to calculate the percentage of maximum voluntary muscle contraction for each muscle during each exercise.
The participants were videotaped during the testing to allow further analysis of exercise technique.
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Results of the study showed an increase in the recruitment of the upper trapezius, the rectus abdominus and the external oblique muscles with the use of the Allegro reformer for the hundred compared to the hundred on the mat (Figure 1). This increase was visibly higher with the experienced Pilates participants (Figure 2).
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The study also found an increase in the recruitment of the serratus anterior, the rectus abdominus, and the external oblique with the use of the reformer for long stretch verses leg pull-front on the mat (Figure 3). This increase was again visibly higher with the experienced Pilates participants.(Figure 4).
Figure 3: Comparison of % maximum voluntary muscle contractions during leg mat pull-front and reformer long stretch for all participants
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Figure 4: Comparison of % maximum voluntary muscle contractions during mat leg pull-front and reformer long stretch between Pilates participants and non Pilates participants
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Pilates leg pull-front non Pilates leg pullfront Pilates long stretch non Pilates long stretch % MVC upper trap % MVC serratus anterior % mvc rectus abdominus % MVC external oblique % MVC
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DISCUSSION
To be accepted and utilized by fitness and rehabilitation professionals it isimportant for the effects of Pilates exercises to be thoroughly investigated. This study was one of the first to begin to identify the physiological characteristics of Pilates exercises for both experienced Pilates participants and novices. It was also the first to evaluate similar exercises on the mat compared to the Allegro reformer.
Based on the higher percentage of maximum voluntary muscle contraction values for key muscles on the reformer, this study indicates that the reformer may be used as an instructional tool. The reformer may provide feedback to the participant by encouraging proper muscle activation and body alignment. The combination of the moving carriage and the participant pulling on the ropes enhances spinal movement and flexibility. The perturbation of the carriage
encourages both shoulder and spinal stability and control.
The hundred exercise on the reformer offers resistance through pulling on the ropes, which engages the abdominal muscles. The backward motion of the carriage facilitates flexion of the spine. Once in the full c-curve position (spinal flexion), the reformer provides a system of continuous feedback. Attempting to maintain a motionless carriage helps to promote a stable shoulder girdle and a flexed spine.
A larger percentage of maximum voluntary contraction was noted for the rectus abdominus and the external oblique during the hundred on the reformer when compared to mat hundred. It is possible that the reformer facilitates a more effective c-curve which would require greater abdominal muscle activation. This is important clinically to improve spinal mobility and core strength for functional activity and posture. In addition this increased spinal flexion is important for reducing the risk of injury caused by anterior shear on the lumbar spine (4).
The upper trapezius muscle activity was greater when performing the hundred on the reformer compared to hundred on the mat. When performing the hundred, it is important to avoid excessive lower cervical spine flexion which increases the risk of cervical translation (4). It is possible that the greater activation of the trapezius limits lower cervical spine flexion. A common cue used by Pilates instructors during the hundred exercise is to reach out of the top
back of the head. This may explain the greater trapezius activation in the experienced Pilates participants.
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The long stretch exercise on the reformer provides movement at the glenohumeral joint in a closed kinetic chain, whereas the glenohumeral joint is fixed via isometric muscle contractions during the leg pull-front. The movement of the reformer carriage challenges both dynamic and static stability of the spine and shoulder girdle. The unique resistance of the springs as the carriage moves causes a concentric contraction in one direction and facilitates an eccentric
contraction in the opposite direction. The Pilates participant is guided by the movement of the carriage. The opening movement of the carriage provides proprioceptive feedback. If the reformer carriage opens too far, the participant loses exercise form. If the participant does control the carriage, the carriage will close rapidly making a loud noise.
Greater muscle activation was measured for the serratus anterior, rectus abdominus and external oblique during the long stretch on the reformer when compared to the activation of these muscles during the leg pull-front on the mat.
The dynamic upper extremity weight bearing position during the long stretch exercise may explain the greater activation of the serratus anterior when compared to the static activity during the leg pull-front. In addition, the movement of the shoulder joint into forward flexion during the long stretch incorporates upward rotation of the scapula for scapulohumeral rhythm.
Scapulohumeral rhythm requires additional activation of the serratus anterior and the upper trapezius (4).
The interdigitation of the external oblique with the serratus anterior and the latissimus dorsi creates an additional demand on the external oblique during the long stretch exercise (4). As the serratus anterior activity increases, the external oblique activity also increases. The latissimus dorsi is responsible for shoulder extension, and would be the primary muscle recruited to pull the carriage of the reformer into the closed position. The muscle activation patterns of the serratus anterior and external oblique muscles of the Pilates trained individuals showed greater activity than those of the novice participants. This suggests that regular practice of the long stretch on the reformer may reinforce proper motor patterns.
PRACTICAL APPLICATIONS AND RECOMMENDATIONS
• The feedback provided by the reformer during the hundred exercise enhances the activation of the rectus abdominus when compared to the hundred exercise on the mat. This was more evident with the experienced Pilates participants.
• Upper trapezius activation during the hundred exercise was greater on the reformer. This is important because activation of the trapezius limits translation of the lower cervical vertebrae during cervical spine flexion. This was more evident with the Pilates trained participants, possibly due to the common Pilates cue to reach out of the top back of the head.
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• The leg pull-front and long stretch exercises are both effective exercises for activating the serratus anterior and external oblique.
• The long stretch exercise may be more beneficial than the leg pull-front because the feedback of the moving carriage encourage activation of not not only the serratus anterior and latissimus dorsi, but also the external oblique. The dynamic characteristics of this exercise requires greater muscle activation than the leg pull-front.
• Typically greater muscle activation was noted in all the participants during the reformer exercises, with the greatest activations generally seen in the experienced Pilates participants. It is possible that the novice participants were not able to utilize all of the potential benefits of the reformer. In the future it would be interesting to see this study replicated with a group of participants with 6-12 months of Pilates experience.
• Future research should examine the activation of the latissmus dorsi because of its interdigitation with the serratus anterior and external oblique.
• This study should be considered as a preliminary step toward future research examining the use of the reformer as a tool for treatment of patients with spinal instability or shoulder girdle dysfunction. Funding for this project was provided by a grant from Balanced Body, Inc. Christine Romani-Ruby, MPT, ATC is an Assistant Professor and Academic Clinical Education Coordinator for the CAPTE accredited Physical Therapist Assistant program at California University of Pennsylvania. She has co-authored two books and several videos and is the co-founder of PHI Pilates, a corporation that offers continuing education on Pilates. She can be reached at romaniruby@cup.edu. Christine recently earned the distinction as a Gold Standard PMA Certified Pilates Instructor.Ben Reuter, PhD, CSCS, *D, ATC is an assistant professor in the Department of Health Science and Sport Studies at California University of Pennsylvania. He teaches courses in the Exercise Science and Health Promotion. Ben currently serves as an associate editor for the Strength and Conditioning Journal, a publication of the NSCA.
REFERENCES
1. International Dance and Exercise Association. (2004, September). Pilates Programs Show
Significant Growth Based On IDEA Health and Fitness Trend Report (Press Release). San Diego,
CA: Author. Retrieved December 4, 2005, from IDEA Health and Fitness Association Web site:
www.ideafit.com/press_releases/Sept04_PR_002.pdf
2. National Center for Chronic Disease Prevention & Health Prevention. (1999). Surgeon
General’s Report on Physical Activity and Health (PDF 1587K, pp. 1-18). Washington DC, USA:
US Department of Health and Human Services.
3. Pilates J., & Miller W. (2000). The Complete Writings of Joseph H Pilates Your Health Return
To Life Through Contrology (Sean P. Gallagher & Romana Kryzanowska, Eds.). Philadelphia:
BainBridgeBooks. (Original work published 1934 and 1945).
4. Sahrmann SA. Diagnosis and treatment of movement impairment syndromes. Mosby, Inc. St
Louis, MO. 2002.
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